Tzaruch,
A palavra "perfeição" ou "perfeito" na bíblia tem vários significados dependendo do seu contexto. Por exemplo, pode-se dizer que uma faca é perfeita pra cortar. Agora pra você segurar alimento com ela, como faz com a colher ou garfo, já não é perfeita. Ou seja, perfeição absoluta só encontramos em Deus, em assuntos humanos, qualquer perfeição é relativa.
Segundo o dicionário google, perfeito vem do "lat. perfectus,a,um, part.pas. de perficĭo,is, fēci,fēctum, ficĕre 'fazer inteiramente, acabar etc." Juridicamente "é aquilo que está em conformidade com as exigências legais."
Alguma coisa pode ser perfeita pra você, pra mim talvez não seja. E com isso percebemos que aquilo que é perfeito é algo que se encaixa nas normas de excelência estabelecidas por alguém. No caso de uma camisa, por exemplo, quem define essas normas é o fabricante.
No caso da criação, então foi Deus quem estabeleceu se algo era perfeito pra ele ou não e como Criador, tem direito de estabelecer essas normas. É por isso que podemos corretamente dizer que a perfeição de qualquer parte da criação de Deus é relativa, não absoluta. Quer dizer, tudo se relaciona com o objetivo de Deus para com ela, e somente quando soubermos seu objetivo poderemos saber se algo é perfeito aos Seus olhos, ou não.
É por isso que quando Deus criou tudo, "eis que viu que era bom", porque atingiu a finalidade que Deus deu pra ela, ou seja, atingiu suas próprias normas perfeitas. Quando criou Adão "à sua imagem e semelhança", é a mesma coisa. Adão servia a finalidade que Deus deu pra ele. Adão não tinha pecado ainda, então era perfeito e se não pecasse poderia viver pra sempre.
Quando Cristo fala que temos que ser perfeitos, lógico que não é no mesmo sentido de como Adão ou Jesus eram. Não podemos decidir não ser pecador. Já nascemos pecador, mesmo assim temos que procurar atingir as normas estabelecidas por Deus, ou seja, relativamente ser perfeitos, mas não faremos isso como Jesus conseguiu.
Sobre Isaías 45:7, não passa de má, má não, péssima tradução. Veja o que diz o livro "As provas da existência de Deus", páginas 237 e 238:
"O original hebraico possui quatro palavras diferentes para o “mal”, e nem todas elas representam o mal moral. Aqui a palavra hebraica utilizada é ra, que tem como um de seus significados “calamidade” (Concordância de Strong, 7451).
Essa interpretação é ainda mais reforçada pelo contexto, que traça um contraste entre paz e guerra, e não entre bem e mal. Se a tradução correta fosse por “mal”, o texto estaria contrastando o bem e o mal, e ficaria assim: “eu faço o bem e crio o mal”. Mas ele está em contraste com paz, o que significa que está no contexto de batalha, pois o inverso de paz é guerra.
Norman Geisler e Thomas Howe acrescentam no “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia”:
“Na sua forma temporal, a execução da justiça de Deus às vezes é chamada de ‘mal’, porque parece ser um mal aos que estão sujeitos a ela (cf. Hb 12:11). Entretanto, a palavra hebraica correspondente a ‘mal’ (rá) empregada no texto nem sempre tem o sentido moral. De fato, o contexto mostra que ela deveria ser traduzida como ‘calamidade’ ou ‘desgraça’, como algumas versões o fazem (por exemplo, a BJ). Assim, se diz que Deus é o autor do ‘mal’ neste sentido, mas não no sentido moral”.
Assim, a tradução mais correta desse verso é aquela oferecida pela Nova Versão Internacional e por outras versões, que diz: “Eu formo a luz e crio as trevas, promovo a paz e causo a desgraça; eu, o Senhor, faço todas essas coisas” (Isaías 45:7)
A “desgraça” (NVI) ou “mal” (ARA) não é o mal moral, como o pecado, mas a guerra, em contraste com a paz."
Sim, "trevas" é contrastado com a "luz", ou seja, está falando da criação de Deus, luz e falta de luz e da mesma forma, Deus causa a calamidade. Por exemplo, um bandido ser preso é uma calamidade ou uma desgraça pra ele, mas é um bem pra sociedade.
Sempre lembre-se do princípio de Tiago 1:13-15, que fala sobre o mal moral: "Deus não é provado pelo mal, e nem prova ele a ninguém".
Sobre as árvores, quem dá conhecimento pra alguém ou vida eterna é somente Jeová. Aquelas árvores REPRESENTAVAM isso, caso eles comessem. É da mesma forma com o sangue. Quem dá a vida a alguém é Deus, e essa vida que Deus nos dá é representada pelo sangue (Gen 9:4), tanto que Deus exige a prestação de quem derrama o sangue (tira a vida) de uma outra pessoa que Ele mesmo deu.
Se passassem no teste da árvore do conhecimento do que é bom do que é mau, Jeová iria deixar eles comerem da árvore da vida e significaria que Jeová daria vida eterna pra eles. Não era a árvore que tinha poderes miraculosos.
