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Ernesto disse: “mas elas não nos dão a certeza que ele possuía toda lembrança do passado ”. Caro amigo, obrigado por responder. Jesus não dá pista alguma de haver esquecido seu passado. Dizer que ele não lembrava é inferência contrária à evidência. Mas, respeito teu ponto de vista e pelo que você falou seu conceito de trindade não é ortodoxo, sendo essencialmente unitarista no período em que Cristo encarnou. Não se faz necessário alongar a questão!
Paz seja contigo!
Clébio disse: “Aliás, não se constrói uma doutrina com um único verso para sustentar uma posição. ” Nisso estamos de acordo. Mas, também não se pode negar a verdade dita em Jo. 8.42 que se coaduna com o restante da evidência bíblica.
O seu comentário a Cl. 1.16 expõe apenas o que você acha sem preocupação de fundamentar. Office-
boy?
Quanto à Cl. 1.17, quem incluiu foi o prezado quando frisa o “NADA”. Só mostrei o problema de sua argumentação. E o nada se opõem ao TUDO (Ef. 1.10) que vai ser reconciliado com Deus através de Cristo, nos céus e na terra. O que incluiria o Diabo. Então, como você bem falou não se pode pegar um único verso. Ele precisa além de ter uma verdade em si mesmo, ser entendido em harmonia com o restante da Bíblia, sem que uma coisa negue a outra.
Você disse: “Será que Cristo também não estava na eternidade? ”. No sentido que Deus estava, não! Mq. 5.2 usa “מִימֵי עֹולָם” (miymêy `olâm) onde as Almeidas verteram por “desde os dias da eternidade”. A expressão aparece em outros locais da Bíblia sem que se tenha feito uso do entendimento de eternidade para eles. No mesmo livro profético, por exemplo, encontramos, em 7.14, “כִּימֵי עֹולָם” (kiymêy `olâm) onde foi traduzido por “nos dias do passado”. Em Am. 9.11 vemos Deus falando do tabernáculo caído de Davi e diz: “o edificarei como nos dias da antiguidade”, aqui “dias da antiguidade” é também “כִּימֵי עֹולָם” (kiymêy `olâm). Ora, será que o tabernáculo de Davi estava de pé desde os dias da eternidade (em sentido eterno como Deus é eterno) ou é mais apropriado entender que esteve de pé desde os tempos antigos? Também em Ml. 3.4 lemos “כִּימֵי עֹולָם” (kiymêy `olâm), e foi traduzido por “como nos dias antigos”. Em Is. 63.9 encontramos semelhante expressão “כָּל־יְמֵי עֹולָם” (kol-yemêy `olâm) e as mesmas Bíblias traduziram por “todos os dias da antiguidade”. A mesma coisa ocorre em Is. 63.11 “יְמֵֽי־עֹולָם מֹשֶׁה” (yemêy-`olâm mosheh) onde foi vertida por “dos dias da antiguidade, de Moisés)”. Assim, Mq. 5.2 não é um bom verso para defender a eternidade de Jesus. A NVI verteu “Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos”.
Clébio disse: “Prezado amigo, não cofunda missão com natureza!!!” Mas, eu não confundi nada. Ser Deus é uma missão? Jesus diz que veio de Deus, não dele mesmo. Antes de vir Jesus estava em missão de ser “Deus”, e quando veio deixou de ter a natureza de Deus, por causa da “missão” de homem?
Quanto à Is. 7. 14-16, não há como o trinitarismo se harmonizar com Mc. 13.32, a não ser que Jesus dentro do trinitarismo não seja “Deus” e “homem” ao mesmo tempo.
Se ele nunca foi Deus no sentido que o Pai é, tudo se explica facilmente, mas se ele é tão Deus quanto o Pai em essência, então, a coisa se complica muito, pois não é o fato de ser Pai que a “primeira pessoa”, ou qualquer outra “pessoa” da Deidade, sabe o dia da volta de Cristo, mas o fato de ser Deus. Por ser Deus, o Pai sabe, por não ser nem os anjos, nem o Filho sabem. Simples assim!
