por Prof. Azenilto G. Brito Sáb 24 Jan 2015, 19:26
Vejam como o Tzaruch falou, falou, falou, ou melhor, escreveu, escreveu, escreveu, mas NÃO RESPONDEU de modo objetivo, específico, claro, conciso, ao ponto o que lhe foi perguntado.
Vamos reformular a pergunta para ver se daí ele resolve respondê-la. Antes eu lembraria que não me apego a opiniões de TEÓLOGOS, um aqui, outro acolá, como ele dá a entender. O que cito são as posições oficias de IGREJAS historicamente, que ensinam, sim senhor, que os 10 Mandamentos seguem sendo normativos aos cristãos como Lei Moral de Deus, no que se diferenciam das leis Cerimonial e Civil, as duas últimas não mais aplicáveis aos cristãos. Se não gosta de tais conceitos, ele que vá brigar com luteranos, presbiterianos, batistas, metodistas, congregacionais, anglicanos que assim definiram a questão de como entender a lei divina HÁ SÉCULOS, mais recentemente assim também entendido pelos assembleianos.
Mas eis uma reflexão sobre o texto que tomamos por base para nossa pergunta, que Tzaruch evitou espertamente de responder, com a pergunta reformulada:
Pode-se dizer que Êxo 20:12 pode ser considerado O MAIS JUDAICO DOS MANDAMENTOS DO DECÁLOGO. Por quê? Pelo fato de ser o que mais diretamente trate de algo relativo à experiência de Israel. É o texto que fala da promessa de “longa vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te dá”. Mas essa é a terra de Canaã.
Contudo, o Apóstolo Paulo aplica essa promessa a qualquer terra em que um cristão possa viver, ao lembrar aos crentes GENTIOS de Éfeso o que ele mesmo designa como “o primeiro mandamento com promessa” (Efé. 6:1-3).
Esta passagem é significativa por mostrar que os efésios saberiam imediatamente identificar do que ele estava falando—sobre os 10 Mandamentos. Eles os conheciam e sabiam ser a norma de conduta da Igreja.
Também tenho uma pergunta pertinente sobre essa questão:
* Sendo que pela lei mosaica, os filhos por demais rebeldes deviam ser apedrejados, com participação dos pais (Deu. 21:18-21), então, diante da recomendação paulina aos cristãos gentios de Éfeso desse preceito sobre respeito de filhos aos pais, aqueles crentes estariam obrigados a apedrejar os seus filhos que se revelassem por demais rebeldes?! Se não, por que não?
E nossa carta hipotética de um jovem de Éfeso reflete bem a mentalidade equivocada de Tzaruch que claramente confunde LEI com CONCERTO. Esse é o seu principal problema. Já expusemos tantas vezes aqui a DIFERENÇA entre os conceitos de LEI e CONCERTO, mas ele continua não entendendo, e falando que estamos querendo promover a Lei de Moisés, quando estamos ressaltando a LEI DE DEUS, aquela que Paulo disse que tinha em sua mente para empenhar-se em respeitar, e que era a que trazia o preceito “não cobiçarás” (Rom. 7:25, cf. 7 e 8').
“Éfeso, 30 de Nisã de 61
“Querido irmão Paulo.
“Graça e Paz
“Li suas instruções a nossos irmãos aqui de Éfeso e fiquei muito preocupado. Puxa, se temos que cumprir esse preceito das ‘tábuas vencidas’, quer dizer que se um jovem entre nós se torna não só desobediente aos pais, mas mesmo bastante rebelde (como infelizmente ocorre em tantas famílias, mesmo de crentes), então seus pais devem levá-lo ao líder comunitário para ser apedrejado? Pois essa é a ordem da ‘Torah’, como deve saber, para tais casos [ver Deu. 21, vs. 18-21].
“E será que o irmão, que escreveu aos romanos e gálatas que não estamos ‘debaixo da lei’, não está nos colocando todos sob tal condição ao impor-nos um preceito de tal lei, das ‘tábuas vencidas’?
“Ademais, amado Apóstolo, a promessa de tal regra é a de ‘longa vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te dá’ [Êxo. 20:12], mas tal terra é a de Canaã. O irmão sentiu-se no direito de reinterpretar isso para falar de qualquer terra em que viva o crente, mesmo gentio. . . Desculpe-me a franqueza e ousadia da pergunta, mas não estaria o irmão torcendo as Escrituras, já que esse mandamento faz parte do pacto de Deus com Israel, como fica claramente demonstrado por esse ‘mandamento com promessa’, sendo tal promessa ligada somente à nação de Israel, pois tal terra é a de Canaã?
“Submeto, pois, esses pensamentos ao amado irmão no aguardo de sua pronta resposta, para tirar-nos dos dilemas que essa sua instrução nos causou.
“Com grande estima cristã
“Ass.: Daniel Ben-Judah”.
E então, quem quer também dar asas à imaginação e colocar-nos aqui qual seria a resposta do Apóstolo Paulo?