Da mesma forma é com a árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau. Você acha que se comer dessa árvore fosse uma coisa boa, Deus proibiria? Sendo que a bíblia diz que todo presente perfeito vem de Deus (Tiago 1:17)? Se fosse bom comer daquela árvore, Deus deixaria. E se Deus quisesse que eles comessem, Deus não os puniria depois por essa desobediência. Isso seria injusto da parte de Deus, o qual não é injusto.
Isso apenas mostra que se eles NÃO COMESSEM, estariam se sujeitando a liderança de Deus, ou seja, deixariam Deus decidir o que é bom e o que é mau em termos morais. Vale lembrar que quem primeiro falou que eles seriam como Deus, sabendo o que é bom e mal, foi o Diabo. Sim, ele mentiu e acusou Deus de ser um mau pai, sugerindo que Deus estava negando algo bom pra eles. Em outras palavras, o Diabo estava dizendo que eles podiam por si próprios decidir o que era bom e mal, da mesma forma que Deus, POR SER O CRIADOR, pode corretamente estabelecer normas.
Uma nota de rodapé de A Bíblia de Jerusalém (ed. 1985) expressa-se do seguinte modo: “O conhecimento do bem e do mal é a faculdade de decidir por si mesmo o que é bem e o que é mal, e de agir conseqüentemente: reivindicação de autonomia moral . . . O primeiro pecado foi um atentado à soberania de Deus.”
Você disse: "Mostre qual é o texto que fala desse direito de DEUS decidir o que é bom e o que é mau"?
E precisa de texto? Se Deus é teu pai, teu CRIADOR, então é a ele quem você deve obediência. É ele quem deve determinar o que é certo e errado pra você.
Jeová estabeleceu regulamentos para toda sua criação. Uma obra de referência¹ diz:
"Jeová estabeleceu leis que governam todas as coisas criadas. Jó 38:10 menciona um “regulamento” para o mar; Jó 38:12, a ‘ordem dada à manhã’; e Jó 38:31-33 traz à atenção as constelações de estrelas e “os estatutos dos céus”. Continuando nos capítulos 39 até o fim do 41 , mostra-se o cuidado de Deus para com o reino animal, e atribuem-se o nascimento, os ciclos de vida e os hábitos dos animais a regulamentos baixados por Deus.
De fato, na própria criação das formas de vida, Deus incorporou a lei de que cada uma devia reproduzir “segundo a sua espécie”, tornando impossível a evolução. (Gên 1:11, 12, 21, 24, 25) O homem também gerou filhos “à sua semelhança, à sua imagem”. (Gên 5:3) No Salmo 139:13-16, o desenvolvimento embrionário dum bebê no útero é mencionado, as suas partes estando escritas ‘no livro de Jeová’, antes que quaisquer delas realmente existissem. Jó 26:7 descreve a Jeová como ‘suspendendo a terra sobre o nada’. Os cientistas hoje atribuem a posição da terra no espaço primariamente à interação entre a lei da gravidade e a lei da força centrífuga.
No jardim do Éden, Adão e Eva receberam ordens de Deus quanto a seus deveres (1) de encher a terra, (2) de subjugá-la e (3) de ter em sujeição todas as outras criaturas viventes da terra, do mar e do ar. (Gên 1:28) Deram-se-lhes leis sobre a dieta alimentar, sendo-lhes concedido como alimento a vegetação que produzia semente e os frutos. (Gên 1:29; 2:16) No entanto, Adão recebeu uma ordem que lhe proibia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gên 2:17); esta ordem foi transmitida a Eva. (Gên 3:2, 3) Apresenta-se Adão como transgressor e violador de propriedade alheia porque violou uma lei expressa."
Falando sobre a consciência que Deus implantou nos humanos essa obra explica:
Desde o início, o homem tem tido uma consciência. Adão e Eva manifestaram isso assim que violaram a lei de Deus e se esconderam. (Gên 3:7) Lemos em Romanos 2:14, 15: “Pois, sempre que pessoas das nações, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, tais pessoas, embora não tenham lei, são uma lei para si mesmas. Elas é que são quem demonstra que a matéria da lei está escrita nos seus corações, ao passo que a sua consciência lhes dá testemunho e nos seus próprios pensamentos são acusadas ou até mesmo desculpadas.”
Pode-se assim ver que a consciência não foi eliminada nem mesmo entre não-cristãos. Isto se dá porque toda a humanidade descende de Adão e Eva, em quem a consciência era inerente. Muitas leis das nações estão em harmonia com a consciência do cristão, no entanto, essas nações e seus legisladores talvez não tenham sido absolutamente influenciados pelo cristianismo. As leis foram feitas segundo a orientação da própria consciência deles. Todos têm a faculdade da consciência, e é para esta que o proceder de vida e a pregação dos cristãos apelam. — 2Co 4:2.
Sim amigo, o texto é claro ao dizer que a lei de Deus já em nosso íntimo (no coração) e nós sabemos por natureza (pq já fomos criados com ela ) se algo é certo ou contrário às leis que Deus nos deu.
Sim amigo, Jeová é quem tem o direito de estabelecer normas quanto ao que é certo e o que é errado. Jesus foi o único que fez isso perfeitamente. É por isso que a bíblia diz que devemos seguir as leis de Jesus, que por sua vez seguiu as leis de seu Pai:
Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele:aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou." (1 João 2:4-6)
Fonte: Dicionário Estudo Perspicaz, tópico "Lei".