Amado irmão,
Antes de tudo gostaria de pedir ao prezado que realmente lesse o conteúdo dessa postagem, pois, às vezes, tenho impressão que o irmão passa a vista por cima e escreve sem levar muito em consideração o que foi colocado como argumento contrário.
Você disse: “Na nova Aliança a única forma correta para o sustento da obra do Altíssimo é os dízimos e ofertas.” e ai eu pergunto novamente: Quantas vezes é ordenado à igreja? Quantas vezes é ensinado por Jesus como mandamento aos discípulos? Quantas vezes é ensinado pelos apóstolos como forma de contribuição?
Você disse: “O ato de dizimar foi observado por Abraão e seus filhos 430 anos antes da Lei de Moises” e eu pergunto: Abraão praticava o dízimo junto com seus filhos? Onde você leu isso? Onde está dito que era uma prática ao invés de ser ato único? Você leu meu comentário a Hebreus postado acima que trata do assunto?
Você disse “Na Lei de Moises aos Levitas também era cobrado a observância do dizimar. Demonstrando com clareza que todos os dízimos pertencem ao Eterno criador.” E ninguém disse que não!!! Esse dízimo que era do Eterno Criador, ELE mesmo disse que os tinha dado aos LEVITAS. E esse dízimo dos Levitas, que também é do SENHOR, ELE os deu os deu aos sacerdotes que também são da tribo de Levi. Ou seja ninguém que fazia a obra de Deus (Ulhim) recebia os dízimos de SENHOR, apenas e especificamente a tribo de Levi. Dar dízimos a quem não é descendente da tribo de Levi e não tem as mesmas proibições de direito de posses como eles tinham é uma impropriedade. O amado irmão fala muito de adulteração, deturpação e parece ignorar que o dízimo atual é justamente uma adulteração do que a Bíblia ensina a respeito.
Você disse: “Oferta é qualquer quantia que excede aos 10% ou inferior aos 10%.” Dentro da Bíblia essa comparação não existe irmão. As ofertas eram exigidas de forma definida e nada tinha de comparativo com o dízimo. O dízimo era a herança da tribo proibida de ter posses (ponto). As ofertas tinham ligação direta com os sacrifício que se faziam naquela época. E, não irmão, as ofertas não eram presentes. A oferta voluntária era uma modalidade de oferta e tinham os momentos certos para isso (vide, por exemplo, Lv. 22.23)
Você disse: “Se alguém fez suas contas no final do mês e retirou seus dez por centos para ULHIM.” Dízimo, irmão, nunca foi cobrado sobre os salários dos trabalhadores. Percebo que o conceito que o irmão tem do dízimo é o conceito do século XX/XXI e não o ensinado na Bíblia. Se o amado reler a história da instituição do dízimo vai perceber quem era tributado e sobre o que era tributado. A outra opção é simplesmente ignorar isso e adaptar o dízimo para hoje que é o que todos fazem e o fazem porque poder ter dinheiro dos irmão em caixa.
Perceba que a Congregação Cristã do Brasil vive sem cobrar dízimos de seus fiéis. E vive como vivia a igreja do primeiro século, com as ofertas dos irmãos. Obs. Não sou da CCB, sou da AD, mas a CCB agir bem nesse pormenor.
Você disse: “Deve ser por fé, De Boa vontade, Voluntária, Segundo suas posses, Segundo dispôs no coração, e mais importante ainda é que tanto Dízimos quanto Ofertas, sejam entregues a alguém autorizado por ULHIM a receber na Igreja.” Nessa fala aqui o irmão fez uma mistura de Dízimo/Ofertas instituída na Lei com o que Paulo ensinou acerca das contribuição para sustendo dos irmãos que anuncia, em tempo integral o evangelho. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não não ensinou dízimo a igreja, ensinou a dignidade dos obreiros de receberem sustento da igreja.
At. 4.34 não trata de dízimo.
