Ao Valdomiro, segue minha tréplica, após os quotes:
...eu tenho usado a ACF, justamente por ser a mais “trinitariana” das versões. As inserções que fizeram nela serve pra mostrar o esforço dos que ficaram do lado dos introdutores do dogma trinitário.
Sua afirmação não pode ser provada, tanto que você usa argumentos críticos para refutar versos da ACF que não lhe convém, e argumentos "majoritários" para sustentar os versos que dela lhe convém.
Mas, você disse:
I Timóteo 3:16 = 600 manuscritos gregos trazem a leitura "Deus se manifestou em carne", 4 manuscritos tem leituras particulares, 3 manuscritos dizem "quem" em lugar de "Deus".
Porém, não adianta um ou vários copistas, exatamente hoje, 13/03/2013, por exemplo, produzirem mil ou dez mil cópias com a expressão “Deus se manifestou em carne” isso não tornará a leitura saída da pena do apóstolo, porque teríamos amanhã, dia 14/03/2013, mais dez mil favorecendo essa leitura. ...
Eis você usando argumentos "críticos" para desfavorecer o Tmaj. Todavia, considerando que os muitos manuscritos dessa corrente não são irmãos, ou seja, são provenientes de distintos textos, essa maioria não se formou ao acaso, é a continuidade de diversos manuscritos mais antigos, que não são fruto de nenhum conluio trinitariano.
Sobre o mais que você postou de I tim 3:16, já tinha comentado, não vou repetir, para que o Gleison não venha me criticar.
Se for para lutar com a ACF, melhor ainda, abro mão de João 1:18 mas ganho outros tantos a meu favor
Esse é um grande problema a meu ver. Você não quer o texto verdadeiro, quer o texto que “prove” o dogma. O estudante das Escrituras não pode preferir bíblias, ele precisa buscar a verdade do Texto Sagrado como um todo, independente da tradução que adota. Aliás eu até estranhei você querer provar a suposta deidade de Jesus a partir de um texto que você nem acredita ser verdadeiro. Seria, então, Jo. 1.18, a partir do Texto Crítico, uma mentira piedosa que você está disposto a aceitar em nome da trindade ou recusar em nome de uma versão que contem outro texto espúrio, como I Jo. 5.7 com redação data pela ACF?
Não. Eu assumi um lado no debate textual, ainda que o Tmaj esteja sujeito a análise de evidências internas e externas, por isso citei João 1:18. I João 5:7 não está no Tmaj.
Quem está sendo bastante "eclético" nas opções textuais, em busca de um "original dogmático" ? Digo-lhe: Não são os eruditos, pois em respeito aos pressupostos que defendem, sustentam um conjunto de variantes, ora favorável a divindade de Jesus, ora contrária.
Você, diferente deles, toma de empréstimo os argumentos das correntes
antagônicas para obter um texto que nenhuma delas sustentaria.
Assim, senhores unitaristas, escolham a espada com a qual pretendem lutar.
Você acha que se trata disso? Sinceramente, já não tenho tanto ânimo para dialogar com pessoas dessa visão!
Meu desafio foi sarcástico, pois tenho visto nessa discussão textual que você não segue nenhuma linha de eruditos, como falei no ponto anterior. Ou você está acima de todos eles, ou está sendo "dogmático".
Foi falta de atenção tua. A não ser que seja a primeira vez que você está dialogando com unitarianos e eu acho que não; os unitarianos buscam a verdade encaraando a realidade das variantes ao invés de eleger um texto, à moda mulçumana.
Ou seja, elegem um texto que nenhum erudito que passa a vida analisando isso, sustentaria. Buscam o argumento de uma linha ou outra, das correntes textuais, conforme a conveniência.
Se atentarmos para Jo. 1.18 com “Deus unigênito” perceberemos que essa redação destoa de todas as ocorrências e mesmo dos usos que o próprio João faz dessa palavra em outros momentos e se agregarmos a ela a palavra “theos”, então, destoará de toda a Bíblia.
...
Você disse que Pickerin fez questionamentos de cunho teológico para rejeitar “monogenes theos”, mas não é verdade. Ele mesmo apura sobre P66, e coloca em seu livro, que o copista “edita [i.e, introduz as opiniões do copista], como faz com todo o mais” e de P75 se informa que foram encontradas “mais 257 outras leituras singulares”, ou seja, existem expressões particulares do copista. Em P66 esse número é de 482, e, em ambos os casos há um percentual de, respectivamente, 40% e 25% de leituras sem sentido nessa introduções. Antes que você diga qualquer coisa sobre qual texto adotar, como eu disse antes: devemos buscar a verdade e não um texto de preferência particular.
