UMA NOVA ALIANÇA
Meditação sobre Jeremias 31.31-34
Rev. Paulo Severino da Silva Filho
(Adaptado por Cesar Rien)
INTRODUÇÃO
Celebramos nesta manhã a Ceia do Senhor. Nas palavras de sua instituição, há uma expressão que quero destacar para introduzir nossa reflexão desta hora: “nova aliança”. Segundo o registro de Lucas, [Yeshua] diz sobre o cálice: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós” (Lc 22.20). Com algumas variações, que não cabe discutir aqui e agora, a expressão aparece em Paulo (1Co 11.25), e em alguns testemunhos de Mateus e de Marcos também.
A expressão “nova aliança” vem do texto do livro de Jeremias 31.31-34, único lugar em que ela aparece no AT.
A questão que se coloca diante de nós é a seguinte: Em que sentido se fala de “nova aliança”?
Não se trata de nova no sentido de outra, diferente, como uma leitura apressada do texto pode dar a entender. Não há modificação da aliança firmada por [Elohim] com os pais (entendendo- se aqui que o texto se refere à aliança do Sinai, pela mediação de Moisés); ela nem sequer é chamada de antiga. Trata-se da mesma aliança, única, eterna, fruto da iniciativa da Graça de [Elohim]. Não se altera sua base, que é o amor salvador e perdoador de [Elohim]. Nem se altera seu conteúdo: trata-se das mesmas leis, a mesma Torá, expressão da vontade de [Elohim], que não muda. [Mal. 3:6]
Também não se trata simplesmente de uma transposição da aliança para o âmbito da interioridade. Os termos “entranhas” (que a ARA traduz como “mentes”) e “coração” poderiam nos levar a pensar assim, em algo interior, interno, íntimo, até intimista. Engano: a Aliança de [Elohim] com Seu povo nunca foi uma realidade meramente exterior; ela sempre envolveu o interior do ser humano, sem se limitar a isso. Ela envolve a vida toda das pessoas, tanto atitudes internas quanto ações externas. Ações externas sem atitudes internas correspondentes não fazem o menor sentido na religião bíblica; nunca fizeram. (E ousaria até dizer: não fazem sentido em religião alguma, pois não há como conceber uma religião, qualquer que ela seja, sendo praticada sem sinceridade e seriedade). A espiritualidade e a religião, na Bíblia, dizem respeito sempre à totalidade da existência do ser humano, em todas as suas relações, com [Elohim] e com o próximo.
Então, se não se trata de nova aliança no sentido de outra, diferente daquela do Sinai, e se não se trata de uma interiorização da Aliança, em que sentido se fala de nova aliança? É nova no sentido de renovada. Trata-se de renovação, de novo começo, de nova oportunidade. Um novo começo e uma nova oportunidade que se dão a partir da transformação das pessoas e de sua compreensão da relação com [Elohim].
Não é [Elohim] quem muda, não é a Aliança que muda, são as pessoas que mudam. No tempo anunciado por Jeremias, nova será a maneira de ver e de viver a Aliança, de compreender e de responder à Aliança com [Elohim]. Como será vista essa Aliança Renovada?
I) RELAÇÃO INDIVIDUAL COM [ELOHIM]
A Aliança era até então vista como realidade coletiva, comunitária – com o povo em seu conjunto, ou com parte dele, ou com algum elemento dele que o representasse. Mas agora fala-se que [Elohim] passará a lidar com individualidades. O texto fala de [Elohim] inscrever Suas Leis nas entranhas (sede dos afetos) e nos corações (sede da racionalidade) das pessoas. São os órgãos internos, que caracterizam o indivíduo; e o caracterizam como um todo, por suas emoções e sua inteligência, seus sentimentos e sua razão. O texto fala também de conhecer a [Elohim]; e só indivíduos podem conhecer alguém ou alguma coisa. Fala ainda de perdão de pecados; e, de igual modo, só indivíduos podem pecar e ser perdoados (ou castigados).