Você disse: “O Dízimo deve ser entregue a alguém autorizado”, o que ninguém diz é que se o dízimo é um instituição atual, para a igreja, então, que se aplique Dt. 14:28,29 “Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano, e os recolherás nas tuas portas. Então virá o levita (pois nem parte, nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda obra das tuas mãos, que fizeres.” Dt. 26.12,13 que diz: “Quando acabardes de dizimar todos os dízimos da tua novidade no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem. E dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei o que é consagrado de minha casa, e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, conforme a todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada traspassei dos teus mandamentos nem deles me esqueci.” Será que Ml. 3.10 está em vigor e esses versos de Deuteronômio que diz que o próprio dizimista deve chamar estrangeiros, órfãos e viúvas e lhes entregar dízimos até que se fartarem, foram abolidos?
Você disse: “É justamente no Novo Testamento que encontramos registrado que a Igreja do Ungido , , tem um sacerdócio diferente, superior, eterno e principalmente relacionado a dízimos e ofertas.” Só, irmão, se entortarmos fortemente o que é ensinado sobre dízimo e oferta no A.T e adaptarmos para nossa concepção atual, pois se todos nos somos sacerdotes como você bem citou, porque somente alguns recebem “dízimo” (aspeei porque esse dízimo que se cobra hoje não é o bíblico).
Vocẽ disse: “Infelizmente, alguns consideram Dízimos e Ofertas, práticas somente relacionadas ao Sacerdócio segundo a Lei de MOises, isto por que na realidade não compreendem o sacerdócio da Igreja”. O sacerdócio da igreja, irmão, não tem qualquer relação com dízimos, ao menos dentro da Bíblia!!!
Você disse: “Observe os termos ecnocntrados em Hebre-s 7 “E aqui certamente” e “ali, porém”.” O irmão leu a postagem que eu fiz a respeito!!! Eu costumo considerar tuas postagens e comentá-las mas se o irmão não puder fazer isso também acredito que não valerá a penas o meu diálogo com você.
Você disse: “Todos os seus descendentes foram abençoados DIZIMISTAS, e uma grande nação DIZIMISTA se formou a partir de Abruham o Dizimísta.” Essa afirmação dá enredo para um livro de romance sobre a formação do povo judeu, mas não tem qualquer fundamento bíblico.
As ocorrências anteriores a Lei, são freqüentemente utilizadas, visando buscar apoio enfático ao ato de dar o dízimo, suscitando a idéia de que abolindo-se a Lei, o dízimo não pode ser abolido pois é anterior a ela. Ocorre que seguindo essa premissa teríamos então outros preceitos da Lei, com a mesma propriedade, por exemplo, ninguém entende que a circuncisão esteja em vigor pelo fato de ter sido ordenado por Deus a Abraão antes da doação da Lei, da mesma forma não considera válida, hoje em dia, o ato sacrificial com animais, e, ainda, o próprio sábado por terem sido ordenados antes da promulgação da Lei. Qual destes mandamentos deve ser guardado pela Igreja: apenas o dízimo? Por quê?...Os argumentos levantados não conseguem convencer, veja:
São duas, as ocorrências anteriores a Lei, a primeira em Gn 14.20 e a segunda em Gn. 28.22:
1) Gn. 14.20 “... e bendito seja o Deus altíssimo que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abraão o Dízimo.”
O conceito hoje convencionado faz com que os cobradores do dízimo, nos tempos atuais, vejam nesta ocorrência, uma obrigação anterior a doação da Lei. No entanto, uma análise contextual nos permite tirar outras conclusões. Nesse episódio temos um encontro entre Abraão e o Rei de Sodoma, onde Melquisedeque comparece trazendo pão e vinho. Daquele encontro surgiu, após a benção que o sacerdote pronunciou, a dádiva do dízimo praticada por Abraão, posto que não há nenhum registro anterior da prática do dízimo podemos concluir que Abraão não estava sob ordenança quando assim procedeu. A própria Bíblia diz que Melquisedeque além de sacerdote era rei e, como rei tinha suas possessões, daí poder ter trazido pão e vinho, conclui-se então que o ato de Abraão não destinava-se ao sustento do Sacerdote-Rei, finalidade primordial do dízimo, logo era diferente do dízimo de Ml. 3.10, mas, configura-se uma oferta voluntária, um presente mesmo, cuja estipulação quantitativa foi da décima parte.
