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    BATISMO em nome do Espírito Santo? - Mateus 28.19

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    BATISMO em nome do Espírito Santo? - Mateus 28.19 Empty BATISMO em nome do Espírito Santo? - Mateus 28.19

    Mensagem por Norberto Seg 13 Out 2014, 17:20

    .
    BATISMO EM NOME DO ESPÍRITO SANTO? – MATEUS 28:19
    Trata-se de um capítulo do livro Eu e o Pai Somos Um
    Autor: Ricardo Nicotra

    “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” - Mateus 28:19.

    Com a generalizada aceitação entre os estudiosos de que a fórmula trinitariana presente em I João 5:7 tem origem espúria, o peso da defesa da Trindade caiu fortemente sobre Mateus 28:19 que passou a ser o verso preferido dos defensores desta teoria. A razão é simples: nenhum outro verso bíblico coloca no mesmo patamar o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A famosa e consagrada expressão “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” não aparece em nenhum outro lugar na Bíblia; é uma exclusividade de Mateus 28:19.

    No entanto, esta fórmula batismal tem trazido controvérsia entre os estudiosos por diversas razões:

    • A sugestão de existência de uma trindade não se coaduna com a crença monoteísta do público alvo do evangelho de Mateus, os judeus.

    • O contexto (verso 18) diz que toda a autoridade foi dada a Cristo. Isto sugere, naturalmente, uma ação posterior em nome de quem tem e delega a autoridade, no caso, em nome de Jesus apenas.

    • Os batismos realizados posteriormente pelos discípulos e relatados no livro dos Atos foram em nome de Jesus apenas.

    • Todas as orientações de Cristo e as ações dos discípulos (orações, milagres, expulsão de demônios, advertências, reuniões e pregações) foram em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

    • Há evidências de que a fórmula batismal citando “em nome do Pai, Filho e Espírito Santo” não conste no original, mas tenha sido adicionada posteriormente.

    Passaremos a analisar cada uma destas causas de controvérsias, antes porém, algumas palavras importantes sobre a confiabilidade e integridade bíblica.


    Integridade Bíblica

    “Ao falar acerca destes assunto, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” II Pedro 3:16.

    O apóstolo Pedro declarou que nas Escrituras Sagradas há certas coisas difíceis de entender. A dificuldade vem em decorrência de alguns fatos incontestáveis: (1) Algumas pessoas “ignorantes e instáveis” aproveitam-se de alguns pontos isolados para impor seus ensinos particulares - ignoram a regra geral e apegam-se fortemente nas exceções. (2) A mensagem de Deus é infinitamente profunda e nós somos limitados. A fonte de que dispomos, a Bíblia, foi escrita em linguagem humana, traduzida para outros idiomas igualmente limitados e sujeitos a falhas de interpretação.

    Sabemos que infelizmente, devido a uma fragilidade e limitação do idioma e da tradução, pode haver em um ou outro texto algum tipo de imprecisão. Mas tais imprecisões não devem nos desanimar de estudar com afinco a Palavra de Deus, pelo contrário, é estudando arduamente que teremos uma visão melhor do todo e tais textos poderão ser bem compreendidos sob a luz de outros textos.

    Acreditamos plenamente que Deus inspirou sua Palavra e que ao longo dos séculos não houve perda de sua essência. Quando aparece um verso difícil de entender, que parece contradizer todo o resto da Palavra de Deus, devemos contrastá-lo com outros textos.

    As imprecisões e limitações dos idiomas para os quais a Bíblia é traduzida são causa de muitas confusões doutrinárias. Por esta razão o melhor conselho para evitar erros doutrinários em decorrência destas imprecisões é:

    • Analisar o texto controvertido dentro do seu contexto.

    • Analisar outros textos bíblicos que abordam o mesmo assunto.

    • Quando possível, recorrer ao original hebraico ou grego para desfazer dúvidas remanescentes.

    Acima destas três regras que procurei obedecer ao elaborar este livro, está a confiança do poder de Deus que, através do seu Espírito, atua em nossa mente guiando-nos em toda a verdade. Analisaremos agora algumas evidências contrárias a uma interpretação trinitariana de Mateus 28:19.


