Deus e Darwin
“Por maiores que tenham sido as crises por que passei, nunca desci até o ateísmo, nunca cheguei a negar a existência de Deus” (Charles Darwin)”
Há uma ideia, quase generalizada, de que criacionismo e evolucionismo sejam conceitos antagônicos e que, ao aceitar um deles há que se rejeitar necessariamente o outro.
Essa postura deve ser considerada um equívoco.
Em primeiro lugar porque, para que dois conceitos possam ser identificados como antagônicos, haverão que ser de mesma natureza. Não o são.
O evolucionismo consiste em uma teoria científica, com todo um arcabouço empírico e evidencial que a sustenta. O criacionismo, por outro lado, não é uma teoria, mas uma doutrina baseada em uma hipótese e fundamentada na fé; constitui assim um ato de fé decorrente da ausência de uma justificativa fisicamente constatável para a existência do mundo material.
O evolucionismo considera que, a partir de “algo” primordial, desenvolveu-se um processo de mutações que levaram o mundo a ser como nós o conhecemos hoje e que, certamente, não o será no futuro.
Eis pois que o grande mistério consiste no surgimento daquele “algo” primordial e na regência de sua evolução.
Isto posto, há que se considerar que se Deus criou tudo o que existe no universo, criou também as leis que o regem e é nessas leis que se encontram aquelas que regem a evolução. A ciência nada mais é que o processo pelo qual se procura entender e explicar essas leis.
Acrescente-se, em segundo lugar, que o verdadeiro conhecimento deve considerar toda a realidade. Em que pese que as várias áreas tenham características próprias, o conhecimento não as separa em áreas confinadas e ainda que não possamos aprofundar-nos em todos elas, devemos ter sempre presente seus inter-relacionamentos, de forma a compreender e harmonizar suas possíveis ou aparentes contradições.
Duas premissas lógicas são importantes neste raciocínio:
= Tudo se relaciona.
= Não pode ser verdade o que implica em contradição.
Religião e ciência não podem ser incompatíveis; não pode haver, entre eles, contradições sob pena de que um deles seria falso.
” Evidentemente que não se trata apenas de admitir verdades. Trata-se de penetrar nelas com o entendimento e, para isso, temos de nos valer de todos os elementos que conformam harmoniosamente a unidade dessas verdades, mesmo quando tais elementos apareçam dispersos.” (Carlos Pecotche “O Senhor De Sandara” )
Deus nos abençoe, Adelia F