por Pereira Sáb 09 maio 2009, 14:03
Por isso mesmo é importante fazer com que as entendam que nossa comunhão é com o pai. Somente com o PAI.
Porque é tão importante que a nossa única e exclusiva comunhão seja com o Pai?
Existem diversos problemas decorrentes de uma busca de comunhão interpessoal independente da comunhão com o Pai.
Um destes sérios problemas é o "efeito camaleão": a pessoa que toma a cor do lugar onde se encontra para sempre ficar "de bem" com tudo e com todos.
Este tipo de pessoa tende a ser sempre um "seguidor das massas".
Onde todos forem, é por ali que ele vai; afinal, ter comunhão com as pessoas ali é para ele muito importante, mais do que ter comunhão com o Pai.
Este tipo de pessoa dificilmente poderá ser usado como um agente de mudanças e correção de rumo em qualquer lugar que frequente. Seu alvo não é ter coisas em comum com o Pai, que é o Padrão a ser seguido, mas sim, ter comunhão com as pessoas. Ele prefere estar no êrro e com falta de comunhão com o Pai, contanto que esteja bem com todos e seja bem considerado por todos.
Geralmente ele evita confrontos e faz qualquer concessão com a verdade, se este for o preço de estar "em comunhão" com todos.
Ele não é uma estaca firme e ponto de referência para os demais pela grande comunhão que desfrute com o Pai; pelo contrário, gosta de crer no que a maioria crê e fazer o que a maioria faz, independentemente de ser verdadeiro ou não, justo ou injusto.
A maioria torna-se também, para este tipo de pessoa, uma referência constantemente citada em suas conversas ou quando porventura é questionado.
Tomar uma posição que seja favorável à verdade e justiça, que porém vá contra a maioria, é muito difícil, senão impossível, para este tipo de pessoa.
Há uma pergunta que tenho recebido muito freqüentemente nestes últimos tempos que é um exemplo claro deste tipo de pessoa.
A pergunta é a seguinte: "Você quer me dizer então que milhões de pessoas estão erradas no mundo"? Eu sempre respondo: "Desde quando números podem mudar a mentira em verdade, ou a injustiça em justiça"?
Se dentro de minha comunhão com o Pai eu tiver de ser o único ser humano sobre a terra a crer em algo ou afirmar algo, certamente serei, pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
São muitas as passagens bíblicas onde se vê uma pessoa solitária afirmando coisas totalmente diferente das crenças e práticas de toda a nação, inclusive com o risco de morrer, indo porém adiante sem esmorecer, valorizando sobremaneira sua comunhão com o Pai, em detrimento de sua comunhão com os homens.
Se considerarmos os fatos e ensinamentos bíblicos, existe uma clara relação de POUCOS para MUITOS, dos que são salvos para os que se perdem.
De toda uma geração que saiu do Egito, somente DOIS entraram na terra prometida. De toda uma geração antediluviana, somente uma única família foi salva.
De Sodoma e Gomorra somente uma família escapou, e mesmo assim com a perda da mulher que olhou para trás. O Mestre nos instruiu e exortou a entrar pela porta estreita onde POUCOS entram e são salvos, e não pela porta larga onde MUITOS entram e se perdem.
Este é o segundo grande perigo de se buscar comunhão direta com as pessoas e não uma comunhão que seja "efeito" de uma comunhão com o Pai Eterno Criador.
Dentro do contexto em que João começa sua epístola, notamos claramente que ele está desejoso, muito desejoso, de ter comunhão com aqueles a quem suas palavras estavam sendo dirigidas naquela época, e até nós nos dias de hoje quando lemos.
E ele deixa bem claro a qual comunhão ele está convidando. "Ora, a nossa comunhão é com o Pai...".
Nos versos seguintes, em especial os versos 6 e 7, visualizamos com extrema clareza a questão da comunhão com o "ter coisas em comum". João diz: "Se dissermos que mantemos comunhão com Ele (o Pai) e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade".
No verso 7 ele diz: "Se porém andarmos na luz, como Ele (o Pai) está na luz, mantemos comunhão uns com os outros...".
Ora, no verso 6, JOão mostra com clareza que o Eterno não tem trevas; logo aquele que andar em trevas não tem "coisas em comum" com Ele, não tem comunhão.
E o mais maravilhoso ele diz a seguir, afirmando que se andarmos na luz, do mesmo jeito que YAOHU UL está na luz (isto é comunhão com o Pai), então, e tão somente, mantemos comunhão uns com os outros.
Se observarmos estas palavras com atenção e extrairmos tudo que elas realmente nos dizem, podemos concluir com paz que:
a) Só há comunhão direta, dentro do conceito bíblico, com o Pai.
b) Só há comunhão indireta, dentro do conceito bíblico, entre pessoas que estejam andando na luz.
c) Não há comunhão alguma, no sentido escritural, entre pessoas que andem em trevas.
d) Não há comunhão alguma entre duas pessoas se uma estiver na luz e a outra estiver em trevas.