Os vídeos que indiquei, do Dr. Rodrigo, (aliás, estão mais para áudios) deixam claro que ANTES da existência da Igreja Católica e do Concílio de Niceia em 325 AD já havia Pais da Igreja que expressavam noções trinitarianas:
Eis um apanhado levantado por um pesquisador criterioso:
INÁCIO DE ANTIOQUIA (30 – 107 a.D).
Em seus escritos Aos Efésios, Aos Romanos, Aos Magnesianos e em outras cartas, encontramos referencias como: “Jesus Cristo, o nosso Deus”; “o qual é Deus e homem”; “recebeu conhecimento de Deus, isto é, de Jesus Cristo”; “por nosso Deus, Jesus, o Cristo”; “porque Deus se manifestou como homem”; “Cristo, que estava na eternidade com o Pai”; “de Jesus Cristo, nosso Deus”; “Nosso Deus, Jesus Cristo”; “sofro para seguir o exemplo de paixão de meu Deus”; “Jesus Cristo, o Deus” e “Nosso Deus Jesus Cristo”. (Aos Efésios I, Saudação; I:I; vii. 2; xvii. 2; xviii. 2; xix. 3; Aos Magnesianos, xiii. 2; To the Trallians, vii. 1; Aos Romanos, Saudação; iii. 3; vi. 3; To the Smyrnaeans I.I; To Polycarp, viii. 3).
POLICARPO (69 a.D – 155 a.D [Discípulo de João]).
“Nosso Senhor e Deus, Jesus Cristo”. (Epístola de Policarpo aos Filipenses, Cap. 6).
DIDAQUÊ (90 a.D).
“No que diz respeito ao Batismo, batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente. Se não houver água corrente, batizai em outra água; se não puder batizar em água fria, faça com água quente... em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. (Didaquê 7:1-3).
CLEMENTE DE ROMA (96 a.D).
“Como Deus vive, assim vive o Senhor e o Espírito Santo”. (Carta aos Coríntios 58,2).
TACIANO (110 – 172 a.D).
“Não agimos como tolos, oh Gregos, nem como [contadores de] contos totalmente inúteis quando anunciamos que Deus nasceu em forma de homem”. (Carta de Taciano aos Gregos, Cap. 21).
JUSTINO MÁRTIR (100 - 165 a.D).
“O Pai do Universo tem um Filho, que também sendo a primeira Palavra gerada de Deus, é igual a Deus”. (Primeira Apologia, cap. 63). “Cristo é chamado de Deus e Senhor das hostes”. (Diálogo com Trifo, cap.36). [Trifo a Justino] “(...) vós dizeis que este Cristo existiu como Deus antes de todos os tempos e que Ele o fez nascer e se tornar homem”. (Diálogo com Trifo, cap. 48). Justino cita Hebreus 1:8 para demonstrar a Divindade de Cristo. “Teu trono, ó Deus, é para sempre e sempre”. (Diálogo com Trifo, cap. 56). “Portanto estas palavras testificam explicitamente que Ele (Cristo) é testemunhado por aquele que estabeleceu estas coisas, como merecedor de ser adorado, como Deus e como Cristo”. (Diálogo com Trifo, cap.63). Justino declarou a Trifo: “pois se vós tivésseis entendido o que foi escrito pelos profetas, não teríeis negado que Ele fosse Deus”. (Diálogo com Trifo, cap. 63). “O Pai da retidão...e o Filho que veio Dele...e o Espírito profético, nós rendemos culto e adoramos”. (Primeira Apologia. 6) compare com: “Só Deus deve ser adorado”. (Primeira Apologia, caps. 16, 17). “Os que são batizados por nós são levados para um lugar onde haja água e são regenerados da mesma forma como nós o fomos. É em nome do Pai de todos e Senhor Deus, e de Nosso Senhor Jesus Cristo, e do Espírito Santo que recebem a loção na água. Este rito foi-nos entregue pelos apóstolos.” (Primeira Apologia 61).
