Eu realmente abri bastante o assunto, pois estava expondo coisas que nem mesmo eram conhecidas da grande maioria do crentes. Trata-se do PERSONALISMO CLIENTELISTA que estamos combatendo veemente. Falei sobre igrejas que só precisam de pessoas congregando, mesmo que não sejam convertidas ou mesmo que contribuam com qualquer valor, para mostrar o mesmo efeito do partidarismo político. O político só precisa do seu voto, o resto é com eles. Uma placa de igreja só precisa de pessoas entrando e saindo, para poder numerá-las.. o resto é com a cúpula que trabalha em oculto.
Claro que esse assunto abrangente atinge todas as denominações atuais, dizimistas ou não, pois as raízes são as mesmas. Quem dá uma moeda dá um milhão, como a viúva. O que estou afirmando é que as atuais igrejas vivem em torno de uma matriz, como se a igreja fosse a fonte de salvação e não a Palavra. Estamos presenciando inúmeras igrejas tradicionais caindo frequentemente e nada é feito para mudar o quadro. A cada dia que passa se multiplica a incredulidade acerca do que está estabelecido e os crentes parecem não se importar.
Companheirismo entre irmãos é fundamental para a existência da igreja, mas quando há uma
dominação de placas de igrejas presas dentro de um argumento contra o padrão bíblico estabelecido, então passa a existir um personalismo religioso perigoso e mesquinho. Dentre as igrejas evangélicas, certamente a CCB é uma das que ainda sustenta o vínculo tradicional, mas que aos poucos também vai sendo mudado se distanciando da base original. Veja o que foi a Assembleia de Deus, o que era e o que é hoje?!! Você pode até dizer: "mas a nossa igreja não vai acontecer isso!!" Tudo é só questão de tempo, pois a base é praticamente a mesma, com o diferencial somente do Dízimo, pastor e do ósculo. Uma pessoa que trabalhou em um banco disse que a CCB movimentou em torno de sete milhões de reais em um só mês, isso só em Brasília-DF; agora imagina isso no Brasil inteiro e no mundo?! Enquanto uns doam módicas ofertas, outros movimentam grandes somas desproporcionais, de forma que a presença de pessoas entrando e saindo é tudo que importa. Diga-me, quantas igrejas poderiam ser construidas com todo esse valor mensal? Se só com OFERTAS já se pode levantar tal quantia, quanto mais se todos fossem participantes em proporções iguais?
Você cria seus filhos com todo o zelo e cuidados cristão, mas o professor dele é um pervertido e incrédulo. Uma mãe solteira ou mesmo casada precisa trabalhar e não tem quem cuida dos seus filhos, então procura uma creche espírita ou católica, ou de entidades estranhas a fé dela, como ficaria a educação dos seus filhos? Certamente Deus cuida, mas qual é o preço?
Para nós, a igreja é um Estado dentro do Estado, onde cada parte deve fazer aquilo que lhe é compatível, de forma que não devemos esperar nada desse mundo, mas em Deus. Essa ajuda, não parte da boa vontade de um dirigente, mas um DIREITO de todo membro arrolado, que deve cobrar da sua instituição uma distribuição correta dos recursos arrecadados. Somente com ofertas, o crente não pode cobrar nada da sua instituição ou associação, mas uma vez DIZIMISTA ele pode cobrar uma administração transparente e correta da sua igreja. Por isso a cada dia surgem novas igrejas sem uma cobrança formal do dízimo, pois assim o crente só precisa doar "qualquer coisa" e fica tudo certo. Com isso, inúmeras igrejas recebem doações de empresários (de todos os ramos lícitos ou não) e passam para o governo como ofertas dos membros. Uma vez o dinheiro somado ao montante, então grande parte desse valor volta para o seu dono original como dinheiro limpo e pode até ser integrado ao patrimônio do doador como serviços prestados. Veja que não estou acusando as igrejas em nada, mas alertando aos crentes sobre essas práticas que inclusive foram publicadas pela Revista Eclésia, onde diversas igrejas brasilieira receberam dinheiro de outras igrejas dos Estados Unidos e Europa.
Quando vejo alguns citando o dízimo com um certo desprezo, menosprezando algo que realmente lhes dá direito, percebo a necessidade de uma pregação mais ofensiva e direcionada. A pessoa verdadeiramente está expressando um pensamento clientelista de pessoas mornas que pouco se importam com a finalidade da sua instituição. Só pode cobrar alguma coisa do governo quem está em dias com suas obrigações, pois os que vivem marginalizados não podem cobrar nada. As pessoas preferem viver em assentamentos ou debaixo de pontes do que lutarem por seu direito de casa própria, assim são as igrejas, que preferem ver seus membros mendigando o pão do que darem a elas o que lhes é de direito.
O dízimo na Nova Aliança não só é o meio na qual identifica o crente com sua igreja, como também lhe dá direitos e deveres. Sua participação não é de coadjuvante, mas como protagonista. A visão imperialista das igrejas leva seus súditos a aceitarem o domínio de forma fatalista imobilista, onde a mera associação dá a impressão de ser um participante, mas na verdade, é só um mero expectador que não herda com os demais que são participantes.
Os dízimos devem ser consumidos por quem? Da mesma forma, toda a oferta doada deve ser consumida pelo crente na sua congregação e deve ser utilizada para seu bem-estar social. É muita hipocrisia uma igreja cheia de pessoas e ainda ter necessitados que não são amparados, mesmo já sendo batizado. Analfabetos que não possuem uma estrutura que ensine o básico ou órfãos, viúvas e idosos que não são acolhidos, enquanto a igreja está abastada de dinheiro jorrando continuamente sem que os membros saibam seu destino. Quando dão uma cesta básica, tocam trombeta e anunciam de tal forma que parece que estão ajudando o mundo inteiro..
Infelizmente o EXORCISMO ao dízimo leva diversos crentes a pensarem que estão dando o dinheiro para o pastor e isso é errado. Se os pastores fazem o que bem querem com o dinheiro entregue, é justamente por causa das pessoas que contribuem para isso, por ignorância. Da mesma forma, quem pensa que dá oferta e está tudo certo, por sua igreja não ter pastor, também está errado, pois a finalidade do dinheiro em si é que determina o que é certo ou errado. Só o fato de pensar que TEM QUE DAR UMA OFERTA já é um pensamento clientelista, que foi criado pelo marketing evangélico. Pra começar, ninguém tem que pagar nada, já que a Salvação é de Graça, ou seja, não teria dinheiro no mundo que pudesse pagar, mas já a manutenção da sua casa é outra coisa. Congregar em igreja que é sustentada por outros é o mesmo que dá esmola tirando do chapéu dos outros. Isso não gera compromisso. É como morar junto amasiado e se recusar a casar, pois vai que no futuro pode arranjar outro cônjuge melhor e então a separação fica mais fácil.
Para resumir, o dízimo é a única fonte de ligação do crente com a sua igreja, onde ele contribui e administra o que está sendo arrecadado, por meio de normas internas da igreja, administrado por pessoas eleitas por voto direto e com tempo de mandato. Da mesma forma, cabe aos membros eleitos para suas finalidades administrar o montante e prestar conta do que foi feito de forma clara e transparente. A igreja por si só deve cuidar dos seus membros arrolados, dando-lhes condições que possam suprir suas necessidades básicas, já que para isso Deus abençoa os dizimistas e ofertantes.