Ual, você arrumou um fraseado para inverter as coisas? Humm! De fato, há coisas que Deus não pode fazer, pois, por exemplo, é impossível que Deus minta (Hb. 6.18), ou morra, como Jesus morreu, mas esse último fato em acontecendo com Deus, caracterizaria a negação da natureza de Deus que é imortal, logo não se pode pegar esse tipo de coisas para dizer que Jesus pode o que Deus, que é o Pai, não pode. Deus não poder algo que negue sua natureza é bíblico e salutar. Não estamos falando de coisas inerentes aos homens, estamos falando das coisas não possíveis aos homens. Você mesmo citou Lc. 18.27. Buscar essa inversão, tem seu grau de deturpação.
Em Jo. 5.19 Jesus pode fazer tudo POR SI MESMO? O que o verso diz a respeito de poder fazer por si mesmo?
Paz seja contigo!
Gilcimar Já conversamos a respeito sobre esse assunto. Sugiro olhar nas postagens passadas. Se o amigo não lembra, significa dizer que a explicação que eu der aqui vai ser, eventualmente, esquecida e eu precisarei relembrar novamente no futuro, por isso sugiro pesquisar. Esse exercício vai fazer você valorizar mais a resposta e, quem sabe, fixá-la na memória!
Não retornei aos debates, estou só de passagem. Debater demanda tempo e dedicação, e tenho coisas que também me requerem tempo e dedicação, que prejudicaria um debate como eu gosto de fazer.
Paz seja contigo!
Pires, você disse: “Percebo claramente, porém não existe absolutamente nada que o filho não possa fazer”. Desculpe! Mas, não percebeu claramente, não!
O Filho faz tudo igualmente ao Pai de SI MESMO? É isso que diz o verso? Se ele faz tudo que o Pai faz, mas não faz nada de SI MESMO, isso implica que ele é igual ao Pai, mesmo não podendo fazer NADA DE SI MESMO? É assim que você entende? O fato de ele fazer “TUDO” anula o fato de que ele DE SI MESMO NÃO PODER FAZER?
Mesmo sem ter capacidade de fazer por si mesmo, o Filho só faz igualmente o que vir o Pai fazer, ok? Essa é a premissa para que ele possa fazer certo? (Claro que não estamos falando de coisas estritamente humanas. O contexto deixar claro que tipo de coisa é). Então, pergunto: Jesus poderia fazer algo se o Pai não resolvesse lhe “mostrar”? Ou Jesus poderia fazer algo primeiro que o Pai, considerando que o verso diz que tudo depende de o Pai lhe mostrar antes para que ele possa fazer?
Quanto à questão de adoração, Pires escreveu: “Não o próprio, mas o filho e como tal, Deus ordena que seja adorado. ” Isso complica bastante o problema se a ideia é defender o trinitarismo ortodoxo e não uma variação pessoal (como o caso do respeitável Ernesto, que defende uma ideia heterodoxa de trinitarismo). Quem quer que seja adorado em sentido de culto, só pode ser adorado porque é Deus, não simplesmente porque é Pai ou porque é Filho, mas porque é Deus. Por isso o problema e todas as perguntas feitas permanecem.
Não sei se notou, mas sua frase final “Faz sentido”, não faz sentido!
Prezadíssimo Pires, não sei o quanto você é trinitário. Dispus-me em conversar um pouco contigo, para tentar mostrar as incoerências do trinitarismo. Perceber ou não isso depende muito do grau de envolvimento com o dogma (Fui trinitário por uns 20 anos). Podemos continuar mais um pouco, pois não tenho a mesma intenção com os outros porque já os conheço e já debatemos antes. Comentei as postagens deles para tentar fazer você, se as leu, perceber os problemas argumentativos. Mas, minha sequência vai depender do quanto você é capaz de notar a falha trinitária e da disposição de um exame isento da questão.
Paz seja contigo!