TERTULIANO DE CARTAGO (145 - 220 a.D)
“Então a conexão do Pai no Filho e do Filho no Consolador produz três pessoas coerentes, distintos um do outro, as quais três são unas, não uma, conforme está dito ‘Eu e o pai somos unidade’ com respeito a uma unidade de substância, e não a uma singularidade de número”. (Contra Praxeas 25:1). “Sempre acreditamos em um Deus, identificado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Todos são um pela unidade de substância que dispõe a unidade em uma Trindade... igual em qualidade, substância e poder [não três qualidades, substâncias e poderes]”. (Contra Praxeas, cap. 2). “Pois antes de todas as coisas virem a existir Deus, estava sozinho, mas não tão só porque Ele tinha com Ele algo que possuía, sua própria Razão... que os gregos chamam de ‘Logos’ que é designado ‘Palavra’“. (Contra Praxeas, cap. 5). “Todas as Escrituras dão prova clara da Trindade, e são destas de onde é deduzido nosso princípio... que a Trindade é claramente mostrada”. (Contra Praxeas, cap.11). “[Deus fala no plural ‘façamos o homem a nossa imagem’] porque já ali se atou a Seu Filho, uma segunda pessoa, sua própria Palavra e um terceiro, o Espírito na Palavra... a substância de um em três pessoas coerentes. Eles eram o Pai, o Filho e o Espírito”. (Contra Praxeas, cap. 12). “O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito é Deus. Cada um é Deus. Todavia nós nunca temos dado abertura às frases ‘dois deuses ou dois senhores’“. (Contra Praxeas, cap. 13). Ele disse de Jesus, “Cristo também é Deus” porque “aquele que veio de Deus [em nascimento virginal] é, de uma vez só, Deus e Filho de Deus, e os dois são um... em Seu nascimento, Deus e homem unido.” Jesus é “tanto homem quanto Deus, e Filho do Homem quanto Filho de Deus”. (A Treatise on the Soul, Cap. 41, e Apology, Cap. 21).
“Ele é Deus e homem... Temos aqui uma condição dual — não fundida, mas unida — em uma pessoa, Jesus como sendo Deus e homem”. (Contra Praxeas, Cap. 27). “Foi estabelecida a lei de batizar e prescrita a fórmula: ‘Ide, ensinai os povos batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’“ (Do Batismo, 13).
IRINEU DE LION (140 - 200 a.D)
“O pai da ortodoxia cristã” e “o primeiro grande teólogo sistemático da igreja” em sua obra: Contra as Heresias afirma: “Cristo Jesus é nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei”. (Livro I, cap. 10; sec.1). “Mas o Filho, co-existindo eternamente com o Pai, desde o princípio, sempre revela o Pai aos anjos, arcanjos, poderes, virtudes...” (Livro II, cap. 30, sec. 9). “As provas das escrituras Apostólicas, que Jesus Cristo foi um e o mesmo, o único Filho Unigênito de Deus, Deus perfeito e homem perfeito.” (Livro III, cap. 16). “Já temos mostrado que o Verbo, isto é, o Filho esteve sempre com o Pai. Mas também a Sabedoria, o Espírito estava igualmente junto dele antes de toda a criação”. (Livro IV, 20, 4). Ele também escreveu que Jesus era “não um mero homem... mas, foi verdadeiro Deus”; e que “Ele é em Si mesmo e em Seu próprio direito... Deus, e Senhor e Rei Eterno”. (Livro III, Cap. 16 e Cap. 19; Livro I, Cap.10). “Portanto, não foram os anjos que nos plasmaram - os anjos não poderiam fazer uma imagem de Deus - nem outro qualquer que não fosse o Deus verdadeiro, nem uma Potência que estivesse afastada do Pai de todas as coisas. Nem Deus precisava deles para fazer o que em si mesmo já tinha decretado fazer, como se ele não tivesse suas próprias mãos! Desde sempre, de fato, ele tem junto de si o Verbo e a Sabedoria, o Filho e o Espírito. É por meio deles e neles que fez todas as coisas, soberanamente e com toda a liberdade, e é a eles que se dirige quando diz: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. (Livro IV, Cap. 20, 1)
ATENÁGORAS DE ATENAS (177 a.D)
“Como não se admiraria alguém de ouvir chamar ateus os que admitem um Deus Pai, um Deus Filho e o Espírito Santo, ensinando que o seu poder é único e que sua distinção é apenas distinção de ordens?” (Súplica pelos Cristãos, 10).