Veja os vv. 29-30. Eles falam de responsabilidade individual diante de [Elohim], a partir da citação de um provérbio (que deve ter sido muito usado em Israel) e sua correção. A idéia aparece mais desenvolvida em Ez 18 (que começa citando o mesmo provérbio). Ela se constituirá num traço característico do judaísmo e também do cristianismo. Ela nos ensina que, mais do que [Elohim] de um povo, [Elohim] é [Elohim] de pessoas, de indivíduos. É uma verdade que precisa muito ser destacada numa época de tanta atração ainda exercida por pensamentos e práticas totalitários e coletivistas, por mais incrível que pareça.
A nova aliança é relação individual com [Elohim]. Isto nada tem a ver com o individualismo dos tempos que vivemos, tão equivocado e tão danoso ao próprio indivíduo e aos outros; um mal tão terrível quanto o coletivismo. Isto nos mostra quanta dignidade cada um de nós possui; e quanta responsabilidade também. Por isso a Bíblia diz que [Elohim] julgará a cada um de acordo com suas obras. Não que a Salvação seja por obras (é por Graça); mas as obras são o critério do Juízo, porque revelam a opção fundamental de cada um, as intenções do coração e das entranhas, em outras palavras, a fé de cada pessoa, que será individualmente julgada pelo [Elohim] que estabelece Sua Aliança como relação individual com Ele.
II) RELAÇÃO IMEDIATA COM [ELOHIM]
A Aliança era mediada por instituições: o sacerdócio, o profetismo, a própria monarquia. Agora, fala-se de um acesso direto, de uma relação imediata com [Elohim], expressa em termos de conhecimento, e um conhecimento que será dado a todos, pequenos e grandes (v. 34). Conhecimento é palavra muito importante na Bíblia, e com sentido bastante diferente daquele que tem para nós ocidentais e modernos. Mais do que se referir a algo intelectual, teórico, conhecimento tem a ver com experiência pessoal com [Elohim]; de comunhão de vida com [Elohim]; de um acesso direto a [Elohim], de uma relação pessoal e imediata com Ele, que será possibilitada a todos os que estiverem em Aliança com [Elohim]. Independentemente da mediação de qualquer figura ou instituição.
O cristianismo protestante, muito acertadamente, falará do sacerdócio universal dos crentes – não numa mera inovação sua, mas numa interpretação correta da própria Bíblia, que fala do propósito de [Elohim] de constituir para Si um povo de sacerdotes (cf. Ex 19.6; Is 61.6). No tempo da nova aliança, cada um pode comparecer diante do Trono da Graça de [Elohim], para orar por si mesmo ou por outros, pela mediação de [Yeshua HaMashiach]. Isto não dispensa nem desvaloriza a dimensão comunitária da fé e da espiritualidade, mas ressalta o fato de que é com pessoas individuais que [Elohim] lida. É a pessoas individuais que [Elohim] ama. É a pessoas individuais que [Elohim] quer salvar. É com elas que [Elohim] quer entrar e efetivamente entra em Aliança. Numa relação individual e imediata. E que seja também inquebrável.
III) RELAÇÃO INQUEBRÁVEL COM [ELOHIM]
A Aliança, na concepção do texto de Jeremias, podia ser quebrada, anulada pelo povo. (Embora jamais por [Elohim], sempre fiel a Sua Aliança.) Agora, não. A Aliança será nova porque será inquebrável; não poderá ser desfeita.
Pois envolverá transformação de vidas: novo coração e novo espírito, dados pelo próprio [Elohim] (cf. Jr 24.7; 32.39; Ez 11.19-20; 36.26-28). Isto significa que [Elohim] mesmo criará as condições para que a Sua Aliança jamais volte a ser quebrada. É o que o Deuteronômio chama de circuncisão do coração (Dt 30.6).