    Inconsistência com o Público Alvo

    O objetivo de Mateus com seu evangelho era alcançar os judeus convencendo-os de que Jesus Cristo era o Messias descrito pelos profetas do Antigo Testamento. Assim como Moisés foi o libertador do povo de Israel, Mateus apresenta Jesus Cristo para os judeus como aquele que os libertaria do pecado e estabeleceria seu reino espiritual.

    Tendo como o público alvo os judeus, causa-nos no mínimo alguma estranheza a menção de uma fórmula batismal que sugira a existência de uma trindade jamais aceita pelos destinatários de seu evangelho.

    A crença dos judeus se baseia totalmente no Velho Testamento, onde não há qualquer sugestão da existência de um Deus composto por três pessoas. Baseados no Velho Testamento, os judeus aceitam um único Deus e a proposta de um Deus tríplice soaria absurda. Ademais, o objetivo de Mateus não era convencê-los da existência de uma trindade, mas mostrar Jesus como o Messias, o libertador espiritual de Israel.


    Análise Contextual – A Autoridade de Cristo

    Como em todo texto controvertido, temos que dedicar tempo e esforço para a compreensão não apenas do verso em questão mas também do seu contexto. Neste ponto devemos compreender claramente o que significa fazer algo em nome de alguém.

    “Fazer algo em nome de alguém” significa agir com autoridade delegada ou derivada de outra entidade. Por exemplo, um policial não teria autoridade se esta não lhe fosse dada pela lei. Por isso, ao deter um criminoso em flagrante, o policial poderá dizer: “Preso em nome da lei”, em outras palavras, “Estou lhe prendendo com a autoridade que a lei me dá”.

    O poder de prender alguém em flagrante deriva da lei e se estende não apenas às autoridades policiais, mas a toda pessoa comum do povo que testemunha um crime. O artigo 301 do Código de Processo Penal diz que “qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.” Provavelmente você não sabia que a lei do nosso país lhe dá autoridade para prender um criminoso em flagrante e entregá-lo às autoridades. Desta forma, como a autoridade lhe foi dada pela lei, você pode dirigir-se a um criminoso e dar-lhe voz de prisão: “O senhor está preso em nome da lei.” (Por motivos óbvios recomendamos que esta autoridade seja usada com cautela, avaliando muito bem as consequências de curto prazo.)

    Da mesma forma, um representante de Estado, por exemplo, um embaixador, age não por si mesmo, mas em nome de uma nação. O mesmo vale para um delegado, um procurador, um advogado ou qualquer outro representante legal. Este representante, advogado ou procurador age apenas em nome de alguém que tenha lhe dado autoridade para tanto. Por isso podemos afirmar sem medo de errar que existe uma íntima relação entre fazer algo em nome de uma entidade e a autoridade que esta entidade confere àquele que age em nome dela. Usei a expressão “entidade” e não “pessoa” porque como você já deve ter percebido é perfeitamente possível fazer algo em nome de uma entidade não pessoal. Exemplo: Agir em nome da lei, em nome do Estado, em nome da Igreja.

    Imagine que você é enviado pelo Presidente da República a uma repartição pública com uma procuração oficial assinada pelo presidente. Ao chegar você se identifica: “Meu nome é João da Silva e vim em nome do Presidente da República.” Você pode não significar muito para os funcionários desta repartição, mas como você age em nome de alguém que tem autoridade, então é prontamente atendido. Não seria assim se você estivesse representando uma pessoa comum. Imagine-se agora chegando na mesma repartição com uma procuração assinada pelo seu cunhado, Eustáquio Miranda. Você poderia agir em nome do Eustáquio Miranda, mas não teria o mesmo atendimento pois a autoridade do seu cunhado não é comparável à autoridade do presidente.

    Estes exemplos simples foram citados apenas para mostrar a forte relação entre fazer algo em nome de uma entidade e a autoridade desta entidade.