CAIO (180 – 217 a.D)
Em sua refutação a Artemon, o qual mantinha que Cristo era apenas humano, Caio apelou para “Justino e Miltiades, Tacião e Clemente, e muitos outros — quem é ignorante aos livros de Irineu e Melito, e dos demais, os quais declaram que Cristo era Deus e homem? Todos os salmos, também, hinos da irmandade, que foram escritos bem no começo pelos fiéis, celebram Cristo, a Palavra de Deus, atribuindo divindade a Ele... [Esta] doutrina da Igreja, então, tem sido pregada há muitos anos atrás”. (the Heresy of Artemon” in “Fragments of Caius” in Roberts and Donaldson, The Ante-Nicene Fathers: Fathers of the Third Century, Vol. 5, p. 601).
GREGÓRIO TAUMATURGO DE NEO-CESARÉIA (205 – 270 a.D)
“Todas [as pessoas] são uma só natureza, uma essência, uma vontade, e são chamadas de Santíssima Trindade; estes também são nomes subsistentes, uma natureza em três pessoas e um só gênero [espécie]”. (Sobre a Trindade, Par.2). Ele também se referiu a Jesus como “Deus de Deus” e “Deus Filho”.
NOVÁCIO DE ROMA (210-280 a.D.)
“Ele também era Deus, segundo as Escrituras... As Escrituras descrevem Jesus Cristo tanto como homem, tal como, além do mais, também descreve Cristo, o Senhor, como sendo Deus... este mesmo Jesus é chamado também de Deus e Filho de Deus.” “Cristo Jesus [é] nosso Senhor Deus”. (A Treatise of Novatian Concerning the Trinity, Cap. 11).
CLEMENTE DE ALEXANDRIA
“O Verbo Divino, Ele que é verdadeiramente a Divindade manifesta, Ele que é igual ao Senhor do Universo...” (Exortação aos Pagãos, cap. 10). “O Filho de Deus que é igual em substância, um com o Pai, é eterno e incriado”. (Fragmentos de Cassiodoro, parte III, i, 1). “Este Filho Jesus, o Verbo de Deus, é nosso Pedagogo. Ele é Deus e Criador”. (O Pedagogo, cap. 11). “O Verbo, o Cristo, estava em Deus. Ele só é Deus e homem. Ele é adorado como o Deus vivo. Ele verdadeiramente é Deus manifestado.”(Protréptico, i, x).
HIPÓLITO (170 – 235 a.D)
“Aquele que é sobre todos, Deus bendito, nasceu e se fez homem. Ele é para sempre Deus. Por este motivo João (Ap. 1.8’) chamou Cristo de Todo-Poderoso”. (Contra Noeto, parte 6). “Deus, enquanto existia exclusivamente antes da criação do mundo, existiu em pluralidade”. (Contra Noeto, parte 10). “Segundo a tradição dos Apóstolos, Deus o Verbo desceu do céu... entrou no mundo e, em corpo, se mostrou ser Deus”. (Contra Noeto, Parte 17). “Só o Verbo é de Si mesmo e é, por conseguinte, também Deus e tem a substância de Deus”. (Refutação de Todas as Heresias, 10: 33). “Pois Cristo é Deus sobre todos...”. (Refutação de Todas as Heresias 10: 34). Ele disse, “[isto é] o Pai que é acima de todos, o Filho que é através de todos, e o Espírito Santo que está em todos. E nós não podemos pensar diferentemente de um Deus, mas, crendo em verdade no Pai, Filho e Espírito Santo... Porque é através dessa Trindade que o Pai é glorificado”. (Contra Noeto, p. 14; Refutação 10:29).
