É anticristão levar um irmão ao juiz da terra? O correto é aceitar sofrer o dano e a injustiça?

Noberto;

É que observei que as vezes os pontos de vistas ofuscam o que é mais importante, de certa forma o que sabemos pode não ser relevante, pois não somos sabedores de toda a glória de Deus, e que nosso Senhor afirmou isto a alguns questionamentos de seus seguidores, "que importa a ti", acho que buscar o conhecimento é importante, pois nos blinda de muitos problemas, mas devemos ter humildade, a abrir nossos corações para que a palavra do Senhor tenha vida em nós, independentemente do nível do nosso conhecimento.
Veja podemos deixar baseado nisto um tópico, até que ponto nossa busca no conhecimento pode nos ofuscar da palavra do Senhor.

A paz esteja com todos.

Paz do Senhor, Maria Madalena!

Como a Igreja é um estado dentro do Estado, toda demanda deve ser primeiramente resolvida entre os que tem capacidade para julgar segundo as Escrituras.

A Igreja Católica é a denominação mais dividida que existe no cristianismo, onde os seus representantes se matam lutando por espaço e defesa da fé deles, mas nem por isso deixam vazar para a imprensa ou para a concorrência evangélica seus infortúnios.

O que Paulo adverte é que casos em que a igreja pode resolver, por se tratar de problemas locais, então deve ser resolvido entre os irmãos. O caso citado foi de um homem que pecou contra seu pai e isso é uma coisa grave que não pode acontecer entre os cristãos, por isso os próprios cristãos deveriam julgar. Mas no caso de ser um agravo contra a sociedade, tipo um estupro, a igreja não pode ocultar o delito, pois o pecado cometido foi contra a sociedade e não somente contra a igreja e as normas estabelecidas. O estuprador deve ser entregue a polícia e julgado conforme a lei do Pais. Paulo alerta sobre os que cometem coisas abomináveis, que são dignos de morte e não só os que fazem mas quem consente com quem faz (Rm 1) então a igreja não pode encobrir crimes ou falcatruas feitas por hereges que insistem em permanecer na igreja como se fosse crente.

Da mesma forma que julgamos nossos filhos, nossos irmão em carne, assim também julgamos na igreja. Como pregador, tenho tido acesso a coisas horríveis e tem casos que a coisa vai além do julgamento da igreja. Por isso falar a verdade em todos os casos já deixa claro para o pecador o que você vai dizer antes mesmo que tenha que falar.

Devemos sofrer o agravo? Certamente que quem vai ser salvo, nada neste mundo pode ser considerado agravo por causa de uma perda, pois quem tem Deus nunca perde nada. Valores desse mundo são para serem ganhos e perdidos, mas o caráter e a compostura cristã passará para o outro lado. Nas minhas pregações já deixo claro o que cremos e o que aborrecemos, então os que fazem parte da congregação já conhecem antecipadamente o que vai ser tratado. Somos radicais? sim, mas com amor no coração para discernir o certo do errado.

Se o crente não vigiar, o diabo vai usar a excessiva humildade que ele tem para fazê-lo sofrer, por isso o agravo deve ter um limite tolerável. Pra tudo tem uma linha que o profeta William Branham chama de LINHA DA MISERICÓRDIA. Quem ultrapassa essa linha então deve ser entregue a satanás mesmo, pois a semente que está nele é pecaminosa e não vai se corrigir só porque quero.

Célio,

Como bem argumentado por você, o cristão deve saber reconhecer e delimitar a autoridade da igreja e do Estado. Entendo por limite de autoridade da igreja todo assunto concernente à doutrina, cuja transgressão deve ser executada pelos líderes. Quando o assunto está dentro dos limites da autoridade da igreja, a igreja deve resolvê-lo. Se a transgressão feriu à lei do Estado político (crime) deve responder perante o Estado.

Contudo o problema principal que vejo, e creio ser o tratado por Paulo, é a transgressão contra um cidadão do Estado (com direitos que o Estado lhe proporciona) e ao mesmo tempo essa mesma transgressão é contra o membro da igreja.

Nesse caso específico, o sofredor da ação deve, numa atitude cristã, abrir mão de resolver sua demanda perante infiéis (levar sua causa ao Estado de direito). Nesse caso o cidadão atingido abre mão de resolver esse pleito politicamente.

Por exemplo: alguém dar uma bofetada no rosto de outro. Ele pode decidir buscar o amparo do Estado ou se calar, sofrendo o dano.

Estou certo nesse entendimento?

Se o irmão for da mesma igreja é errado... de outra igreja não sei.