A relação com [Elohim] será inquebrável também porque será vivida de dentro para fora: Sua Lei não estará mais inscrita em pedra, ou couro, ou papel, mas em corações e vísceras; não mais será aprendida por ouvir dizer, mas conhecida interiormente, a partir do centro da vida, do coração e das entranhas, das sedes do entendimento e da afetividade. [Considerando- se a afirmação prévia de que as Leis e a Torá são as mesmas.*]
Lembremos Jr 32.40, em que um interessante elemento novo é acrescentado, no mesmo contexto de uma nova aliança, aqui chamada eterna: o temor de [Elohim]. Este elemento, que os livros sapienciais bíblicos chamam de o princípio da sabedoria, sintetiza a atitude correta diante de [Elohim], sem a qual é impossível qualquer relacionamento com Ele. A Aliança Renovada por [Elohim] será eterna, inquebrável, também por isso, porque de coração cada participante dela terá por [Elohim] o devido respeito e reverência.
CONCLUSÃO
Os dias anunciados por Jeremias, dias de chegada de uma nova aliança, são dias como nunca houve. A propósito, a expressão “eis aí vêm dias” também é única em sua forma na Bíblia.
Tais dias são os últimos dias. Dias muito esperados, da intervenção final e definitiva de [Elohim] na história humana.
Tais dias começaram com [Yeshua HaMashiach], cujo natal comemoramos há pouco, e em cuja morte na cruz vimos a expressão máxima do Amor de [Elohim] por nós e a firmação dessa nova aliança anunciada por Jeremias. (Recordemos mais uma vez as palavras da instituição da eucaristia segundo Lucas: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós”.) Por [Yeshua], entramos numa nova relação com [Elohim], individual, imediata, inquebrável.
O que era objeto de anúncio, de expectativa, de promessa, agora é realidade.
É tempo de celebrar a nova aliança, em torno da mesa do Senhor, e de vivê-la todos os dias e em todas as circunstâncias. Que [Elohim] nos abençoe e ajude a fazer assim.
Rev. Dr. Paulo Severino
*O autor é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, professor do Seminário Simonton, onde exerce as funções de Coordenador do Departamento de Teologia Exegética e do Curso de Bacharel em Teologia, e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Meditação sobre Jeremias 31.31-34
Rev. Paulo Severino da Silva Filho
(Adaptado por Cesar Rien)
INTRODUÇÃO
Celebramos nesta manhã a Ceia do Senhor. Nas palavras de sua instituição, há uma expressão que quero destacar para introduzir nossa reflexão desta hora: “nova aliança”. Segundo o registro de Lucas, [Yeshua] diz sobre o cálice: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós” (Lc 22.20). Com algumas variações, que não cabe discutir aqui e agora, a expressão aparece em Paulo (1Co 11.25), e em alguns testemunhos de Mateus e de Marcos também.
A expressão “nova aliança” vem do texto do livro de Jeremias 31.31-34, único lugar em que ela aparece no AT.
A questão que se coloca diante de nós é a seguinte: Em que sentido se fala de “nova aliança”?
Não se trata de nova no sentido de outra, diferente, como uma leitura apressada do texto pode dar a entender. Não há modificação da aliança firmada por [Elohim] com os pais (entendendo- se aqui que o texto se refere à aliança do Sinai, pela mediação de Moisés); ela nem sequer é chamada de antiga. Trata-se da mesma aliança, única, eterna, fruto da iniciativa da Graça de [Elohim]. Não se altera sua base, que é o amor salvador e perdoador de [Elohim]. Nem se altera seu conteúdo: trata-se das mesmas leis, a mesma Torá, expressão da vontade de [Elohim], que não muda. [Mal. 3:6]
Também não se trata simplesmente de uma transposição da aliança para o âmbito da interioridade. Os termos “entranhas” (que a ARA traduz como “mentes”) e “coração” poderiam nos levar a pensar assim, em algo interior, interno, íntimo, até intimista. Engano: a Aliança de [Elohim] com Seu povo nunca foi uma realidade meramente exterior; ela sempre envolveu o interior do ser humano, sem se limitar a isso. Ela envolve a vida toda das pessoas, tanto atitudes internas quanto ações externas. Ações externas sem atitudes internas correspondentes não fazem o menor sentido na religião bíblica; nunca fizeram. (E ousaria até dizer: não fazem sentido em religião alguma, pois não há como conceber uma religião, qualquer que ela seja, sendo praticada sem sinceridade e seriedade). A espiritualidade e a religião, na Bíblia, dizem respeito sempre à totalidade da existência do ser humano, em todas as suas relações, com [Elohim] e com o próximo.
