Olá irmão Jefté, Paz!
Nobre irmão, concordo que devemos defender as coisas por fé, mas fé não significa, necessariamente, o desprezo do dado concreto.
Não aceitarmos constatações linguísticas é fechar os olhos à realidade, ou considerar que os tradutores também são inspirados, e ai imagine quantas versões temos no mundo, dentre elas as que mais deturpam as coisas, a TNM e a TLH, ironicamente esta última é a Tradução na Linguagem de Hoje.
Sobre as “adorações” de Jesus, mas uma vez os tradutores deram uma forcinha. E é justamente as línguas originais que denunciam isso.
A tradução “adorar” ou suas conjugações tem como correspondente grego “προσκυνέω” (proskynô), que pode ser traduzido por “adorar”, “reverenciar”, “receber respeitosamente”, “inclinar-se”, “prostrar-se” e etc.
Os LXX traduziram a palavra correspondente do hebraico שָׁחַה (shachah) pelo seu equivalente grego προσκυνέω. Também usado para com os homens e falsos deuses, com relação a esses últimos, por ter conotação cultual, é terminantemente proibido por Yahweh.
Veja alguns usos: Quando Abraão, em Gn. 23.7,12 se inclinou diante dos Hititas. A palavra “inclinou” é a mesma que os nossos irmãos tradutores do N.T colocaram como “adorou” sempre que esta se refere a Jesus. Mais ocorrências da mesma palavra sendo traduzida de forma diferente, ou seja, como inclinou ou reverenciou para outros e como “adorou” quando se refere a Jesus, pode ser encontrada em Gn. 18.2, diante dos homens que anunciaram o nascimento de Isaque. É ainda a mesma usada para dizer que Ló se prostrou com o rosto em terra ao receber os dois anjos que o iria livrar da destruição de Sodoma e Gomorra. Jacó quando se reencontra com Esaú, ele juntamente com sua família se prostra diante de seu irmão, e, é o mesmo verbo usado na benção de Isaque sobre Jacó em Gn. 27.29. Na benção de Jacó a Judá, Gn. 49.8. No sonho de José onde os feixes que representavam seus irmãos se prostraram diante dele e já no Egito, seus irmãos, de fato, se prostraram (adoraram) diante José, Gn. 43.26. O próprio Moisés “adorou” (reverenciou, mostrou-se sujeito a) seu sogro e o beijo em Ex. 18.7 É o mesmo usado nos 10 mandamentos em Ex. 20.5. Rute também prostrou-se diante de Boaz Rt. 2.10. Ao condenar a família de Eli, Yahweh diz que dos que deles sobrassem iriam se inclinar (adorar) ante aquele que iria tomar o lugar de Eli pedindo comida, I Sm. 2.36. Davi prostrou-se diante de Jônatas I Sm. 20.41. Sibá, servo de Maribaal, se prostra (adora) a Davi, II Sm. 16.4. A Bíblia diz: “Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se (ἔπεσεν) sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou (προσεκύνησεν) à terra.” (I Sm. 25.23 - LXX) . O próprio Natã, profeta de Yahweh, portanto alguém muito cônscio de suas obrigações com Deus, “adora” (se o conceito trinitário fosse o correto a palavra seria “adora”) Davi em I Rs. 1.23, “E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. E entrou à presença do rei, e prostrou-se (προσεκύνησεν) diante dele com o rosto em terra.” É claro que essa palavra também é aplicada a Deus como, por exemplo, Abraão dizer que iria adorar (prestar reverência a Deus em obediência à ordem que recebeu) juntamente com seu filho, Gn. 22.5. É também a mesma usada por Eliezer para com Yahweh, em Gn. 24.26.