A expressão “e de tudo lhe deu Abrão o dízimo.” é significativa, pois “deu” dá a idéia pontual, ou seja, o Patriarca não “lhe dava o dízimo”, mas, apenas “lhe deu”, isso foi um fato, não uma prática.
Quando se lê: “... de tudo lhe deu Abrão o dízimo.” a expressão “de tudo” leva-nos a refletir: - Em uma guerra como essa que Abraão participou, há mortes, incêndios, danos ao patrimônio de todos os envolvidos, e com certeza do que se trouxe dos despojos da guerra, não se poderia ter tudo em melhor estado de conservação. Ficaria estranho o patriarca trazer a Melquisedeque utensílios quebrados, animais feridos ou doentes, frutas estragadas e outras coisas depreciadas. Logo se conclui que ao dizer “TUDO” em Gn. 14.20 o escritor sagrado usou de hipérbole (exagero da idéia) para ressaltar o fato. Esse estilo literário não era estranho aos escritores bíblicos. Encontra-se inúmeras passagens, tanto no Novo como no Velho Testamento, com essa forma de escrita. Uma delas está registrada no mesmo livro quando houve aquela grande escassez de víveres no Egito e se diz que houve fome sobre toda a terra Gn. 41.56,57.
A prova cabal de que nem de tudo recebeu os dízimos, o Sacerdote-Rei está em Hebreus 7.4 “Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o dízimo, tirado dos melhores despojos.” (destaquei), se compreende por essa passagem que Abraão tirou tudo dos melhores despojos, não TUDO no sentido amplo; claro está que não há contradição entre os dois textos; o Velho e o Novo Testamento, um completando e esclarecendo o outro, naquilo que está sendo chamado por alguns de revelação progressiva.
Ainda outra observação é oportuna, pois não devemos perder de vista que o dízimo de Abraão foi fruto de Guerra, nesse caso, da derrota de seus adversários tirou o patriarca o dízimo, logo a origem dessa dádiva não nos serve como exemplo, assim como a oferta de Jafté, que deu sua filha em sacrifício, não nos serve como exemplo, embora possamos tirar desses fatos outras lições, como por exemplo o fato de Deus aceitar nossa oferta, mesmo que esta possa não ser a forma ideal e aprazível a Ele. Podemos observar que quando o dízimo foi instituído legalmente não se vê prescrição acerca do dízimo dos despojos e trazer despojos nem sempre era a melhor coisa a se fazer, tanto, que Saul perdeu o seu reinado, ao não dar o fim ordenado por Deus aos despojos da guerra, I Sm. 15.21-23.
Se precisarmos de provas de que despojo, não é, via de regra, algo que por obrigação deva ser submetido à partilha por dízimo, a encontraremos em Números, capítulo 31, onde se relata a vitória de Israel sobre os midianitas e a partilha dos despojos de guerra entre o povo, inclusive entre os sacerdotes e levitas.
O Senhor ordenou a Moisés que dividisse os despojos em duas partes, a saber: uma para ser distribuída aos soldados que foram à guerra e outra para o restante da congregação, v. 27; o sacerdote ficou com o direito de receber a proporção de um para cada quinhentos, dos despojos que cabiam aos guerreiros israelitas, ou seja 0,2% (zero vírgula dois por cento), muitíssimo inferior ao dízimo; no entanto, foi ordenado por Deus: “Dividirás, pois, os despojos pela metade, entre os combatentes que foram à guerra e o conjunto da comunidade. Como tributo para IAHWEH cobrarás, sobre a parte dos combatentes que fizeram a guerra, um para cada quinhentos, tanto de pessoas, como de bois, de jumentos e de ovelhas. Tomarás isso da metade que lhes pertence, e darás a Eleazar, o sacerdote, como tributo a IAHWEH.” v. 27 a 29 na versão da Bíblia de Jerusalém.