    Analisando o contexto de Mateus 28:19, especialmente o verso 18, vemos que a autoridade a que Mateus se refere é a autoridade que Cristo recebeu do Pai e não a autoridade de uma trindade:

    “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” - Mateus 28:18.

    Toda autoridade foi dada a Cristo. Quem lhe deu tal autoridade? A Bíblia declara que o Pai concedeu ao Filho toda a autoridade:

    “Pai, é chegada a hora. Glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti. Pois lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos os que lhe deste.” - João 17:1 e 2.

    “Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim também deu ao Filho ter vida em si mesmos; e deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem.” - João 5:26 e 27.

    “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus.” - Romanos 13:1.

    “Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo como são quebrados os vasos do oleiro, assim como eu recebi autoridade de meu Pai.” Apocalipse 2:26 e 27.

    Cristo recebeu do Pai toda autoridade no Céu e na Terra por isso Cristo agia em nome daquele que lhe concedeu a autoridade, ou seja, Cristo agia em nome do Pai: “Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis” (João 5:43). Seria esperado, portanto, na sucessão natural da grande comissão, que Jesus comissionasse os discípulos como seus representantes, seus procuradores. A ordem natural de Cristo seria que os discípulos agissem em nome daquele que lhes conferiu a autoridade, ou seja, em nome de Jesus apenas, pois era Jesus quem estava concedendo autoridade aos seus discípulos naquele momento. Assim como a autoridade que Jesus possuía foi derivada do Pai e por isso Jesus agia em nome do Pai, da mesma forma a autoridade que os discípulos possuíam era derivada de Jesus e o esperado seria ações dos discípulos em nome de Jesus apenas.

    Mas, surpreendentemente, embora a autoridade tenha sido concedida por Cristo, o texto que lemos em quase todas as versões da Bíblia hoje é para que os discípulos batizem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isto é, no mínimo, muito estranho! Toda a regra de concessão de autoridade e ação em nome de quem concedeu a autoridade é quebrada!



    Em Nome de Quem os Discípulos Batizaram?

    O livro dos Atos relata vários batismos, mas nenhum deles foi realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os exemplos que temos da era apostólica demonstram claramente que os batismos foram realizados em nome de Jesus apenas. Vejamos alguns exemplos começando com o apelo de Pedro aos judeus na festa do Pentecostes:

    “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom o Espírito Santo.” - Atos 2:38.

    Estaria Pedro, por acaso, desobedecendo a ordem clara do Mestre que o batismo deveria ser realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Por que Pedro recomendou um batismo em nome de Jesus apenas? Vejamos como foram batizados os crentes de Samaria:

    “Porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus.” - Atos 8:16.

    O livro dos Atos também relata que gentios foram batizados em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo:

    “E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias.” - Atos 10:48.

    O livro dos Atos relata até mesmo um caso de rebatismo em Éfeso:

    “Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus.” - Atos 19:5.

    Por que os discípulos batizaram em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Por que os batismos hoje são em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (baseando-se em apenas um verso e ignorando todos os demais que ensinam que o batismo deve ser em nome de Jesus)?

    Em Romanos 6:3 Paulo afirma que “fomos batizados em Cristo Jesus”. Ele nunca afirmou que fomos batizados no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

    Exortando sobre a necessidade de unidade em Cristo, Paulo pergunta aos Coríntios:

    “Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós, ou fostes porventura, batizados em nome de Paulo?” - I Coríntios 1:13.

    Embora este verso não diga tão claramente quanto os anteriores que o batismo é em nome de Jesus, há uma evidência clara da intenção do apóstolo. Cristo não está dividido. Jesus Cristo foi crucificado em favor dos crentes e estes foram batizados em nome dEle, sugere o verso.

    Escrevendo aos Gálatas, Paulo reafirma o que foi dito até o momento:

    “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.” - Gálatas 3:27.

    Não apenas os batismos foram realizados em nome de Cristo, mas todas as palavras e obras dos cristãos devem ser em nome de Jesus Cristo, não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.


    Tudo em Nome de Jesus Cristo

    “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” - Colossenses 3:17.