Mas, o detalhe gritante é o fato de os fariseus acusaram Jesus de muitas coisas, mas nunca o acusaram de haver incitado o povo a adorá-lo ou haver acusado o povo de o adorarem, prestar-lhe culto, nem mesmo acusaram alguém, um único sequer de o haver adorado, isto é significativo, pois prova que ações de “adoração”, no sentido cultual, a Jesus, de fato, não aconteceram. Veja o caso do cego de nascença, citado por você mesmo, que fora curado por Jesus. Naquele relato encontramos, Jo. 9.38-40 “Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou. 39 E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos. 40 E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos?”. Se adorar Jesus tem sentido cultual, conforme requerido pelos trinitarianos, como o que prestamos a Deus, como podem os fariseus, ávidos por incriminar Jesus, presenciarem o “culto” do cego a Jesus e se incomodarem apenas com a insinuação de que Jesus os havia chamado de cegos? Outro exemplo gritante de mal uso de “proskynô” com se fosse adoração é encontrado em Mc. 5.6 “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.” o contexto mostra que um espírito imundo teria adorado Jesus? É difícil crer que as hostes infernais houvessem perdido o Céu por rejeitarem a Deus lá em cima para virem adorar alguém na terra.
A insistente tradução descontextualizada de προσκυνέω (proskynô) por “adorar” em nossas Bíblias, em especial no NT, causou, inclusive, uma situação esdrúxula: Jesus estaria dizendo que certas pessoas deveriam adorar outras. Vemos isso em Ap. 3.9 “Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.” Será que haverá pessoas que vão adorar os crentes da igreja de Filadélfia? Certamente a tradução do Peregrino deixa muito mais claro o sentido original: “Vê o que farei à sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus sem o ser, pois mentem: farei que venham prostrar-se a teus pés, reconhecendo que eu te amo.”
A Bíblia nos dá uma exemplo claro que mesmo que tenhamos um versículo onde se mostra duas pessoas recebendo “adoração” devemos separar os sentidos da aplicação dessa palava para um e para outro. Um homem e Deus são conjuntamente “adorados” (claro se a requisição trinitária fosse verdadeira) pelo mesmo povo hebreu em I Cr. 29.20, Davi e Yahweh, na Septuaginta lemos: “κάμψαντες τὰ γόνατα προσεκύνησαν τῷ κυρίῳ καὶ τῷ βασιλεῖ”. A Almeida Corrigida Fiel traduziu por “inclinaram-se, e prostraram-se perante o SENHOR e o rei”, mas se ao invés de Davi o verso fosse no Novo Testamente e estivesse falando de Jesus, então a preferência para tradução do verbo proskunô pelos trinitários, certamente, seria “e inclinaram-se e adoraram o SENHOR e a Jesus”. Esse termo que está em I Cr. 29.20 e que seria um absurdo dizermos que o povo de Israel adorou DAVI é o mesmo que os tradutores usam para dizer que as pessoas adoraram Jesus, ou seja, o tradutor é quem te induzirá a crer dessa forma, não a língua original.
Há outro termo que está no versículo que você citou, este sim é exclusivo para entes de culto, seja um ídolo, seja o Deus Verdadeiro, este outro termo, nunca é aplicado a Jesus. O termo é λατρεύω, e está em Mt. 4.10 traduzido por “servirás”. A bíblia mostra que quando servimos a Jesus é “douleo” (com conotação de escravo), nunca “latreuo” (com conotação de cultuador).
Se você acha que o português ou seus tradutores transmitem com perfeição essas nuances, acredito que você está se privando da verdade em nome da Fé querido irmão. Elas (fé e verdade) devem andar juntas. E a verdade é que os tradutores, em sua maioria por serem trinitários favorecem a “deificação” do Filho de Deus.
Ainda que não sejamos os donos da verdade, devemos reconhecer que certas coisas são constatáveis, por isso considero a questão linguística importante. Ai se vê algo constatável. Mas, o mais importante é que essa constatação, mantém a fé ensinada desde Gênesis e confirmada por Jesus: “O Pai é o único Deus Verdadeiro”.
Na Paz!
Valdomiro.
