Albert Barnes:
“É o fim da lei -- A palavra traduzida como ‘fim’ significa o que completa algo, ou a torna perfeito, também o limite . . . ou término de algo, como o fim da vida, o resultado de uma profecia, etc. João 13:1; Luc. 22:37. Também significa o desígnio ou objetivo que se tem em vista; o principal propósito do qual foi assumido; 1 Tim. 1:5, ‘o fim do mandamento é a caridade’, o principal desígnio ou propósito do mandamento é produzir amor; 1 Ped. 1:9, ‘O fim da vossa fé é a salvação de vossas almas’; o principal desígnio ou propósito da fé é assegurar a salvação; Rom. 14:9, ‘Para este fim Cristo morreu’, etc. Para este desígnio ou propósito. Este é, indiscutivelmente, o significado aqui. ‘O principal desígnio ou objetivo que a perfeita obediência à lei realizaria é cumprido pela fé em Cristo’. Isto é, a perfeita obediência à lei realizaria a justificação perante Deus, asseguraria o Seu favor e a vida eterna. O mesmo fim é agora realizado pela fé em Cristo. O grande desígnio de ambos é o mesmo; e o mesmo grande objetivo é finalmente conquistado. Esse era o tema da discussão entre o apóstolo e os judeus; e isto é tudo quanto se necessita entender no caso. Alguns têm suposto que a palavra ‘fim’“ se refere à lei cerimonial; que Cristo cumpriu, e trouxe a um fim. Outros, que Ele cumpriu perfeitamente a lei moral. E outros, que a lei no final conduz-nos a Cristo, ou que o seu desígnio é apontar-nos a Ele. Tudo isso é verdadeiro, mas não a verdade ensinada nesta passagem. Esta é simples e clara, que pela fé em Cristo o mesmo fim é realizado com respeito a nossa justificação, que seria a perfeita obediência à lei moral”.
Adam Clarke:
“. . . ele foi o fim da lei, com respeito a seus sacrifícios. E, assim como os sacrifícios foram oferecidos meramente para conseguir o perdão do pecado, justiça, ou justificação, Cristo é o fim da lei para essa justificação a todo o que Nele crê, por morrer por suas ofensas, e erguer-Se novamente para sua justificação, tendo feito a paz mediante o sangue de Sua cruz. Portanto, todo judeu que rejeitava a Cristo, rejeitava a salvação, e toda salvação de que a lei dava testemunho e requeria, e que não poderia ser obtida, a não ser mediante Cristo somente”.
Bíblia de Genebra:
“. . . a própria lei aponta a Cristo, para que aqueles que crêem Nele possam ser salvos. Portanto o chamado à salvação pelas obras da lei é vã e tola: mas Cristo é oferecido para a salvação de todo crente. . . .
“O fim da lei é justificar aqueles que observam a lei: mas visto que não observamos a lei mediante a falha de nossa carne, não obtemos tal fim; mas Cristo cura essa enfermidade, pois Ele cumpre a lei por nós”.
John Gill:
“. . . a lei moral é aqui subentendida, e quando se diz que Cristo é o seu fim, o sentido não é de que Ele foi o objetivo de ela ter sido dada; pois esta deveria ser uma regra de justiça e vida para os homens, e um ministério de morte no caso da desobediência: ou que Ele foi o escopo dessa lei, conquanto a versão siríaca a traduza como סכה, ‘o escopo’ da lei é o Messias, o alvo a que apontava, ou a que dirige as pessoas; . . . Ele é o fim destruidor da lei, não quanto à natureza, existência, matéria e substância dela, que é invariável e eterna, e não é, e não pode ser tornada inválida pela doutrina da fé; nem quanto ao seu emprego; mas como um concerto de obras, quanto ao ministério dela por Moisés, e quanto a sua maldição e condenação”.
Jamieson, Fausset and Brown:
“Rom 10:4
“Pois Cristo é o fim - o objetivo ou meta.
“da lei para justiça de todo o que crê - . . . ou seja, contém dentro Dele tudo quanto a lei requer para a justificação daquele que O aceita, seja judeu ou gentio (Gál. 3:24)”.
Matthew Henry:
“Rom 10:1-4
“Os judeus edificaram sobre um falso fundamento, e recusaram vir a Cristo para livre salvação pela fé, e inúmeros em toda era fazem o mesmo em diferentes formas. As exigências da lei revelaram aos homens sua necessidade de salvação pela graça, mediante a fé. E as cerimônias apontaram a Cristo como sombra, por seu cumprimento da justiça e por sofrer a maldição da lei. Assim que mesmo sob a lei, todos os que foram justificados diante de Deus, obtiveram essa bênção pela fé, pela qual foram tornados participantes da perfeita justiça do prometido Redentor. A lei não é destruída, nem a intenção do Legislador foi desapontada; mas plena satisfação está sendo feita pela morte de Cristo para nossa quebra da lei, o objetivo é conquistado. Ou seja, Cristo cumpriu toda a lei, portanto quem quer que Nele creia, é contado justo perante Deus, tal como se tivesse cumprido a lei completa. Os pecadores nunca seguiriam em suas vãs fantasias quanto a sua própria justiça, se conhecessem a justiça de Deus como um Governante, ou Sua justiça como um Salvador”.
Treasury of Scriptural Knowledge:
“Rom 10:4
“O fim: τελος [Strong’s G5056], objeto, escopo ou causa final; o fim proposto e intencionado”.
John Wesley:
“Rom 10:4 Pois Cristo é o fim da lei -- Seu escopo e meta. É o próprio desígnio da lei, levar homens a crerem em Cristo para justificação e salvação. E Ele somente concede esse perdão e vida de que a lei revela necessidade, mas não pode conceder”.
João Calvino:
“O Apóstolo torna óbvio aqui uma objeção que poderia ter sido feita contra ele; pois os judeus poderiam parecer ter o direito de depender da justiça da lei. Foi-lhe necessário reprovar essa falsa opinião; e isso é o que faz aqui. Ele mostra ser um falso intérprete da lei aquele que busca ser justificado por suas próprias obras; porque a lei tinha sido dada para este fim, - conduzir-nos pela mão a outra justiça: não, tudo o que a lei ensina, tudo quanto ordena, tudo quanto promete, faz sempre referência a Cristo quanto a seu principal objeto; daí todas as partes deveriam aplicar-se a Ele. Mas isso não pode ser feito, exceto que, sendo desnudados de toda justiça, e confundidos com o conhecimento de nosso pecado, busquemos a justiça gratuita Nele somente.
“Segue-se, pois, que o ímpio abuso da lei foi justamente repreendido nos judeus que absurdamente criaram um obstáculo àquilo que objetivava ser para o seu auxílio; não, parece que eles tinham vergonhosamente mutilado a lei de Deus; pois rejeitaram sua essência, e apegaram-se ao corpo morto da letra. Pois conquanto a lei prometa recompensa àqueles que observam sua justiça, contudo substitui, após terem provado toda a sua culpa, outra justiça em Cristo, que não é obtida pelas obras, mas é recebida pela fé como um dom gratuito. Assim, a justificação pela fé . . . recebe um testemunho da lei. Temos, pois, aqui uma passagem notável, que demonstra que a lei em todas as suas partes fazia referência a Cristo; daí ninguém pode corretamente entendê-la, a não ser que continuamente atinja sua marca”.
Fonte: http://www.ccel.org/ccel/calvin/calcom38.xiv.i.html