    Paulo recomenda que tudo deve ser feito em nome de Jesus. O que está incluído nesta expressão “tudo”? Todas as coisas estão incluídas aqui (inclusive batismos). É hora de você pegar sua Bíblia e conferir os versos abaixo.

    > As orações devem ser feitas em nome de Jesus, não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Veja vários exemplos: João 14:13 e 14; João 15:16; João 16:24, 26 e 27; Tiago 5:14.

    > Advertências, admoestações e repreensões foram feitas em nome de Jesus, nunca em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Confira: I Coríntios 1:10; 5:4; II Tessalonicenses. 3:6.

    > Nenhum milagre foi feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas em nome de Jesus. Abra sua Bíblia e leia os seguintes versos: Mateus 7:22; Marcos 9:38-40; 16:15-18; Lucas 10:17; Atos 3:6; 4:7-12; 4:30; 16:18.

    > Obras de caridade também foram realizadas em nome de Jesus. Veja: Mateus 18:5; Marcos 9:37 e 41; Lucas 9:48.

    > Até mesmo reuniões espirituais e pregações devem ser realizadas em nome de Jesus, não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Leia estes exemplos: Mateus 18:20; Lucas 24:46 e 47; Atos 4:18; 9:27 e 29; Efésios 5:20; Tiago 5:10.

    > O mais impressionante é que até mesmo o Espírito é enviado em nome de Jesus conforme João 14:26.

    > Enfim, como diz Paulo, tudo deve ser feito em nome de Jesus, pois nossa salvação é também em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Veja Atos 4:12; João 20:31; I Coríntios 6:11.


    A Hermenêutica Bíblica, estudo da interpretação dos textos, estabelece alguns princípios básicos de interpretação. Um destes princípios diz que não podemos estabelecer uma conclusão definitiva com relação a uma doutrina ou prática baseando-se apenas em um verso da Bíblia. Infelizmente os crentes que batizam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo não seguem este princípio de hermenêutica, pois apegam-se em apenas um texto e desprezam as inúmeras evidências de que tudo deve ser realizado em nome de Jesus.


    A Autenticidade de Mateus 28:19

    Diante de tantas inconsistências e incompatibilidades com o restante dos escritos sagrados, Mateus 28:19 tem sua autenticidade questionada. A história demonstra que na era apostólica batizava-se apenas em nome de Jesus, sendo que batismos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo só foram realizados muitos anos após a morte dos apóstolos. Vejamos o que a história diz a respeito da origem da doutrina da Trindade e do batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo:

    Enciclopédia Britânica: “A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no 2º Século.” – 11ª Edição, Vol. 3 - págs. 365-366. “Sempre nas fontes antigas é mencionado que o batismo era em nome de Jesus Cristo.” – Vol. 3, pág. 82.

    Enciclopédia das Religiões – Maurice A. Canney: “Inicialmente as pessoas eram batizadas “em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38; 10:48) ou “no nome do Senhor Jesus” (Atos 8:16; 19:5). Posteriormente, com o desenvolvimento da doutrina da Trindade eles foram batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” - Justin Mártir, Apol. 1, capítulo 61, pág. 53.

    Nova Enciclopédia Internacional: “O termo “Trindade” se originou com Tertuliano, padre da Igreja Católica Romana.” - Vol. 22, pág. 477.

    Enciclopédia da Religião - Hastings: “O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em nome do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da trindade foi usada.” - Vol.2, págs. 377-378 e 389.

    Enciclopédia Católica: “A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no segundo século.” – Vol. 2, pág 263.

    O pastor Alejandro Bullón, no livro “O Terceiro Milênio”, menciona algumas “doutrinas estranhas” que geraram conflito na Igreja Cristã durante a Idade Média:

    “Naquele período, a Igreja cristã passou a ter conflitos internos por causa de doutrinas estranhas que pretendiam misturar-se às verdades bíblicas. Entre as doutrinas em conflito, podemos mencionar: o pecado original, a trindade, a natureza de Cristo, o papel da virgem Maria, o celibato e a autoridade da Igreja.” - Alejandro Bullón - O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse - Casa Publicadora Brasileira - págs. 41 e 42. (grifo acrescido)


    A Bíblia de Jerusalém incluiu o seguinte comentário de rodapé a respeito de Mateus 28:19:

    “É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar “no nome de Jesus”. Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da trindade.”