Nobre irmão, concordo que devemos defender as coisas por fé, mas fé não significa, necessariamente, o desprezo do dado concreto.
Não aceitarmos constatações linguísticas é fechar os olhos à realidade, ou considerar que os tradutores também são inspirados, e ai imagine quantas versões temos no mundo, dentre elas as que mais deturpam as coisas, a TNM e a TLH, ironicamente esta última é a Tradução na Linguagem de Hoje.
Sobre as “adorações” de Jesus, mas uma vez os tradutores deram uma forcinha. E é justamente as línguas originais que denunciam isso.
A tradução “adorar” ou suas conjugações tem como correspondente grego “προσκυνέω” (proskynô), que pode ser traduzido por “adorar”, “reverenciar”, “receber respeitosamente”, “inclinar-se”, “prostrar-se” e etc.
Os LXX traduziram a palavra correspondente do hebraico שָׁחַה (shachah) pelo seu equivalente grego προσκυνέω. Também usado para com os homens e falsos deuses, com relação a esses últimos, por ter conotação cultual, é terminantemente proibido por Yahweh.
Veja alguns usos: Quando Abraão, em Gn. 23.7,12 se inclinou diante dos Hititas. A palavra “inclinou” é a mesma que os nossos irmãos tradutores do N.T colocaram como “adorou” sempre que esta se refere a Jesus. Mais ocorrências da mesma palavra sendo traduzida de forma diferente, ou seja, como inclinou ou reverenciou para outros e como “adorou” quando se refere a Jesus, pode ser encontrada em Gn. 18.2, diante dos homens que anunciaram o nascimento de Isaque. É ainda a mesma usada para dizer que Ló se prostrou com o rosto em terra ao receber os dois anjos que o iria livrar da destruição de Sodoma e Gomorra. Jacó quando se reencontra com Esaú, ele juntamente com sua família se prostra diante de seu irmão, e, é o mesmo verbo usado na benção de Isaque sobre Jacó em Gn. 27.29. Na benção de Jacó a Judá, Gn. 49.8. No sonho de José onde os feixes que representavam seus irmãos se prostraram diante dele e já no Egito, seus irmãos, de fato, se prostraram (adoraram) diante José, Gn. 43.26. O próprio Moisés “adorou” (reverenciou, mostrou-se sujeito a) seu sogro e o beijo em Ex. 18.7 É o mesmo usado nos 10 mandamentos em Ex. 20.5. Rute também prostrou-se diante de Boaz Rt. 2.10. Ao condenar a família de Eli, Yahweh diz que dos que deles sobrassem iriam se inclinar (adorar) ante aquele que iria tomar o lugar de Eli pedindo comida, I Sm. 2.36. Davi prostrou-se diante de Jônatas I Sm. 20.41. Sibá, servo de Maribaal, se prostra (adora) a Davi, II Sm. 16.4. A Bíblia diz: “Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se (ἔπεσεν) sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou (προσεκύνησεν) à terra.” (I Sm. 25.23 - LXX) . O próprio Natã, profeta de Yahweh, portanto alguém muito cônscio de suas obrigações com Deus, “adora” (se o conceito trinitário fosse o correto a palavra seria “adora”) Davi em I Rs. 1.23, “E o fizeram saber ao rei, dizendo: Eis aí está o profeta Natã. E entrou à presença do rei, e prostrou-se (προσεκύνησεν) diante dele com o rosto em terra.” É claro que essa palavra também é aplicada a Deus como, por exemplo, Abraão dizer que iria adorar (prestar reverência a Deus em obediência à ordem que recebeu) juntamente com seu filho, Gn. 22.5. É também a mesma usada por Eliezer para com Yahweh, em Gn. 24.26.
