O problema para o Trinitário é colocar mais de um como Deus. Isso já não implica ao Unitarismo. Assim, Romanos 1.25 não é problema para quem declara que o Pai é Deus por um simples motivo: este, o Pai, não é criatura.
Muito bem observado Norberto, no que tange ao reconhecimento de Deus, os unitaristas não erram nem pela falta, nem pelo excesso.
Eu diria, se isso for tratado a ferro e fogo, que a posição unitarista deste assunto é a mais segura.
Mas creio que aqui o Gilcimar está pondo em xeque a própria crença, não a dos unitaristas, pois como você bem observou, eles (unitaristas) não estão incorrendo no risco de inverter criador e criatura.
O máximo que poderá se cobrar é que reconheçam também a Jesus de alguma forma como co-criador ou outro criador, mas ainda assim, se não o fizer, os unitaristas não estarão invertendo criador e criatura, e a posição segura ainda se manterá...
E como você fez o link com o assunto anterior da idolatria, é interessante ver como Paulo apresenta a questão aos atenienses:
AT 17
E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
17 De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.
18 E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.
19 E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
20 Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos pois saber o que vem a ser isto
21 (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).
22 ¶ E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;
23 Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
24 O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;
25 Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
26 E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
27 Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;
28 Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
29 Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
30 Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
31 Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
O que sublinhei, desta vez não foi para ressaltar que Jesus foi apresentado como homem por Paulo, mas para que se note algo curioso. Quando primeiro falamos da idolatria, e de Jesus estar incluso num contexto onde o assunto é tratado, 1 cor 8 , Gilcimar intentou mostrar que "no final das contas", Jesus também é Deus pois ele está inserido junto com o Pai como contraponto aos ídolos. Tendo como espelho este episódio no Areópago, pudemos observar que mediante a idolatria Paulo apresentou 1 Deus e 1 homem destinado por Deus, e foi específico na descrição dos dois, não dando a entender, nem de longe, que o homem faz parte do Deus, mas mesmo assim o homem foi apresentado, e aí eu pergunto: Por quê? Por quê Paulo não ficou na superficialidade do Deus X Ídolos? Oras, penso que porque Jesus faz parte da salvação, não há, num discurso cristão, como dissociar Jesus da salvação, Paulo introduziu aos atenienses o que importava da sua pregação, pois desde Cristo, a questão deixou de ser Deus X Ídolos, pra ser, "creia em Deus, creia também em mim", só que este "mim", segundo o que Paulo apresentou, é um "homem destinado por Deus", e para terminar o raciocínio, o homem destinado por Deus, ou seja, o Senhor Jesus, não é usado por Paulo como parte integrante do Deus que ele apresenta como contra-ponto aos ídolos.
Graça e paz.
Última edição por Clayton Lima em Qui 03 Jul 2014, 11:59, editado 1 vez(es)