É inevitável que ocorram divisões denominacionais dentro do universo evangélico.
É comum ouvirmos uma conversa antiga, do tipo: "pastor fulano rebelou-se... dividiu a igreja..." Não sei se todas as denominações usam esses mesmos termos, mas no fim, sai quase isso. Desde a reforma protestante aos dias de hoje, a maioria dos crentes já se deslocaram de uma igreja para outra. E nos dias de hoje, tornou-se prática comum mudar de igreja, de sorte que é raro encontrarmos crentes com mais de cinco anos de permanência em uma mesma denominação. É uma espécie de "divórcio religioso"...
Há pastores que recebem uma visão ministerial de Deus e não tem como desenvolvê-lo estando subordinados ao ministério de onde são oriundos e ao qual estão ligados. Isto ocorre muito entre obreiros de igrejas ditas tradicionais, e que recebem uma experiência pentecostal; fica difícil permanecer subordinado a uma doutrina cessacionista, no que diz respeito aos dons carismáticos dispostos em 1 Co 12.
Outros, fazem parte de igrejas não muito ortodoxas, e ao enxergarem certos erros e não obterem êxito em uma "reforma interna", buscam a abertura de sua própria denominação. Foi, ao que me parece, o caso da Igreja Mundial do Poder de Deus, do ap. Valdemiro Santiago, que era ligado à IURD e de lá saiu supostamente por não concordar com os rumos tomados pela sua cúpula.
Outros ainda, dividem a igreja por mera sede de poder. Na nova denominação, que é "de sua propriedade", podem se auto-intitular do cargo eclesiástico que melhor lhes massagear o ego, e em alguns casos cria-se até neologismos, títulos que não existem nas Escrituras, mas que lhes satisfazem e, como são inquestionáveis servos do Deus altíssimo, os porta-vozes absolutos da vontade de Deus, não serão questionados por isso...
Portanto, infelizmente as divisões sempre vão existir em nosso meio.
Eu jamais defenderia a rebelião, até porque a própria palavra "rebelar" já denota insoburdinação e desobediência. A primeira grande rebelião foi do diabo, e esta é a marca mais legítima de sua queda. Mas nas igrejas cada caso é um caso. Não podemos pegar todos os episódios de transição de irmãos, obreiros e pastores, que mudaram de ministério, denominação, convenções, e colocarmos todos num pacote carimbados com a palavra "rebelados" e virarmos as costas para os motivos que os levaram a optar pela mudança. Até porque muitos declaram ter recebido ordem expressa de Deus de formar uma nova igreja. Não questionamos aqui a veracidade e/ou a autenticidade desta "revelação"; apenas consideramos um fato. Ningué, afinal de contas, em sua sã consciência vai dividir a igreja por vontade própria, antes foram direcionados por Deus para isso...
Aqui no Brasil, que tem se transformado em um enorme emaranhado de denominações evangélicas, o cristão encontra inúmeras igrejas para servir a Deus, a Paulo, a Apolo, a Cefas, etc... São todos de Cristo, e Cristo de Deus. Um planta, o outro rega, e por aí vai. Uma denominação tem sua atuação mais ligada à pregação e ao ensina da Palavra; outra, à manifestação de dons espirituais; outra, a curas e maravilhas; outras ao ministério missionário, etc. Afinal, todas são membros do Corpo de Cristo, apesar de trerem funções diferentes entre si, tanto os crentes individualmente, como também as denominações.
Como bem disse Paulo:
Irônico é que algumas igrejas taxam de "rebelde" os que saem de suas congregações. Mas os que deixam outras igrejas e se agregam a eles, é porque "Deus enviou". Muito conveniente.
Em outra ocasião, quando algum pastor se sente não correspondido pelo apoio e confiança de um determinado número de membros, surgem sermões de duplo sentido, maliciosos, amedrontadores, do tipo: "A árvore vai balançar e os frutos podres vão cair...fiquem ligados, irmãos... Deus vai tirar de nosso meio as 'pedras de tropeço...'". Ou seja: fique, de olho; quem saiu, ou quem sair, é porque era fruto podre, e quem ficou era fruto bom.