    O Original de Mateus 28:19 e a Crítica Textual

    Crítica textual é o método utilizado por estudiosos para se conhecer o texto original ou, pelo menos, chegar próximo do original. Metodologias foram desenvolvidas neste sentido pois sabe-se que as versões que chegam até nós, após várias cópias e traduções, raramente vem com precisão absoluta. Hoje existem, espalhados por museus e bibliotecas no mundo inteiro, milhares de manuscritos que vão desde fragmentos de papiro até Bíblias completas produzidas após a invenção da imprensa.

    É fato comprovado que há muitas diferenças entre estes manuscritos e como não temos acesso ao original, surgem as questões: Qual destes manuscritos é o mais confiável? Qual deles está mais próximo da versão original?

    Muitos cristãos acreditam que Deus preservou cada palavra, cada ponto e cada vírgula das Escrituras, mas os milhares de manuscritos e as fontes históricas disponíveis hoje mostram que houve mudanças nas Escrituras e que há necessidade de buscas, comparações e estudos para se chegar à versão mais próxima do original.

    Temos absoluta confiança de que Deus inspirou a versão original e preservou a essência da mensagem bíblica, mas a diversidade de manuscritos demonstra que houve erros de copistas e possíveis adições apócrifas. É por esta razão que existe a crítica textual – a disciplina que, com base em diversas informações, busca restaurar o texto original que sofreu um processo de cópias e traduções.

    O ideal seria termos à nossa disposição os documentos originais do Novo Testamento escritos pelos próprios apóstolos ou, pelo menos, cópias do primeiro ou segundo séculos. Mas infelizmente devido à grande perseguição que a igreja sofreu nos primeiros séculos da era cristã muitos documentos sagrados foram destruídos neste período. Portanto, hoje não temos a nossa disposição os originais do Novo Testamento nem manuscritos dos três primeiros séculos.

    Em 303 d.C. Diocleciano, o imperador romano, ordenou que as propriedades dos cristãos fossem confiscadas e que seus escritos sagrados fossem destruídos. Só alguns anos depois outro imperador, Constantino, “converteu-se” ao cristianismo, cessou as perseguições e promoveu a difusão dos escritos sagrados.

    Por esta razão hoje temos inúmeros manuscritos da Bíblia, mas apenas posteriores ao terceiro e quarto séculos. O problema da crítica textual não é a falta de manuscritos, mas o excesso. Diante de tantos manuscritos e diferentes fontes de informação, como a crítica textual decide qual é o texto que mais se aproxima do original?

    A primeira fonte de estudos para a crítica textual são os manuscritos antigos. As fontes históricas idôneas também servem como importante subsídio para os estudiosos e críticos textuais. Outra importante fonte utilizada pela crítica textual são as citações bíblicas feitas pelos escritores e historiadores religiosos dos primeiros séculos. Neste período a produção literária sacra foi muito grande e a citação da Bíblia era muito comum.

    Quando um escritor sacro dos primeiros séculos citava alguma parte da Bíblia de que versão ele copiava o texto? Certamente as fontes utilizadas eram manuscritos dos livros da Bíblia de data anterior à obra que a referenciava. Ou seja, é natural admitirmos que os escritores sacros dos primeiros séculos baseavam-se em cópias manuscritas do Novo Testamento mais antigas e, portanto, mais confiáveis e menos sujeitas a erros do que as que dispomos hoje. Por esta razão tais citações de versos bíblicos nestas obras sacras são de grande valor para a crítica textual. Há quem afirme que a quantidade de citações bíblicas nas obras destes escritores sacros é tão grande que seria possível, mesmo sem os manuscritos bíblicos, reconstituir praticamente toda a Bíblia baseando-se apenas nas citações destes autores. Exagero ou não, vale a pena levar em conta tais citações se estas podem nos auxiliar numa conclusão sobre qual seria o texto mais próximo do original no caso de Mateus 28:19.

