Olá Aldo.
Aldo escreveu:Aguardarei eventuais comentários à mensagem 88. Obrigado
Nem precisa agradecer, não ficará uma linha por responder.
Aldo escreveu:Aguardarei eventuais comentários à mensagem 88. Obrigado
Aldo escreveu:TZARUCH: Claro que faz sentido, o que não faz sentido
é a explicação que vem dar agora.
_Aldo_
Vejo que o amigo não conseguiu distinguir que me refiro separadamente
à redação e à interpretação do texto redigido; teria então percebido o sentido.
Aldo escreveu:Repito, na esperança de ser mais claro.
Aldo escreveu:No que se refere à redação, a opinião é inócua, senão deletéria.
Aldo escreveu:Nesta linha de pensamento, não há o menor sentido estar a questionar
se Adão tinha ou não umbigo ou se tinha os cabelos e as unhas aparadas.
Aldo escreveu:Enquanto que a interpretação de um texto está sujeita a COMPREENSÕES diferentes,
Aldo escreveu:o que faz todo sentido questionar se o Gênesis é uma descrição fiel ou se trata de
uma poética alegoria, se o Apocalipse é um vaticínio ou um texto esotérico.
Aldo escreveu:TZARUCH: A redação de um texto é dividida em em quatro tipos:
dissertativa, descritiva, narrativa e informativa.
O que é que a opinião poderia pretender sobre esses assuntos ?
__Aldo__
Nada! Novamente te referes ao texto, enquanto que eu me refiro à sua interpretação.
Aldo escreveu:TZARUCH: Quando você diz que significaria pretender (querer/induzir) que o autor
não tivesse escrito aquilo que ele escreveu (o que se pode ler) isso significa
claramente uma tentativa de mudar o entendimento correto daquilo que
esse autor tenha na verdade escrito e tentado passar.
__Aldo__
Perfeitamente! Por isso mesmo é que eu afirmei que essa opinião é inadmissível.
Aldo escreveu:TZARUCH: É quando alguém dá a opinião do que se
pode ler dizendo coisas que não estão lá escritas.
__Aldo__
Isto é diferente.
Aldo escreveu:Não abordei esse contexto, mas ele remete a outro tópico para considerarmos
se a Bíblia é um texto incompleto (“preguiçoso” no dizer de Umberto Eco)
e chamar ao tema o “leitor modelo” o qual “completa” as lacunas do texto.
Aldo escreveu:Segue uma série de tuas ponderações, as quais eu ultrapassarei,
Aldo escreveu:pois que decorrentes da tua equivocada percepção sobre a diferença
que faço entre texto e interpretação,
Aldo escreveu:entendimento e compreensão, que espero agora esclarecida,
Aldo escreveu:bem como um trecho sobre a filiação de Jesus,
que entrou apenas como exemplo de opiniões distintas.
Aldo escreveu:Mais adiante inseriste dois trechos, a respeito de entendimento e compreensão,
transcritos de uma fonte externa, que terminaste com a seguinte mensagem:
Aldo escreveu:TZARUCH: Para começar NENHUMA das palavras subentende subjetividade,
e principalmente o compreender está acima do entender
pois para compreender você tem de ter CLAREZA dos motivos
e caminhos que levaram a esse raciocínio e ter uma resposta final.
__Aldo__
Sou duplamente grato pela inserção que fizeste dos trechos citados acima,
em cor laranja e abaixo, em azul.
Aldo escreveu:Em primeiro porque afirmam e corroboram o quanto venho dizendo sobre
o diferente sentido que há entre entender e compreender.
Aldo escreveu:Em segundo porque me dá a oportunidade de comprovar a importância do “compreender”.
Aldo escreveu:Pela tua mensagem acima vejo que procuraste, com teu entendimento,
pela palavra “subjetividade” e não a encontraste.
Aldo escreveu:Mas não conseguiste compreender que a subjetividade está implícita na palavra “clareza”.
Aldo escreveu:Para que se tenha clareza é necessário utilizar os recursos interiores do intelecto,
conhecimento, inteligência, discernimento, pois que a clareza não está no texto
mas sim em como esse texto é assimilado pelo intelecto.
