Norberto,
Vou tentar ser mais objetivo afim de que melhor possa compreender e sanar essa dúvida.
Pois bem, a ideia chave do verso (e do capítulo) é que os ouvintes deveriam receber os benefícios do dom de línguas. Assim, deveriam proclamar os “mistérios” uma vez ocultos, mas agora revelados, pelo Espírito Santo. O texto jamais tem a ideia de que falar em línguas é falar em espírito somente a Deus, como se esse fosse o propósito do dom. Para que então seria necessária a tradução ou interpretação?
Para que seria algo audível, pois posso conversar com Deus em minha mente?
A expressão “visto que ninguém o entende”, o “o”, pronome pessoal do caso oblíquo, não se encontra no original.
O fato dos ouvintes não entenderem, não quer dizer que a fala é estática; existem outras razões para isto, tais como: problemas de audição, não ser nativo da língua, muitos estarem falando ao mesmo tempo, falar muito baixo, etc. Paulo diz: “vós, se, com a língua, não disserdes palavra [logos] compreensível [eusemos: claramente reconhecível], como se entenderá o que dizeis?” (v. 9).
Aliás, se uma “língua” não pode ser inteligível, deixa de ser língua, pois isto pressupõe entendimento. Paulo resolve o problema da falta de compreensão exigindo a presença sempre de um intérprete, tradutor, que torne a fala compreensível (vs. 13, 27).
Ademais, a expressão “outra” em “quem fala outra língua” também não aparece no original.
Uma tradução do texto seria: “Pois quem fala em língua [como dom], deve falar apenas dos mistérios de Deus ao entendimento dos homens e isto pelo Espírito”.
Agora, observe o seguinte:
Em Atos 2, as línguas eram idiomas reconhecidos e utilizados para eliminar as barreiras da falta de compreensão, da transmissão do evangelho e de conferir autenticidade à verdade (v.4-8 ).
A palavra "línguas" (em grego, glossa) significa idiomas (veja Ap. 14:6).
As línguas são mencionadas somente três vezes em Atos (At. 2;10;19). Em cada caso, estavam presentes pessoas que falavam outros idiomas.
Em Atos 2, as línguas são um idioma real (v. 8,11).
Já em Atos 10, Cornélio e sua casa falaram em línguas ao aceitarem Jesus. Pedro era judeu; Cornélio, grego. Cornélio falou em idioma real que Pedro compreendeu. Isso confirmou na mente de Pedro a autencidade da conversão de Cornélio. (Atos 11:17 diz que se tratava do mesmo dom que os discípulos receberam).
Paulo, o apóstolo internacional, viu a manifestação do dom de línguas em Éfeso (At. 29). Toda vez que a Bíblia menciona línguas em Atos, há mais de um grupo linguístico representado.
A Igreja de Corinto era igreja problemática de Paulo. Com frequência era palco de lutas e conflitos. Em 1 Corintios 14, Paulo buscou controlar o abuso do verdadeiro dom e indicou as seguintes normas:
a) somente uma pessoa pode falar por vez (v.27);
b) sempre deve haver um intérprete (v.28 );
c) no todo, somente duas ou três pessoas deveriam falar no culto (v. 27);
d) o orador deve entender e estar no controle do que diz (v. 32);
e) Deus não é Deus de confusão.
Paulo defende a comunicação inteligente (1 Co 14:9,19).
Visto que o Espírito Santo traduz nossas orações no idioma do Céu, intercedendo por nós diante do trono de Deus, é desnecessário que falemos em um idioma que não entendemos (Rm 8:26).
Sendo que a mais elevada faculdade que Deus nos deu é a nossa mente, sendo perigoso permitir que algum poder a controle. A mente é a sede da inteligência. É com a mente que adoramos a Deus. E qualquer forma de adoração que passe por alto a mente, pode se converter em uma forma de manipulação emocional (Fp 2:5).
Em fim, falar em línguas é apenas um dos dons espirituais. Não é o sinal da presença interna do Espírito Santo; o testemunho é o sinal (At 1:6-8 ). Nem todos receberão o dom de línguas para pregar o evangelho. Quando houver necessidade desse dom para o avanço da obra de Deus, o Senhor o dará (1 Co 12:6-11,18,29,30).
Espero poder ter contribuído mais um pouco...