    Veremos na parte final deste livro um pouco da história da doutrina da Trindade. Falaremos um pouco sobre o Concílio de Nicéia realizado no quarto século e sobre o estabelecimento da doutrina da Trindade pela Igreja Católica.

    Os manuscritos mais antigos do Novo Testamento de que dispomos hoje e nos quais nossas Bíblias são baseadas são posteriores ao Concílio de Nicéia e contêm a fórmula batismal “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, mas as citações bíblicas de historiadores baseados em manuscritos anteriores nos mostram algo muito interessante.

    Eusébio de Cesaréia (270-340 d.C.), conhecido como o “Pai da História da Igreja”, foi provavelmente o maior historiador da igreja dos primeiros séculos. Considerado um dos preservadores da literatura sacra em sua época, sua obra é vasta. Embora não tenha se destacado pela criatividade e originalidade, Eusébio goza de boa reputação no tocante à sua precisão. É por isso que Eusébio é reconhecido e lembrado pelo seu importantíssimo trabalho de preservação dos registros da igreja primitiva.

    Paul Johnson, em "A History of Christianity" ("História do Cristianismo"), página 43, declara o seguinte a respeito de Eusébio de Cesaréia: "A maior parte do nosso conhecimento sobre a história inicial do Cristianismo vem dos escritos do bispo Eusébio de Cesaréia no quarto século. Eusébio foi de muitas formas um historiador cuidadoso e ele teve acesso a muitas fontes que desapareceram."

    Não é nosso objetivo discorrer com detalhes acerca da obra e influência de Eusébio de Cesaréia, mas investigar se os registros deixados por Eusébio podem nos auxiliar na busca pelo texto original de Mateus 28:19.

    Eusébio nasceu no final do terceiro século, num periodo de transição da igreja cristã. Como Paul Johnson bem destacou, Eusébio teve acesso a fontes que desapareceram. De fato, os mais antigos manuscritos da Bíblia que temos acesso hoje são posteriores aos que Eusébio tinha acesso. As versões usadas por Eusébio eram, portanto, mais próximas do original e por esta razão a probabilidade de haver erros e adulterações em tais versões era muito pequena. Baseado nas versões da Bíblia disponíveis no início do quarto século como Eusébio citou Mateus 28:19?

    Eusébio citou Mateus 28:19 diversas vezes em comentários sobre Salmos, Isaías, e em obras como Demonstratio Evangelica e Teofania. Também citou este verso em História da Igreja. Na maioria das vezes suas citações de Mateus 28:19 eram muito semelhantes a esta:

    “Ide e fazei discípulos de todas as nações em meu nome, ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho ordenado.”

    É importante ressaltar que toda a doutrina deve ser obtida da pura Palavra de Deus, não de escritos de homens, por mais fidedignos que eles sejam. Estes historiadores viveram em tempos de grande escuridão espiritual quando o paganismo sutilmente penetrava na igreja. Por esta razão, nosso objetivo ao mencionar as citações de Eusébio é apenas usar o testemunho dos escritores dos primeiros séculos como evidência histórica de que a versão original muito provavelmente tenha sido adulterada. Temos plena convicção de que se os manuscritos que Eusébio tinha diante de seus olhos dissessem “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” ele jamais teria citado como citou “em meu nome” apenas. Como já mencionamos, os vários relatos de batismos efetuados pelos apóstolos não estão compatíveis com a versão de Mateus 28:19 atual, mas estão compatíveis com a citação de Mateus 28:19 feita por Eusébio, qual seja, “em nome de Jesus” apenas.

    Segundo a Enciclopédia de Religião e Ética, volume 2, pág. 380, Eusébio citou 21 vezes a comissão de Mateus 28, ou omitindo tudo entre “nações” e “ensinando-os” ou, na forma mais frequente, “fazei discípulos de todas as nações em meu nome”.