Então, se não se trata de nova aliança no sentido de outra, diferente daquela do Sinai, e se não se trata de uma interiorização da Aliança, em que sentido se fala de nova aliança? É nova no sentido de renovada. Trata-se de renovação, de novo começo, de nova oportunidade. Um novo começo e uma nova oportunidade que se dão a partir da transformação das pessoas e de sua compreensão da relação com [Elohim].
Não é [Elohim] quem muda, não é a Aliança que muda, são as pessoas que mudam. No tempo anunciado por Jeremias, nova será a maneira de ver e de viver a Aliança, de compreender e de responder à Aliança com [Elohim]. Como será vista essa Aliança Renovada?
I) RELAÇÃO INDIVIDUAL COM [ELOHIM]
A Aliança era até então vista como realidade coletiva, comunitária – com o povo em seu conjunto, ou com parte dele, ou com algum elemento dele que o representasse. Mas agora fala-se que [Elohim] passará a lidar com individualidades. O texto fala de [Elohim] inscrever Suas Leis nas entranhas (sede dos afetos) e nos corações (sede da racionalidade) das pessoas. São os órgãos internos, que caracterizam o indivíduo; e o caracterizam como um todo, por suas emoções e sua inteligência, seus sentimentos e sua razão. O texto fala também de conhecer a [Elohim]; e só indivíduos podem conhecer alguém ou alguma coisa. Fala ainda de perdão de pecados; e, de igual modo, só indivíduos podem pecar e ser perdoados (ou castigados).
Veja os vv. 29-30. Eles falam de responsabilidade individual diante de [Elohim], a partir da citação de um provérbio (que deve ter sido muito usado em Israel) e sua correção. A idéia aparece mais desenvolvida em Ez 18 (que começa citando o mesmo provérbio). Ela se constituirá num traço característico do judaísmo e também do cristianismo. Ela nos ensina que, mais do que [Elohim] de um povo, [Elohim] é [Elohim] de pessoas, de indivíduos. É uma verdade que precisa muito ser destacada numa época de tanta atração ainda exercida por pensamentos e práticas totalitários e coletivistas, por mais incrível que pareça.
A nova aliança é relação individual com [Elohim]. Isto nada tem a ver com o individualismo dos tempos que vivemos, tão equivocado e tão danoso ao próprio indivíduo e aos outros; um mal tão terrível quanto o coletivismo. Isto nos mostra quanta dignidade cada um de nós possui; e quanta responsabilidade também. Por isso a Bíblia diz que [Elohim] julgará a cada um de acordo com suas obras. Não que a Salvação seja por obras (é por Graça); mas as obras são o critério do Juízo, porque revelam a opção fundamental de cada um, as intenções do coração e das entranhas, em outras palavras, a fé de cada pessoa, que será individualmente julgada pelo [Elohim] que estabelece Sua Aliança como relação individual com Ele.
II) RELAÇÃO IMEDIATA COM [ELOHIM]
A Aliança era mediada por instituições: o sacerdócio, o profetismo, a própria monarquia. Agora, fala-se de um acesso direto, de uma relação imediata com [Elohim], expressa em termos de conhecimento, e um conhecimento que será dado a todos, pequenos e grandes (v. 34). Conhecimento é palavra muito importante na Bíblia, e com sentido bastante diferente daquele que tem para nós ocidentais e modernos. Mais do que se referir a algo intelectual, teórico, conhecimento tem a ver com experiência pessoal com [Elohim]; de comunhão de vida com [Elohim]; de um acesso direto a [Elohim], de uma relação pessoal e imediata com Ele, que será possibilitada a todos os que estiverem em Aliança com [Elohim]. Independentemente da mediação de qualquer figura ou instituição.