Vou tentar ser mais objetivo afim de que melhor possa compreender e sanar essa dúvida.
Pois bem, a ideia chave do verso (e do capítulo) é que os ouvintes deveriam receber os benefícios do dom de línguas. Assim, deveriam proclamar os “mistérios” uma vez ocultos, mas agora revelados, pelo Espírito Santo. O texto jamais tem a ideia de que falar em línguas é falar em espírito somente a Deus, como se esse fosse o propósito do dom. Para que então seria necessária a tradução ou interpretação?
Para que seria algo audível, pois posso conversar com Deus em minha mente?
A expressão “visto que ninguém o entende”, o “o”, pronome pessoal do caso oblíquo, não se encontra no original.
O fato dos ouvintes não entenderem, não quer dizer que a fala é estática; existem outras razões para isto, tais como: problemas de audição, não ser nativo da língua, muitos estarem falando ao mesmo tempo, falar muito baixo, etc. Paulo diz: “vós, se, com a língua, não disserdes palavra [logos] compreensível [eusemos: claramente reconhecível], como se entenderá o que dizeis?” (v. 9).
Aliás, se uma “língua” não pode ser inteligível, deixa de ser língua, pois isto pressupõe entendimento. Paulo resolve o problema da falta de compreensão exigindo a presença sempre de um intérprete, tradutor, que torne a fala compreensível (vs. 13, 27).
Ademais, a expressão “outra” em “quem fala outra língua” também não aparece no original.
Uma tradução do texto seria: “Pois quem fala em língua [como dom], deve falar apenas dos mistérios de Deus ao entendimento dos homens e isto pelo Espírito”.
Agora, observe o seguinte:
Em Atos 2, as línguas eram idiomas reconhecidos e utilizados para eliminar as barreiras da falta de compreensão, da transmissão do evangelho e de conferir autenticidade à verdade (v.4-8 ).
A palavra "línguas" (em grego, glossa) significa idiomas (veja Ap. 14:6).
As línguas são mencionadas somente três vezes em Atos (At. 2;10;19). Em cada caso, estavam presentes pessoas que falavam outros idiomas.
Em Atos 2, as línguas são um idioma real (v. 8,11).
Já em Atos 10, Cornélio e sua casa falaram em línguas ao aceitarem Jesus. Pedro era judeu; Cornélio, grego. Cornélio falou em idioma real que Pedro compreendeu. Isso confirmou na mente de Pedro a autencidade da conversão de Cornélio. (Atos 11:17 diz que se tratava do mesmo dom que os discípulos receberam).
Paulo, o apóstolo internacional, viu a manifestação do dom de línguas em Éfeso (At. 29). Toda vez que a Bíblia menciona línguas em Atos, há mais de um grupo linguístico representado.
A Igreja de Corinto era igreja problemática de Paulo. Com frequência era palco de lutas e conflitos. Em 1 Corintios 14, Paulo buscou controlar o abuso do verdadeiro dom e indicou as seguintes normas:
a) somente uma pessoa pode falar por vez (v.27);
b) sempre deve haver um intérprete (v.28 );
c) no todo, somente duas ou três pessoas deveriam falar no culto (v. 27);
d) o orador deve entender e estar no controle do que diz (v. 32);
e) Deus não é Deus de confusão.
Paulo defende a comunicação inteligente (1 Co 14:9,19).
Visto que o Espírito Santo traduz nossas orações no idioma do Céu, intercedendo por nós diante do trono de Deus, é desnecessário que falemos em um idioma que não entendemos (Rm 8:26).
Sendo que a mais elevada faculdade que Deus nos deu é a nossa mente, sendo perigoso permitir que algum poder a controle. A mente é a sede da inteligência. É com a mente que adoramos a Deus. E qualquer forma de adoração que passe por alto a mente, pode se converter em uma forma de manipulação emocional (Fp 2:5).
Em fim, falar em línguas é apenas um dos dons espirituais. Não é o sinal da presença interna do Espírito Santo; o testemunho é o sinal (At 1:6-8 ). Nem todos receberão o dom de línguas para pregar o evangelho. Quando houver necessidade desse dom para o avanço da obra de Deus, o Senhor o dará (1 Co 12:6-11,18,29,30).
Espero poder ter contribuído mais um pouco...