Aldo escreveu:TZARUCH: Se meter subjetividade como ERRADAMENTE tenta dizer então você nunca
irá de fato compreender, mesmo dizendo que entende.
_Aldo_
Esta tua observação, bem como as que a seguiram, restam prejudicadas pelo que eu expus acima.
Aldo escreveu:TZARUCH: Não invente Aldo, isso não é verdade, e já demonstrou que nem
entende nem compreende o que significa entender e compreender.
_Aldo_
Estás aqui externando a tua opinião pessoal a meu respeito,
Aldo escreveu:isto é muito bom porque sempre destaquei a importância que é ter opinião pessoal.
Aldo escreveu:Entender e compreender o que significam entender e compreender é muito fácil.
Aldo escreveu:Repito o exemplo que já ofereci em outra ocasião:
Aldo escreveu:Eu entendo uma Bíblia escrita em português (perdoe-me a falta de modéstia,
mas também entendo em italiano, em francês, em espanhol, em inglês e em alemão),
mas não entendo uma Bíblia escrita em húngaro, sueco, japonês, etc.
Aldo escreveu:Eu compreendo “a Bíblia” (ou pelo menos procuro compreender),
compreendo o conteúdo edificante que as mensagens da Bíblia expressam.
Aldo escreveu:A diferença que existe entre entender e compreender é análoga àquela entre olhar e ver.
Aldo escreveu:Será que desta vez fui suficientemente claro?
Aldo escreveu:TZARUCH: Com subjetividade você nunca irá compreender a definição de H2O.
_Aldo_
Claro que não. Isto é ciência quimica, a Fé está no campo dos humanismos.
“Veritas in contexto non idem dicitur in alio contexto convalidantur”
= A verdade em um contexto não valida a mesma afirmação em outro contexto.
Aldo escreveu:Quimica, física e matemática se valem do entendimento proporcionado
pela lógica racional, não há nelas o que compreender.
Aldo escreveu:
TZARUCH: Para que você alcance as intenções ou o sentido de algo está mais do que claro
que tem de ser OBJETIVO, com subjetividade nunca lá chegará.
_Aldo_
Discordo.
Aldo escreveu:Para alcançar as intenções ou o sentido de algo (que esteja fora do campo científico)
é necessário não somente entende-lo mas também compreende-lo e isto,
conforme argumentei acima, é subjetivo.
Aldo escreveu:Sem a compreensão não há como incorporar a informação ao patrimônio intelectual.
Aldo escreveu:TZARUCH: A bíblia é uma narrativa não é um artigo de opinião.
__Aldo__
Tu estás reduzindo a importância da Bíblia,
Aldo escreveu:fato que, vindo de ti que reconhecidamente tens d’Ela
amplo conhecimento, é surpreendente.
Aldo escreveu:A Bíblia não é uma simples narrativa,
Aldo escreveu:é um livro complexo que contém história, doutrina, psicologia, política,
moral, ética, leis, regulamentações, profecias, vaticínios.
Aldo escreveu:Fosse uma simples narrativa não seria necessário interpreta-la
e nem sequer seria objeto de exegese.
Aldo escreveu:E tu bem sabes disso.
Aldo escreveu:Quanto a esses componentes serem ou não objeto de opinião,
restou claro e definitivo, neste nosso debate,
que temos posicionamentos antagônicos.
Aldo escreveu:Aos nossos seguidores no Forum a liberdade de concordarem
com a tua ou com a minha postura.
Aldo escreveu:Amigos confrades do Forum.
Este tópico já ocupou 6 páginas de debates em linguísticas e semânticas,
Aldo escreveu: retomo aqui a questão inicial a fim de oferecer minha visão definitiva sobre o tema.
Aldo escreveu:Transcrevo a mensagem inicial
= Têm ocorrido debates focalizando o tema "OPINIÃO".
O fato me estimulou propor este tópico, envolvendo a Bíblia.
A questão que dá início aos intercâmbios de pensamentos é a do título do tópico:
A Biblia é matéria opinativa ? =
A abordagem deste tema deverá necessariamente iniciar
pela questão fundamental: A redação da Bíblia.