    É interessante notar que no final de sua vida, após o Concílio de Nicéia, Eusébio incluiu em obras como “Contra Marcelo de Ancira” e “Sobre a Teologia da Igreja” citações de Mateus 28:19 incluindo o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isto pode ser um reflexo da poderosíssima influência exercida pelo Concílio de Nicéia em favor da Trindade que afetou a produção da literatura sacra no quarto século. É também um reflexo do momento de transição pelo qual passou a igreja no início do quarto século.

    O fato dos discípulos obedecerem à ordem de Mateus 28:19 batizando em nome de Jesus apenas é um ponto positivo para as versões usadas e transcritas por Eusébio. É nesta hora que vemos a crítica histórica influenciando a crítica textual em favor de Eusébio e contra as versões atuais que apresentam um batismo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo.

    Fica claro, não apenas pelas evidências provenientes da crítica textual, bem como da análise do contexto de Mateus 28:19 e por outras passagens bíblicas, que a autenticidade da versão atual é bastante discutível e, portanto, tal versão não deve ser utilizada para provar qualquer doutrina.

    Ademais, é sempre conveniente relembrar que nenhuma doutrina bíblica pode ser estabelecida com base em apenas um verso. Essa regra é um consenso entre os teólogos e estudiosos da Bíblia. Por isso, batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é quebrar este princípio e, mais do que isso, desprezar as abundantes evidências bíblicas de que o batismo deve ser realizado em nome de Jesus.


    Outras Versões de Mateus 28:19

    Qual é a melhor versão para Mateus 28:19? Como dissemos, a escolha da melhor versão depende dos critérios de crítica textual adotados pelos responsáveis pela edição de cada versão bíblica.

    O fato da maior parte das denominações cristãs apoiar a doutrina católica da Trindade explica porque as Bíblias atuais trazem a versão de Mateus 28:19 que cita “Pai, Filho e Espírito Santo”. Mas nem todas as traduções da Bíblia citam Mateus 28:19 desta forma. O Evangelho de Mateus em Hebraico de George Howard (ver nota 1 no final) é um exemplo que não contém a fórmula batismal em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.


    Este texto, traduzido para o português, ficaria assim:

    “18 Jesus, aproximando-se deles, disse-lhes: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide 20 e ensinai-os a observar todas as coisas que vos ordenei para sempre.” - Mateus 28:18-20. (Na Tradução de George Howard em Hebraico)

    É importante concluir os comentários sobre a autenticidade de Mateus 28:19 declarando que não estamos afirmando categoricamente ou tecnicamente provando que o conteúdo do texto original de Mateus 28:19 diga “em meu [de Jesus] nome” e não “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. O que apresentamos nesta seção sobre Mateus 28:19 foram fortes evidências contextuais, históricas, textuais que nos levam a crer que o texto original escrito por Mateus não continha a expressão “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

    De qualquer forma, mesmo que as versões atuais estejam corretas e as versões usadas e transcritas por Eusébio estejam erradas, Mateus 28:19 não prova que Deus é uma Trindade. Mesmo se referindo a três, o verso não diz que são três pessoas e muito menos que os três formam um Deus. Aliás, nenhuma passagem das Escrituras afirma que Deus seja composto por três pessoas, três agentes, três seres, três substâncias, três divindades, três mentes ou três quaisquer outras coisas.




    Nota 1: George Howard é Professor Emérito e Chefe do Departamento de Religião e Professor de Religião da Universidade da Geórgia. Ele realiza pesquisas sobre o Novo Testamento e Judaísmo Intertestamental. Concluiu o Ph.D. no Hebrew Union College / Instituto Judaico de Religião (1964). Ele também estudou em Vanderbuilt e na Universidade Hebraica.




    Texto extraído do Livro

    “EU E O PAI SOMOS UM”

    E O ESPÍRITO SANTO?
    NÃO FAZ PARTE DA TRINDADE?

    Terceira Edição - 2008

    Ricardo Nicotra

    IGREJA CRISTÃ BÍBLICA ADVENTISTA
    www.igrejacrista.com
    eueopai@igrejacrista.com
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