Gil,
Também não vou insistir em coisas que percebo ser apenas exercício de tua vontade! Que nossos leitores analisem qual exposição melhor contextualiza os fatos que envolem Pedro e Cornélio e João e o Anjo.
Na verdade Apocalipse afirma que o Cordeiro tem um Deus e é de tal modo flagrante que impressiona como alguém busca a via indireta, ou seja, apenas a uma exaltação conjunta, que já havia sido predita, para tentar imputar sobre o Cordeiro algo que Apocalipse não o diz a seu respeito.
Então o Pai também tem um Deus, por se referir ao filho como Deus. Sei que você tem uma interpretação particular para "anular" aquele texto, discussão já existente no tópico, mas não importa.
Se o Pai ter um “Deus” decorre apenas do fato do filho ser chamado profeticamente de “Deus”, ao invés de “MEU DEUS” como o Filho faz explicitamente em relação ao Pai, (este, sim, é Deus sobre todos), então, Deus tem vários sobre ele, como está escrito: “Eu disse vós sois deuses”. Releia lá o verso que você tem em mente e veja se é Deus, o Pai, dizendo que tem um “Deus” sobre ele, ou, melhor ainda, busque a origem profética daquela citação e veja a quem o título “Deus” está sendo aplicado e depois me dia se é ao Ente Supremo!
O texto que você atribui a Igreja Católica é o mais confiável por diversos motivos, afora isso, Deus permitiu ser ele o texto usado pelas Igrejas durante 1500 anos. O que Espírito Santo estava fazendo enquanto os "melhores (dois) manuscritos" jaziam: um numa biblioteca e outro, depois de séculos de esquecimento, numa lata do lixo de um Mosteiro ?
O que o E. S estava fazendo? O mesmo que estava fazendo quando os verdadeiros cristãos eram mortos por leões e queimados nas fogueiras. Não vi sentido nesse argumento se tomada a história como um todo. Se esse princípio fosse verdadeiro era de se esperar que não existisse uma única letra de distinção entre os manuscritos cursivos, pois estaria sob o “zelo” do E.S. A não ser que o Espírito Santo, tenha guardado o texto “mais ou menos” (?). Eu, também, por meu turno, poderia perguntar por que depois de todas as ameaças eles, os unciais, permaneceram! Perceba que eu nem estou defendendo nada, apenas mostrando que esse teu raciocínio é indutivo, mas nem mesmo chega a ser bom.
Quem disputa as passagens somos nós? isso é uma questão de ponto de vista. Pois os inovadores foram Ário, Sabélio, etc.
O inovador foi Moisés que, diante do politeísmo pagão que os cercava, disse o que Deus revelou a ele: “Yahweh é UM” (o dogma acrescenta: “e três”), Jesus confirmou isso e disse: “O Senhor [Yahweh] é UM” (o dogma acrescenta: “e três”), Paulo que seguiu o ensino de Cristo, disse: ”Deus é UM” (o dogma acrescenta: “e três”), só para citar alguns exemplos.
O trinitarismo pode até dizer que o “e três” é em outro sentido, mas onde está, na Bíblia, esse “e três” que precisa de outro sentido para não se tornar contraditório? Aliás, onde está, também, na Bíblia, esse “outro sentido”? Qual o problema de a Bíblia dizer tão explicitamente que Deus é três quanto disse que ele é apenas UM? Por que ela sistematicamente diz que ele é um e nunca que ele é três?
Veja, por exemplo, no livro de história da Igreja, ou seja, Atos do Apóstolos, que tem o registro de vários anos, bem do início do cristianismo, se está registrado o ensino de um Deus composto por três. O que Paulo apresentou no Areópago? Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo? Ou ele, desconhecendo completamente a teologia trinitária, culminou com At 17:31 “Porquanto [DEUS] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo,
por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.”
Procure também se as perseguições aos cristãos dentro da Bíbila, especificamente pelos judeus, se deu sob a acusação de idolatria em relação a Cristo ou de haverem pregado Deus de forma composta (de três)!!!
Você viu algum versículo ou tem conhecimento na sua vida cristã de alguém que tenha encontrado na Bíblia um versículo que diga que Deus seja três, triúno, três pessoas, três entes, três seres, três divinos, três espíritos, três substâncias, três hipóstases, três essências, três modos, três atributos, três coiguais, três agentes ou três qualquer coisa?
Por isso, meu prezado, sim, o trinitarismo precisa se aferrar a cada um dos raros versos onde a palavra “Deus” está associada a Jesus, em ocorrências que beiram apenas 0,5% (meio por cento), isso mesmo, em torno de meio por cento em um universo de mais de 1340 vezes no Novo Testamento. E esse meio por cento não são todos indubitáveis, e o que sobrar disso não o apresenta como sendo o Deus de Israel, o Todo-Poderoso, o Altíssimo. Os trinitarianos, às vezes, pensam que há muitas ocorrências porque falam tanto dos mesmos que pensam serem muitos.
Jesus, mesmo que não fosse Deus, não precisava de justificação na acepção comum da palavra.
Nesse sentido Jesus poderia ser colocado na classe dos anjos que também não precisariam. No entanto a questão não é essa. A questão é que o texto diz “Deus”, então, mesmo no trechinho que você selecionou da NTLH (nessa versão diz “Ele” não “Deus”), em que momento DEUS precisaria ser “aprovado pelo Espírito de Deus”? OU inocentado (palavra também possível)? Ainda que ἐδικαιώθη sempre seja traduzido por “justificado”( Mt. 11.19, Lc. 7.35, Rm. 4.2, I Co. 6.11, Tg. 2.21 e 25.).
Mas, prezado, não vou insistir nisso contigo. Deus estar sob passividade e passar por justificação não tem sentido algum. Como eu disse antes nossos leitores avaliem.
Paz seja contigo!
Valdomiro.