Olá, Edson
Paulo se demora em 1 Cor. 15:35-55 detalhando sobre o “corpo celestial”. Para que tanto espaço para destacar isso, se a crença correta fosse do “morrer e ir pro céu”? Justamente ele acentua isso para explicar o que se dá após a morte--um novo corpo, incorruptível, será concedido aos remidos na ressurreição, em substituição ao corpo corruptível que agora temos.
Sendo que as almas ou espíritos dos remidos já entram na glória logo após a morte (no que contradiz o que Paulo diz em 1 Cor. 15:54, de que a vitória sobre a morte se dá com a ressurreição, pois se na morte uma alma prossegue viva, então venceu a morte por sua própria manutenção da vida nesse novo estágio) esse detalhe de tipo de corpo posterior à ressurreição seria totalmente irrelevante.
Essa é a ênfase, então ele acentua não querer estar “despido”, no sentido óbvio de que corresponderia a não ter nem o corpo incorruptível, nem o corruptível sobre o seu ser.
Portanto, os crentes na imortalidade da alma não sabem mesmo explicar por que Paulo diz que não queria achar-se “despido”--o que não significa ficar numa condição “espiritual”, apto a estar com Cristo. O estar “despido” significa não ter NADA, morrer como um animal.
Aliás, acentuamos algo sobre isso em nosso questionário com 30 perguntas aos que creem na imortalidade da alma. Veja estas perguntas (do questionário bem abrangente) e que tratam diretamente disso:
22a. - Paulo diz claramente que sem a ressurreição dos mortos—confirmada e garantida pela do próprio Cristo--“os que dormiram em Cristo pereceram” (1 Cor. 15:16 a 18). Por que pereceram, já que deviam estar garantidos no céu?
Obs.: O tema dominante do capítulo é a ressurreição dos mortos, assim a lógica da pergunta é inescapável. 1 Tes. 4:14 diz que Cristo “trará juntamente em Sua companhia os que dormem”, mas todo o teor da passagem e do ensino bíblico é de que Ele os trará, não do céu, mas das sepulturas (ver João 5:28, 29; Dan. 12:2).
23a. - Mais adiante no mesmo capítulo Paulo confirma o dito nos vs. 16 a 18, acentuando que arriscou morrer lutando com feras, dando a entender que se morresse estaria também perdido (vs. 32). Ao comentar, “comamos, bebamos que amanhã morreremos”, não indica claramente que sem a realidade da ressurreição, não há esperança alguma de vida eterna?
Obs.: À luz da pergunta anterior, esta revela-se prova irrefutável de que Paulo não pensava em termos de uma “alma imortal” indo para o céu quando da morte, pois não tinha ele próprio tal esperança. Sua expectativa é expressa em 2 Tim. 4:6-8 onde fala que “naquele dia” esperava receber o seu galardão eterno. Para ele, não fosse pela ressurreição, nem valia a pena viver pois a morte seria o fim de tudo.
24a. – Quando realmente, segundo Paulo em 1 Cor. 15:53, 54, ocorre a vitória sobre a morte—quando da ressurreição dos mortos ou quando a “alma” é liberada da “prisão corporal”?
Obs.: Pela interpretação popular do “morrer e ir pro céu”, a morte é contraditoriamente derrotada PELA PRÓPRIA MORTE, pois com a liberação da “alma imortal” quando da morte do corpo, não ocorre realmente morte, mas preservação da vida e consciência de quem dá o último suspiro, noutra dimensão.
25a. – À luz de 2a. Cor. 5:8 e contexto imediato, se o termo “despido” se refere a uma condição incorpórea onde Paulo JÁ ESTARIA com Cristo, por que razão ele diz tão claramente que NÃO QUERIA ESTAR DESPIDO?
Obs.: Se Paulo queria estar com Cristo, mas não despido, é porque não estaria com Cristo sem um corpo, mas REVESTIDO com o corpo glorioso da ressurreição. Por isso fica ÓBVIO que ele cria que só estaremos com Cristo com corpos ressurretos, não em forma de espírito incorpóreo (despido) num estado intermediário.