O cristianismo protestante, muito acertadamente, falará do sacerdócio universal dos crentes – não numa mera inovação sua, mas numa interpretação correta da própria Bíblia, que fala do propósito de [Elohim] de constituir para Si um povo de sacerdotes (cf. Ex 19.6; Is 61.6). No tempo da nova aliança, cada um pode comparecer diante do Trono da Graça de [Elohim], para orar por si mesmo ou por outros, pela mediação de [Yeshua HaMashiach]. Isto não dispensa nem desvaloriza a dimensão comunitária da fé e da espiritualidade, mas ressalta o fato de que é com pessoas individuais que [Elohim] lida. É a pessoas individuais que [Elohim] ama. É a pessoas individuais que [Elohim] quer salvar. É com elas que [Elohim] quer entrar e efetivamente entra em Aliança. Numa relação individual e imediata. E que seja também inquebrável.
III) RELAÇÃO INQUEBRÁVEL COM [ELOHIM]
A Aliança, na concepção do texto de Jeremias, podia ser quebrada, anulada pelo povo. (Embora jamais por [Elohim], sempre fiel a Sua Aliança.) Agora, não. A Aliança será nova porque será inquebrável; não poderá ser desfeita.
Pois envolverá transformação de vidas: novo coração e novo espírito, dados pelo próprio [Elohim] (cf. Jr 24.7; 32.39; Ez 11.19-20; 36.26-28). Isto significa que [Elohim] mesmo criará as condições para que a Sua Aliança jamais volte a ser quebrada. É o que o Deuteronômio chama de circuncisão do coração (Dt 30.6).
A relação com [Elohim] será inquebrável também porque será vivida de dentro para fora: Sua Lei não estará mais inscrita em pedra, ou couro, ou papel, mas em corações e vísceras; não mais será aprendida por ouvir dizer, mas conhecida interiormente, a partir do centro da vida, do coração e das entranhas, das sedes do entendimento e da afetividade. [Considerando- se a afirmação prévia de que as Leis e a Torá são as mesmas.*]
Lembremos Jr 32.40, em que um interessante elemento novo é acrescentado, no mesmo contexto de uma nova aliança, aqui chamada eterna: o temor de [Elohim]. Este elemento, que os livros sapienciais bíblicos chamam de o princípio da sabedoria, sintetiza a atitude correta diante de [Elohim], sem a qual é impossível qualquer relacionamento com Ele. A Aliança Renovada por [Elohim] será eterna, inquebrável, também por isso, porque de coração cada participante dela terá por [Elohim] o devido respeito e reverência.
CONCLUSÃO
Os dias anunciados por Jeremias, dias de chegada de uma nova aliança, são dias como nunca houve. A propósito, a expressão “eis aí vêm dias” também é única em sua forma na Bíblia.
Tais dias são os últimos dias. Dias muito esperados, da intervenção final e definitiva de [Elohim] na história humana.
Tais dias começaram com [Yeshua HaMashiach], cujo natal comemoramos há pouco, e em cuja morte na cruz vimos a expressão máxima do Amor de [Elohim] por nós e a firmação dessa nova aliança anunciada por Jeremias. (Recordemos mais uma vez as palavras da instituição da eucaristia segundo Lucas: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vós”.) Por [Yeshua], entramos numa nova relação com [Elohim], individual, imediata, inquebrável.
O que era objeto de anúncio, de expectativa, de promessa, agora é realidade.
É tempo de celebrar a nova aliança, em torno da mesa do Senhor, e de vivê-la todos os dias e em todas as circunstâncias. Que [Elohim] nos abençoe e ajude a fazer assim.
Rev. Dr. Paulo Severino
*O autor é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, professor do Seminário Simonton, onde exerce as funções de Coordenador do Departamento de Teologia Exegética e do Curso de Bacharel em Teologia, e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.