Aldo escreveu:Sem me estender em detalhes, o que daria de persi um tema,
é necessário considerar que a Bíblia não é um texto uniforme, pois não houve um autor.
Aldo escreveu:Diferentemente do Al Corão, recitado unicamente por Mohamed,
a Bíblia é uma coletânea de manuscritos, tradições,
contos verbais, registros históricos e influências culturais.
Aldo escreveu:Nem mesmo os Evangelhos são de próprio punho.
Aldo escreveu:O Apocalipse é atribuído a João, mas será o mesmo João evangelista?
Aldo escreveu:João evangelista é poético, João do Apocalipse é hermético
(dois séculos antes que Hermes Trimegisto desse nome ao estilo).
Aldo escreveu:Vários foram os redatores, deles há apenas indícios,
Aldo escreveu:foi manipulada por 70 redatores gregos, cada qual com seu estilo,
que deu origem à Septuaginta, base da Bíblia que lemos hoje.
Aldo escreveu:Por muitos séculos a Igreja Católica se reservou o direito de ser a única fonte
de interpretação dos textos bíblicos e ainda hoje são raros os católicos que a leem.
Aldo escreveu:Se por um lado a reforma abriu o acesso popular às escrituras sagradas,
por outro lado abriu a possibilidade de interpretação pessoal que, sob lideranças,
formaram as várias vertentes e várias denominações.
Aldo escreveu:Várias interpretações geram, inevitavelmente, várias opiniões
Aldo escreveu:Que isso seja um bem ou um mal, com certeza ambos;
pois une em grupos solidários, mas provoca inúmeras rivalidades.
Aldo escreveu:Assim, a Bíblia, A MEU VER, queiramos ou não, gostemos ou não,
se tem revelado matéria aberta à formação de opiniões.
Aldo escreveu:Pela tua mensagem acima vejo que procuraste, com teu entendimento,
pela palavra “subjetividade” e não a encontraste.
Aldo escreveu:A leitura de um texto, qualquer que seja o gênero literário,
necessita que o leitor o interprete e o assimile intelectualmente.
http://pt.wikihow.com/Escrever-na-Terceira-PessoaTexto preguiçosoUmberto Eco - autor do superespetacular "O nome da rosa" -, filósofo, escritor e semiólogo, nos seus estudos linguísticos, disse: "Todo texto é uma máquina preguiçosa, pedindo ao leitor que faça uma parte do seu trabalho"... e complementa de modo bastante acertado: "Que problema seria se um texto tivesse de dizer tudo que o receptor deve compreender - não terminaria nunca". Um problema que Eco destaca, entretanto, é que "nem sempre o leitor sabe colaborar com... o texto". |
Aldo escreveu:Todo texto é um conjunto de códigos; letras, pontuação, parágrafos,
etc..que precisam ser decifrados para alcançar a mensagem oferecida pelo autor,
é uma atividade objetiva realizada pelo entendimento (intus tendere) ir dentro.
http://pt.wikihow.com/Escrever-na-Terceira-Pessoa A partir dessa observação, Eco se utiliza de dois conceitos interessantes: o leitor-empírico e o leitor-modelo. E desdobrará esses conceitos, criando outro par que se oporá ao anterior: o autor-empírico e o autor-modelo. Explicando rapidamente, o autor e o leitor empíricos são aqueles que "têm nome e endereço" - como disse o professor Fernando Muniz. Ou seja, são os sujeitos "concretos", que efetivamente escrevem e leem os textos. |
Aldo escreveu:Se o leitor estacionar no entendimento do texto,
será uma tarefa semelhante a mero “computador”.
Aldo escreveu:Para que tenha utilidade, a mensagem contida no texto
deve agora ser assimilada pelo intelecto do leitor,
Aldo escreveu:o qual utiliza seus recursos da inteligência, é uma atividade subjetiva,
realizada pela compreensão (co prendere) tomar para si.
Aldo escreveu:Gostaria que tu, Tzaruch,
Aldo escreveu:apresentasse os argumentos que tens contra essa descrição.
