por Lúcio Monteiro Ter 27 Out 2015, 15:11
Caro Gonçaze
É muito bom viver, mas meu maior medo hoje não é o medo de morrer, mas o medo de perder a aprovação de Deus e a verdadeira vida, que é eterna.
Exupéry afirmou que "o homem só teme o desconhecido". É evidente que se enganou. Nossos maiores medos estão relacionados à intensidade e à duração das situações indesejadas. Por essa razão, o maior medo possível a um ser humano é o medo do tormento eterno no inferno. Os que não acham que sofrimento eterno é o pior de seus medos se enquadram geralmente em dois grupos: os que não acreditam no inferno ou os que têm certeza de sua salvação ou estão certos de que não vão pra lá. Os comentários apresentados até agora comprovam isso.
O medo é também um mecanismo que Deus implantou nos animais e nos homens, visando a proteção deles. Deus avisou a Adão para não comer de certo fruto, e lhe informou a consequência da violação, para que tivesse medo de perder a dádiva da vida. Evidentemente, Adão e Eva não tiveram tanto medo assim de desobedecer a Deus, visto que o fizeram.
Também, o aviso de Deus não foi uma coação nem uma chantagem, porque, como disse o Adauto, "quem não existe, não sofre". Se Adão e Eva tivessem razões para acreditar que a consequência da desobediência seria um tormento eterno e consciente em um lago de fogo, eles jamais escolheriam comer do fruto. Todavia, a obediência deles não teria valor por ter sido imposta, à revelia, sem que eles pudessem decidir livremente como prefeririam agir. Além disso, Deus poderia ser acusado de não lhes ter conscientizado sobre a pior das consequências da desobediência: o que hoje é popularmente conhecido como "inferno".
Eu fui treinado pela Bíblia, pelo exemplo de Jeová [que deixou seu filho morrer], e de Abraão [que a bem dizer deixou seu filho morrer], além dos primitivos cristãos [que preferiram ver seus filhos devorados pelos leões do que renegar a sua fé] e cristãos atuais. Encaro portanto a morte, embora indesejada, como uma interrupção temporária da vida.
Lúcio Monteiro