Caros colegas,
inicio este tópico para apresentar uma face quase desconhecida do público em geral da leitura alegórica da Bíblia. O apóstolo Paulo diria provavelmente uma interpretação espiritual mais condizente, certamente.
Minha apresentação não se funda que eu tenha domínio nesse campo, mas que há pouquíssimo tempo comecei a fazer leitura desse assunto. Estou aqui não para ensinar, de forma alguma, porém muito aprender.
Os colegas poderiam postar também seus conhecimentos, o que me agradaria muito. Além de citações alegóricas da Bíblia, serão bem-vindos os comentários.
Para começar, cito uma passagem muito interessante do livro de Deuteronômio, capítulo 19, versículos 5 e 6, comentados pelo Papa Gregório Magno, no seu livro Regra Pastoral. Nesse trecho, ele comenta uma situação de excesso de correção do mestre espiritual para com seu(s) discípulo(s) e a forma de remediar a situação.
inicio este tópico para apresentar uma face quase desconhecida do público em geral da leitura alegórica da Bíblia. O apóstolo Paulo diria provavelmente uma interpretação espiritual mais condizente, certamente.
Minha apresentação não se funda que eu tenha domínio nesse campo, mas que há pouquíssimo tempo comecei a fazer leitura desse assunto. Estou aqui não para ensinar, de forma alguma, porém muito aprender.
Os colegas poderiam postar também seus conhecimentos, o que me agradaria muito. Além de citações alegóricas da Bíblia, serão bem-vindos os comentários.
Para começar, cito uma passagem muito interessante do livro de Deuteronômio, capítulo 19, versículos 5 e 6, comentados pelo Papa Gregório Magno, no seu livro Regra Pastoral. Nesse trecho, ele comenta uma situação de excesso de correção do mestre espiritual para com seu(s) discípulo(s) e a forma de remediar a situação.
Em tudo isso é preciso saber que, se a alma do doutor se torna áspera ao corrigir, é muito difícil que não lhe escape alguma palavra que não deveria dizer. Acontece com frequência que, quando a culpa dos fiéis é corrigida com ímpeto exagerado, o mestre deslize em palavras desenfreadas. Quando o fogo da correção ultrapassa a medida, o coração dos pecadores se deprime no desespero.
E, portanto, necessário que o pastor que tenha sido rude demais, tomando consciência de haver ferido o coração dos seus fiéis mais do que o devido, recorra sempre, dentro de si, ao arrependimento, a fim de que, por seus gemidos, obtenha o perdão na presença da Verdade, mesmo que a sua culpa provenha precisamente do seu excessivo zelo por ela. O Senhor o expressou com imagens, por meio de Moisés:
Se um homem vai ao bosque com seu amigo para cortar lenha e, impelindo com força o machado para cortar a árvore, o ferro escapa do cabo, atinge o companheiro e o mata, tal pessoa poderá, então, refugiar-se numa das cidades acima mencionadas, ficando com a vida a salvo. Isso para que o vingador do sangue, enfurecido, não persiga o homicida, o alcance e o mate.
Nós vamos ao bosque com um amigo cada vez que nos dispomos a examinar as faltas dos fiéis. Cortamos lenha simplesmente quando, com intenção de caridade, cortamos os vícios de quem faz o mal.
Mas o machado escapa da nossa mão quando a correção se torna excessivamente rude. E o ferro salta do cabo quando, na correção, se deixam escapar palavras muito duras. E ele golpeia e mata o amigo porque a palavra de desprezo faz morrer nele o espírito de caridade. Sim, a alma de quem sofre a correção acaba caindo no ódio se a excessiva correção o condena mais de quanto seria justo.
Mas aquele que golpeia imprudentemente a árvore e mata o seu próximo deve fugir para uma das três cidades, para viver bem protegido numa delas; pois, arrependendo-se, chorando lágrimas de penitência e buscando salvação na unidade do sacramento, através da esperança, da fé e da caridade, não é considerado réu de homicídio perpetrado.
O parente próximo da pessoa morta, encontrando-o, não o fere a morte e, assim, quando vier o severo Juiz que a nós se uniu, compartilhando a nossa natureza, não o julgará réu de culpa, porque fé, esperança e caridade o colocam sob o abrigo do seu perdão.