Aldo escreveu:Mas TEUS argumentos, formulados pela tua inteligência,
não com a bengala dos dicionários.
Aldo escreveu:Teu problema, Tzaruch,
Aldo escreveu:é que estás impedido de admitir que a compreensão possa ser subjetiva
https://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0141 Limites para a compreensão da subjetividade: a concepção do mental como 'res'Publicado no Psicologia.pt a: 2003-10-18 | Idioma: Português (Brasil)Resumo A compreensão do fenômeno da subjetividade é um dos problemas centrais da Filosofia da Mente. No passado, idealistas, realistas e positivistas tentaram, sem sucesso, solucionar o problema – e a causa do insucesso decorreu da identificação do mental como “res”, o que até hoje limita a compreensão do fenômeno da subjetividade. O objetivo deste ensaio é discutir esse limite, a partir do pensamento de Wittgenstein. ........... Juntamente com esse objetivo, e considerando a difusão dos ideais positivistas de cientificidade que desde Comte já influenciaram o pensamento científico (que inclusive fundamentaram os ideais de uma Psicologia Científica), surgem muitos outros problemas, entre os quais o da subjetividade. O objetivo deste ensaio será o de levantar alguns aspectos acerca desse problema através de um ‘sobrevôo’ por parte da história da filosofia e da psicologia, sem a pretensão de apresentar uma solução, mas sim de levantar algumas questões sobre a dificuldade de se estudar estados mentais. Para tanto, iniciaremos analisando o critério de significação, na filosofia realista, do cartesianismo e finalizaremos com uma análise do pensamento de Wittgenstein, o qual acreditamos contribuir para a reflexão sobre o problema da subjetividade. |
Aldo escreveu: pois, em consequencia, terias que admitir também que a interpretação
de um texto tem um componente subjetivo
Aldo escreveu:e isso tu abominas, quando se trata da leitura da Bíblia.
Aldo escreveu:No que se refere à redação, a opinião é inócua, senão deletéria.
Aldo escreveu:A “compreensão” é subjetiva não porque eu o queira, nem é objetiva
porque tu o queiras. A “compreensão” é subjetiva por necessidade.
Aldo escreveu:Caso quiséssemos considerar a “compreensão” objetiva, dever-se-ia
encontrar um outro vocábulo para designar a participação intelectual/
cultural/ racional/ analítica/ sentimental/ emocional do leitor.
Aldo escreveu:Ou então proibamos o leitor de interpretar o texto,
Aldo escreveu:posto que proibido de externar seus, para não dizer opiniões, pontos de vista.
Aldo escreveu:Ou seja, todos os leitores deverão ser obrigados a ter
exatamente os mesmos “pontos de vista”.
Aldo escreveu:Prezado Tzaruch, os leitores são seres humanos, não são computadores.
Aldo escreveu:P.S. É inútil que continues a inserir cópias de conceitos de EGO,
Aldo escreveu:pois que eu tenho o conceito dos meus professores,
Aldo escreveu:dos meus alunos e dos colegas de grupo de estudos.
Aldo escreveu:UM PARENTESIS
da mensagem 92:
Aldo escreveu:
Aldo escreveu:
No que se refere à redação, a opinião é inócua, senão deletéria.
Aldo, você usou duas palavras OPOSTAS em sentido,, é uma coisa a outra ?
Ou é uma coisa senão a outra e quem quiser escolha ?
__Aldo__
Prezado Tzaruch
Na lingua portuguesa o uso da expressão "senão" pode ser
usada para dar maior ênfase ao que se quer apontar,
Aldo escreveu:alternativamente ao já apontado previamente,
por lhe ser superior ou mais grave.
Aldo escreveu:Volto a fazer o mesmo comentário, com outras palavras,
na esperança que o entendas:
Aldo escreveu:= No que se refere à redação, a opinião é inútil pois não produz o efeito pretendido;
ainda mais grave que isso, ela pode chegar a ser prejudicial.
Aldo escreveu:que tal?
Aldo escreveu:P.S. minhas homenagens ao saudoso Prof. Mario Barreto,
meu professor de lingua portuguesa, professor do Colégio Pedro II (Rio de Janeiro)