Marcelo Almoedo escreveu:Em suma, se Jesus foi defender a lei, então, sua morte não pode ser sacrificial. Ou, se sua morte é sacrificial, Ele rejeitou a lei que Ele afirmava defender. Em ambos os casos, doutrina central do cristianismo da morte sacrificial de Jesus é provado ser biblicamente insustentável. O cristianismo é, portanto, um perigo de desmoronamento a distância. As apostas são muito altas. Se o cristianismo sucumbe a uma repartição interna, a ordem moral no mundo seguirão em breve ....
Bom dia Marcelo!
Gostaria que você compreendesse a superioridade do sacrifício de Cristo em relação aos cerimoniais da Lei dentro do contexto da expiação dos pecados, haja visto que o sacrifício de animais era um ritual (cerimônia) onde o
ofertante transgressor da Lei (o pecador) fazia o pagamento (quitação de dívida - Τετέλεσται) da pena imposta a si mesmo:
Palavra Original: τελέω
parte do discurso: Verbo Transliteração: Teleo ortografia fonética: (eh'-tel-o) Definição sucinta: eu acabar, realizar, pagar Definição: (a) eu acabar, acabamento, (b) eu cumprir, realizar, (c)
que eu pagoAssim, a morte do transgressor da Lei ("a alma que pecar esta morrerá") é transferida para o animal e há uma quitação de dívidas. Na contra-partida, o sangue o animal isento de pecado, devolvia ao pecador a justificação pelos pecados, e não somente isto, mas devolvia-lhe uma VIDA pela metade, pois o sangue do animal simbolizava o perdão (pagamento) dos pecados mas não a PURIFICAÇÃO da consciência:
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça. 1 João 1:9
São duas coisas muitos distintas. Nada adianta ter o pecado (ação) perdoado, se a CULPA
COMO CULPA permanecer como consequência. Exemplo clássico são os homicídios, onde as penas imposta e (quando) pagas não devolvem ao transgressor a extinção da CULPA , ou seja, é uma justiça pela metade, pois não há purificação quanto a consciência, a CULPA SEMPRE PERMANECE.
Pois bem, o sacrifício do animal também era algo imperfeito do ponto de vista da JUSTIÇA ser completa:
Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne (pecado), quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno
se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus,
purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? Hebreus 9:13-14
Assim temos, que o primeiro diferencial do sacrifício de Cristo é ser superior aos sacrifício de animais, pois é mais abrangente (completo).
Por ter este diferencial, a oferta de Cristo, o Seu sacrifício, não vem pelas regras dadas a Arão, ou seja, não vem pelo Levíticos, apesar de haver algumas semelhanças, o sacrifício de Cristo é segundo uma outra Ordem de Sacerdotes, com Leis e Cerimoniais distintos, qual seja, a Ordem de Melquisedeque.
De sorte que,
se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.Hebreus 7:11-12
Assim, o que lhe parece contraditório, na verdade, é a falta de entendimento acerca do que Deus estabeleceu como função expiatória para os judeus e a função expiatória de Cristo, que se estabelece por outros cerimoniais e consequentemente por outra lei.
E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Efésios 5:2
A diferença entre estas duas ordens sacerdotais são básicas: A primeira não revela AMOR. Por isso que os ateus são categóricos em dizer que os sacrifícios do AT só mostram um "deus" sanguinário. Só quando Jesus incia seu ofício sacerdotal, que é segundo a Ordem de Melquisedeque, que nos é de fato revelado o AMOR de Deus-PAI, onde o pagamento (quitação de dívidas) não é feito pelo pecador, mas sim pelo próprio Deus!
Sendo Jesus homem, sendo Jesus Filho do Deus Vivo e portanto, DEUS como o Pai é, faz de si mesmo uma oferta voluntária, e se entrega para morte como uma ovelha muda, com a mansidão de um Cordeiro, e faz isto por AMOR.
Agora podemos identificar que as características entre os dois rituais (Levítico e Melquisedeque) parecem semelhantes, mas em verdade revelam profundas diferenças.
São estas diferenças que trazem ao leigo um entendimento de contradição!