Norberto, Mas, mudando de assunto, ou melhor, entrando no assunto gostaria de dizer ao Bruno Azeredo que achei interessante essa questão do "presente-histórico" e pergunto:
O presente-histórico também está na parte subrinhada do versículo?
Hebreus 7.8 RA:
Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive.
Se for "presente-histórico" na parte "a" do versículo, podemos afirmar que a prática do dízimo levítico tinha cessado quando foi escrita a epístola aos Hebreus. Voce entende assim?
Presumo que você esteja questionando o fato de que o verbo λαμβανουσιν, no texto grego, aparece só uma vez, na parte "a" do versículo. Lembre-se que Devaney questionava que o verbo está no presente, ao que eu respondi que o verbo está no presente, mas
o sentido está no passado. Obviamente aqui você precisa considerar que embora o verbo não apareça na parte "b", ele está claramente aqui implícito, inclusive porque λαμβανουσιν é plural, mas "aquele de quem se testifica que vive" é singular. Portanto, o "recebe", no singular, concordando com "aquele de quem se testifica que vive", obviamente está semanticamente implícito aqui por uma exigência sintática. E, claro, o seu verdadeiro
sentido aqui é de presente histórico. Por quê? Porque já vimos gramatica e contextualmente que "ali, porém, [recebe dízimos] ..." está se referindo a Melquisedeque ter recebido dízimos de Abraão.
Assim, convictamente eu respondo que não, o "recebem" da parte "a" não é presente histórico; mas sim, o "recebe", necessariamente implícito na parte "b", é um presente histórico.
Mas mesmo que não seja necessário falarmos em presente histórico aqui, dado o fato de o verbo não se repetir na parte "b", não obstante
o sentido da mesma é de um presente histórico, pelos motivo já exposto, a saber, o verbo está implícito na parte "b" do versículo, fazendo referência a um acontecimento ocorrido no passado.
Assim, o melhor que se pode fazer aqui é tentar refutar a afirmativa de que "aquele de quem se testifica que vive" refere-se a Melquisedeque. Mas para defender isto já demos argumentos suficientes. Está gramatica e contextualmente comprovado este fato. Lembrando ainda que "vive" também é sujeito ao contexto e à gramática e, portanto, não tem em si mesmo força para fazer a passagem referir-se a Jesus. Sendo "vive" de significado obscuro, não se deve recorrer a ele para defender a doutrina do dízimo na Nova Aliança.
Em suma, dízimo em Hb 7.8 é gramatica e contextualmente indefensável, além de teologicamente contrário a todo o escopo de evidências escriturísticas.
Agradeço a todos e encerro aqui minha participação no tópico.