Eu, alinhado ao texto Majoritário, tomo a leitura da ACF aqui, mas conforme os pressupostos de busca da verdade, que você defendeu e eu também o faço, podemos refletir sobre Tmaj x TC aqui, como em qualquer outra variante:
Apesar de Dr. Pickering, como você lembrou, apontar erros nos manuscritos, é bastante evidente que o copista destes manuscritos do início do século III e metade dele (P66 e P75), não dominavam o grego: um copiou letra a letra, outro sílaba a sílaba.
Sendo supostos "analfabetos do grego" eles poderiam errar bastante na cópia, como nós erraríamos em tais circunstâncias.
Mas, pelo mesmo motivo, não teriam qualquer capacidade de mudar frases ou palavras, simplesmente por não saberem fazê-lo.
Manuscritos mais antigos que P66 e P75 tinham a redação Theos, pois os copistas que os produziram meramente reproduziram o que tinham em mãos.
O João 1:18 deles é o original ? seria precipitado dizer, outras questões tem de ser pesadas, e os pressupostos da "Escola Bizantina" estão contra eles. Melhor se encaixa com João e o contexto o que lemos no Tmaj.
Sobre o texto de Ap. 5, parece que algumas coisas não estão sendo levadas em consideração ou percebidas, e talvez seja necessário eu repetir.
Já comentei, e para a felicidade geral da nação, ponho ponto final aqui.
...
Talvez como último apelo se diga: “Ahh, mas Jesus aceitou”. Mas, ele aceitou a reverência. Ele mesmo se reconhecida como Mestre e Senhor. Era grande profeta, um rabino. Mt 21:46 deixa muito claro a razão da reverência do povo: “E, pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta.” O povo não via Jesus como Deus, mas como profeta. Não há nenhuma impropriedade em reverenciá-lo.
Já comentei também... vamos a outro.
Mas, você disse em algum lugar que o problema não está nas traduções, mas no texto grego adotado! Aqui se prova que o problema é duplo. Tradução e texto grego afetam a compreensão das Escrituras.
Já esclareci que me referia a 3 versículos que estavam em discussão. No geral , tradução e texto afetam a compreensão, como você o disse.
Para encerrar, talvez até a minha participação, por agora, gostaria de comentar o check list que você trouxe:
A tática apresentada pelos Unitaristas resumida:
1º) Em qualquer variante, independente da família e da evidência, escolha a mais desfavorável a Divindade de Jesus;
E a sua é que fiquemos como a espúria porque ela é favorável a deidade de Cristo.
Temos algumas "escolas" textuais, você flerta com todas, para no fim, crer em um texto bíblico que nenhuma delas produziria. Ou você é mais competente que todos os eruditos que se debruçaram sobre o problema, ou apenas "dogmático".
2º) Caso a anterior não seja suficiente, escolha a tradução (mesmo que menos próvável) que desfavoreça a Divindade de Jesus;
E a sua é: Caso um unitariano aponte isso, acuse-o de ficar com a menos provável, ainda que você mesmo fique.
Pelos especialistas que li, Tito 2:13 e Romanos 9:5 tem na redação presente na maioria de nossas Bíblias, a tradução mais coerente e provável.
Ao acusador cabe o ônus da prova.
3º) Se as anteriores falharem, invente uma interpretação que não aceite a Divindade de Jesus.
E a sua é: Caso as anteriores falhem, invente qualquer calúnia como alegar que buscar a melhor tradução e compreensão é uma invenção, todas as vezes que for contra o trinitarismo.
Se for comprovadamente a melhor, não se pode lutar contra evidências. Caso contrário, a "invenção" será refutada, pela imperiosa necessidade de defender nossa fé.
Por exemplo: Vocês acusam Constantino e os Pais Nicenos de criarem a doutrina da trindade, mas quando apontamos pais pré-nicenos que sustentavam a divindade de Cristo, e a própria trindade, nem por isso deixam de continuar divulgando a mesma afirmação. Onde está a calúnia ?
Paz!
Valdomiro.
Amém.
Graça e paz.
Gil Rocha