Paulo contra a imortalidade da alma em Atenas – Podemos perceber o contraste entre a doutrina de Paulo e a imortalidade da alma a partir do texto de Atos 17, em que Paulo foi a Atenas a fim de pregar o evangelho. Já vimos neste estudo que foi do dualismo grego que a mentira da serpente de que “certamente não morrerás” entrou no judaísmo por ocasião da diáspora judaica, sendo os gregos, portanto, ferrenhos defensores da doutrina da imortalidade da alma. Em outras palavras, se Paulo pregava esta mesma doutrina, ele estaria se sentindo praticamente em casa! O que nós vemos, contudo, é que Paulo de jeito nenhum ensinava a imortalidade da alma:
“Ora, alguns filósofos epicureus e estóicos disputavam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece ser pregador de deuses estranhos; pois anunciava a boa nova de Jesus e a ressurreição” (cf. Atos 17:18)
Aqui vemos duas coisas que Paulo pregava. Uma delas praticamente todas as religiões cristãs pregam: Jesus. A segunda coisa praticamente nenhuma igreja cristã que crê no dualismo prega: a ressurreição dos mortos. Satanás conseguiu praticamente silenciar as boas novas acerca da ressurreição porque conseguiu trazer o dualismo grego direto para a teologia dos imortalistas. Vemos, por enquanto, que Paulo pregava:
(1) Jesus
(2) Ressurreição
Prova ainda mais forte de que Paulo não pregava a doutrina da imortalidade da alma é o versículo seguinte, que diz:
“E, tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?” (cf. Atos 17:18)
O que para os gregos dualistas era de todas as coisas a mais primária e importante, para Paulo é desprezada – ele nem faz questão de mencionar junto ao “fôlego” e a “vida”! Disso já podemos perceber o contraste entre a teologia paulina e a dualista com relação à natureza humana. Um pouco mais à frente e o vemos desmoronando ainda mais os pilares da doutrina da imortalidade da alma pregada por eles:
“Porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (cf. Atos 17:31)
Mais interessante ainda é a segunda parte de seu argumento: “...e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (cf. At.17:31). Aqui vemos que a segurança e a esperança de Paulo em uma vida eterna não se baseava em uma alma imortal que garantiria isso a todos, mas sim na ressurreição de Jesus Cristo, que garante a nossa própria ressurreição! A única esperança para o cristão ser julgado e obter vida é baseado e fundamentado na esperança da ressurreição dentre os mortos, da qual Cristo foi a nossa primícia. Os gregos depositavam toda a confiança deles na esperança de uma alma eterna ter sido implantada neles – e essa alma imortal é segurança de vida eterna, de juízo e, evidentemente, de imortalidade. Quanta diferença para o evangelho bíblico pregado por Paulo!
Isso tudo explica o porquê de os gregos o terem deixado falar sozinho em seguida:
“Mas quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos ainda outra vez” (cf. Atos 17:32)
Ressurreição dos mortos e imortalidade da alma realmente não tem nada em comum. Ambos são dois opostos e são também mutuamente excludentes, não se pode admitir a existência de uma alma imortal com a ressurreição, pois a primeira faz com que a segunda seja algo desnecessário e inútil, praticamente sem proveito uma vez que a nossa esperança não seria baseada na ressurreição, mas sim em uma “alma imortal” indo para o Céu e lá ficando eternamente.... independente de ressurreição ou não!
Sou livre do PAGANISMO GREGO!