Mas, o detalhe gritante é o fato de os fariseus acusaram Jesus de muitas coisas, mas nunca o acusaram de haver incitado o povo a adorá-lo ou haver acusado o povo de o adorarem, prestar-lhe culto, nem mesmo acusaram alguém, um único sequer de o haver adorado, isto é significativo, pois prova que ações de “adoração”, no sentido cultual, a Jesus, de fato, não aconteceram. Veja o caso do cego de nascença, citado por você mesmo, que fora curado por Jesus. Naquele relato encontramos, Jo. 9.38-40 “Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou. 39 E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos. 40 E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos?”. Se adorar Jesus tem sentido cultual, conforme requerido pelos trinitarianos, como o que prestamos a Deus, como podem os fariseus, ávidos por incriminar Jesus, presenciarem o “culto” do cego a Jesus e se incomodarem apenas com a insinuação de que Jesus os havia chamado de cegos? Outro exemplo gritante de mal uso de “proskynô” com se fosse adoração é encontrado em Mc. 5.6 “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o.” o contexto mostra que um espírito imundo teria adorado Jesus? É difícil crer que as hostes infernais houvessem perdido o Céu por rejeitarem a Deus lá em cima para virem adorar alguém na terra.
A insistente tradução descontextualizada de προσκυνέω (proskynô) por “adorar” em nossas Bíblias, em especial no NT, causou, inclusive, uma situação esdrúxula: Jesus estaria dizendo que certas pessoas deveriam adorar outras. Vemos isso em Ap. 3.9 “Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.” Será que haverá pessoas que vão adorar os crentes da igreja de Filadélfia? Certamente a tradução do Peregrino deixa muito mais claro o sentido original: “Vê o que farei à sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus sem o ser, pois mentem: farei que venham prostrar-se a teus pés, reconhecendo que eu te amo.”
A Bíblia nos dá uma exemplo claro que mesmo que tenhamos um versículo onde se mostra duas pessoas recebendo “adoração” devemos separar os sentidos da aplicação dessa palava para um e para outro. Um homem e Deus são conjuntamente “adorados” (claro se a requisição trinitária fosse verdadeira) pelo mesmo povo hebreu em I Cr. 29.20, Davi e Yahweh, na Septuaginta lemos: “κάμψαντες τὰ γόνατα προσεκύνησαν τῷ κυρίῳ καὶ τῷ βασιλεῖ”. A Almeida Corrigida Fiel traduziu por “inclinaram-se, e prostraram-se perante o SENHOR e o rei”, mas se ao invés de Davi o verso fosse no Novo Testamente e estivesse falando de Jesus, então a preferência para tradução do verbo proskunô pelos trinitários, certamente, seria “e inclinaram-se e adoraram o SENHOR e a Jesus”. Esse termo que está em I Cr. 29.20 e que seria um absurdo dizermos que o povo de Israel adorou DAVI é o mesmo que os tradutores usam para dizer que as pessoas adoraram Jesus, ou seja, o tradutor é quem te induzirá a crer dessa forma, não a língua original.
Há outro termo que está no versículo que você citou, este sim é exclusivo para entes de culto, seja um ídolo, seja o Deus Verdadeiro, este outro termo, nunca é aplicado a Jesus. O termo é λατρεύω, e está em Mt. 4.10 traduzido por “servirás”. A bíblia mostra que quando servimos a Jesus é “douleo” (com conotação de escravo), nunca “latreuo” (com conotação de cultuador).
Se você acha que o português ou seus tradutores transmitem com perfeição essas nuances, acredito que você está se privando da verdade em nome da Fé querido irmão. Elas (fé e verdade) devem andar juntas. E a verdade é que os tradutores, em sua maioria por serem trinitários favorecem a “deificação” do Filho de Deus.
Ainda que não sejamos os donos da verdade, devemos reconhecer que certas coisas são constatáveis, por isso considero a questão linguística importante. Ai se vê algo constatável. Mas, o mais importante é que essa constatação, mantém a fé ensinada desde Gênesis e confirmada por Jesus: “O Pai é o único Deus Verdadeiro”.
Na Paz!
Valdomiro.