Aos levitas couberam dos despojos, parte do que cabia a congregação de Israel, conforme Nm. 31.30 “Da metade que pertence aos filhos de Israel tomarás um de cada cinqüenta, tanto de pessoas, como de bois, de jumentos, de ovelhas, de todos os animais, e os darás aos levitas que têm o encargo da Habitação do Senhor.” (A Bíblia de Jerusalém).
Para os levitas, então, couberam 2,0% (dois por cento), logo, menos que o dízimo.
Se prova, portanto, que Abraão deu 10% dos despojos por voluntariedade e, não porque Deus o tenha exigido. Provado está em Nm. 31 que a partilha de despojo ordenada por Deus é diferente da praticada por Abraão; e por sinal não se vê o Patriarca dando dízimos de seus próprios bens, e isto não constituía crime algum, não havia ordenança em sua época.
Como se percebe por análise, Gn. 14.20 jamais apoiou ou apoiará a idéia moderna de que somos obrigados a dar o dízimo porque Abraão deu o dízimo. Ele foi voluntário.
2) Gn. 28.20-22 “...fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar ... certamente eu te darei o dízimo.”
A leitura atenta desses versos confirma a ausência de uma ordenança bíblica acerca do dízimo naquela época, além de comprovar a inexistência de uma prática sistemática.
Veja por exemplo que embora não houvesse ordenança a edificação de altares ao Senhor era uma prática: Gn. 8.20 “Levantou Noé um altar ao Senhor.”
Gn. 12.7 “... ali edificou Abrão um altar ao Senhor...”
Gn. 26.25 Isaque “... levantou ali um altar e tendo invocado o nome do Senhor, armou a sua tenda...” e, o próprio Jacó em Gn. 33.20 edificou uma altar ao Senhor; não foi assim com o dízimo.
Está claro que Jacó, que era neto de Abraão, fez um voto de dar o dízimo. Ora se ele já desse antes, não teria sentido votar, pois não se vota em fazer aquilo que já se faz, o fato é que Jacó não praticava o dízimo, nem estaria pecando por isso, Deus não havia ordenado ainda, daí poder ter feito ele um voto, mas uma vez aí se vê que o dízimo foi uma oferta fixa cujo referencial foi a décima parte, Jacó era livre para ofertar outra coisa, se assim preferisse, como o foram Caim, Abel e outros.
Outro ponto importante a se ressaltar é: a que título Jacó teria dado o dízimo a Deus? Não existiam templos, nem sacerdotes levitas, o que nos leva a conclusão que o dízimo de Jacó não foi repassado a nenhum homem, caso ache estranho, leia em Dt. 14.23, o dízimo consumido pelo próprio ofertante, isso se de fato ele cumpriu o voto, pois a Bíblia não atesta a fidelidade dele nesse por menor.
Esses dízimos pré-mosáicos são claramente identificados como ofertas voluntárias, ocorridas em um certo momento histórico da vida dos dois homens de Deus, especificamente, Abrão ofertando a Melquisedeque, e Jacó em uma possível promessa feita diretamente a Deus.
Muitas citações que o amado faz estão completamente descontextualizadas. Arrancadas praticamente, por exemplo.
Mt. 23.23. Jesus falou enquanto os preceitos da lei levítica ainda estavam em vigor. A crucificação ainda não tina ocorrido. Ele também mandou o leproso apresentar a oferta ordenada por Moisés e nem por isso isto é válido hoje.
Jo. 8.39. Ora o ato do dízimo de Abraão foi único. É bom reler o relato Bíblico. Abraão também ofereceu a mulher para faraó. Será que devemos todos as seguir as práticas de Abraão? O que precisamos mesmo é contextualizar os relatos e os mandamentos da Bíblia. Intitular Abraão de O DIZIMISTA é coisa do século XX/XXI em um mundo capitalista.
Desculpem o tamanho da postagem.
Shalom!
Valdomiro.