ORÍGENES (230 a.D)
“O Salvador às vezes concernente a si como um homem e ás vezes como uma natureza humana mais divina, uma natureza que é uma com a natureza incriada do Pai”. (Comentários sobre João, xix 2). “Ele quem nós cremos ser Deus e o Filho de Deus do princípio...”. (Contra Celso, iii 41). “As Sagradas Escrituras mostram que o Filho de Deus é mais antigo que todas as coisas criadas”. (Contra Celso, V, 37). “Não deve haver nenhuma questão de mais ou de menos na Trindade”. (Dos Princípios, i, iii, 7). Ele afirmou que Cristo era “Deus e homem”. Em 254 d.C. ele escreveu: “Jesus Cristo... enquanto ele era Deus, embora feito homem, permaneceu Deus tal como era antes”. (Dos Princípios, prefácio, p. 4).
LUCIANO DE ANTÍOCO (300 d.C.)
“Cremos em... um Senhor Jesus Cristo, em seu filho, o Deus unigênito.... Deus de Deus...” (In Beisner, p. 82).
TEÓFILO (116 – 181 a.D)
Ele foi o primeiro a usar o termo “Trindade” em sua Epístola a Antolycux II, XV. 8
ALEXANDRE DE ALEXANDRIA
Ele falou se referindo a Jesus de “sua exaltada e essencial divindade” e que ele era “uma exata e idêntica imagem do Pai”. (Carta a Alexandre de Tessalônica, par. 37).
EUSÉBIO DE CESARÉIA (325 a.D)
Declarou que “O Filho de Deus não porta nenhuma semelhança às criaturas originadas, mas... é igual ao Pai em cada coisa, o qual o gerou [-O] e que ele não é de nenhuma outra matéria ou substância que não seja da do Pai”. (325 d.C.), “Nós cremos em... um Senhor, Jesus Cristo, a palavra de Deus, Deus de Deus...” (“Eusebius of Caesarea’s Letter to His Church Concerning the Synod at Nicaea,” para. 13 in Rusch, p. 59).
ATANÁSIO (293-373 D.C.)
“Ele sempre foi e é Deus e Filho,” e “Ele, que é eternamente Deus,... também se tornou homem por nossa causa.” (Contra Ários, III, par. 29,
CREDO DE NICÉIA :
(promulgado em Nicéia em 325 a.D e revisado em Constantinopla em 381 a.D)
1. Cremos em um só Deus, Pai, Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis.
2. E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se homem, e foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, e padeceu e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.
3. E no Espírito Santo...
Complemento (Credo Constantinopolitano):
Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas. E na Igreja una, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.
OBS: O Credo Niceno-Constantinopolitano foi formulado no Concílio de Constantinopla em 381 d.C. e não deve ser confundido com o Credo Niceno estabelecido em 325 d.C, no Concílio anterior, que discutiu questões cristológicas (sobre o Arianismo, que afirmava que Jesus, ainda que divino, era uma criatura de Deus, e que houve um tempo em que ele não existiu). Muitos propagam erroneamente a idéia de que o dogma da Trindade foi inventado no Concílio de Nicéia. Não obstante, o Concílio de Nicéia não formulou nenhum credo Trinitariano formal. O centro da discussão ali era basicamente cristológico (por exemplo, nada foi dito acerca do Espírito Santo). Foi o Concílio de Constantinopla que, posteriormente, formulou oficialmente o dogma da Trindade, ainda que tal concepção já tivesse sido propagada diversas vezes antes daquele concílio e pelos pais pré-nicenos, como por exemplo, Atanásio e os chamados “Pais Capadócios” (Basílio, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzo) e Clemente, Justino, Irineu, Tertuliano e Orígenes (pré-nicenos).
CREDO DE CALCEDÔNIA (451 a.D)
Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais nos transmitiu.
“O Pai enviou o Verbo como graça, para que se manifestasse ao mundo. [...] Desde o princípio, ele apareceu como novo e era antigo, e agora sempre se torna novo nos corações dos fiéis. Ele é desde sempre, e hoje é reconhecido como Filho”. (Quadrato, ano 160, Carta a Diogneto 11,3-4).
Fonte: Pesquisa feita por Edílson Constantino