Vale lembrar um detalhe: o diabo não saiu do céu. Ele foi EXPULSO de lá. E o motivo, todos que lêem a Bíblia sabem. A rebeldia está em sentimento de ciúmes, invejas, contendas criadas direta ou indiretamente, por quem parece até mesmo ser muito manso e humilde. Logo jamais poderíamos associar a saída de algum irmão para outra igreja como uma "síndrome de lúcifer", apesar de que esta tem sido, inegavelmente, a gênese de muitas igrejas novas, mormente as neopentecostais. O alvo de alguns é ser pastor-presidente, ou bispo, ou mesmo apóstolo. Para isto, nada mais fácil que fundar sua própria denominação.
Desentendimentos sempre existiram no seio do evangelicanismo, e sempre existirão. No livro de Atos, Paulo e Barnabé tiveram um dos bem feios, de sorte que foi um pra cada lado. Mas nem por isso um dos dois veio a se tornar "rebelde" por não se aliar as determinações e opiniões, seja de Paulo ou de Barnabé. Todos dois continuaram inegavelmente sendo homens de Deus.
Muito ao contrário dos valores de alguns líderes contemporâneos, a Bíblia Sagrada nos ensina uma independência e liberdade em Cristo, para fazermos a obra de Deus sem estarmos debaixo do jugo do homem. Isso nos é claramente mostrado quando Jesus não se agregou a nenhum grupo religioso da época, denunciando os vendilhões do templo, cujo os únicos motivos de estarem ali era pelo dinheiro. Quando desmascarou os escribas fariseus hipócritas, que pensavam servir a Deus com suas vestes talares, Jesus os chamou de sepulcros caiados.
Mas a questão é: quais são os limites éticos que um pastor deve se auto-submeter nesta questão de divisão denominacional?
Texto adaptado, baseado em artigo, recebido por e-mail, do Pr. Denis de Oliveira
É comum ouvirmos uma conversa antiga, do tipo: "pastor fulano rebelou-se... dividiu a igreja..." Não sei se todas as denominações usam esses mesmos termos, mas no fim, sai quase isso. Desde a reforma protestante aos dias de hoje, a maioria dos crentes já se deslocaram de uma igreja para outra. E nos dias de hoje, tornou-se prática comum mudar de igreja, de sorte que é raro encontrarmos crentes com mais de cinco anos de permanência em uma mesma denominação. É uma espécie de "divórcio religioso"...
Há pastores que recebem uma visão ministerial de Deus e não tem como desenvolvê-lo estando subordinados ao ministério de onde são oriundos e ao qual estão ligados. Isto ocorre muito entre obreiros de igrejas ditas tradicionais, e que recebem uma experiência pentecostal; fica difícil permanecer subordinado a uma doutrina cessacionista, no que diz respeito aos dons carismáticos dispostos em 1 Co 12.
Outros, fazem parte de igrejas não muito ortodoxas, e ao enxergarem certos erros e não obterem êxito em uma "reforma interna", buscam a abertura de sua própria denominação. Foi, ao que me parece, o caso da Igreja Mundial do Poder de Deus, do ap. Valdemiro Santiago, que era ligado à IURD e de lá saiu supostamente por não concordar com os rumos tomados pela sua cúpula.
Outros ainda, dividem a igreja por mera sede de poder. Na nova denominação, que é "de sua propriedade", podem se auto-intitular do cargo eclesiástico que melhor lhes massagear o ego, e em alguns casos cria-se até neologismos, títulos que não existem nas Escrituras, mas que lhes satisfazem e, como são inquestionáveis servos do Deus altíssimo, os porta-vozes absolutos da vontade de Deus, não serão questionados por isso...
Portanto, infelizmente as divisões sempre vão existir em nosso meio.
Eu jamais defenderia a rebelião, até porque a própria palavra "rebelar" já denota insoburdinação e desobediência. A primeira grande rebelião foi do diabo, e esta é a marca mais legítima de sua queda. Mas nas igrejas cada caso é um caso. Não podemos pegar todos os episódios de transição de irmãos, obreiros e pastores, que mudaram de ministério, denominação, convenções, e colocarmos todos num pacote carimbados com a palavra "rebelados" e virarmos as costas para os motivos que os levaram a optar pela mudança. Até porque muitos declaram ter recebido ordem expressa de Deus de formar uma nova igreja. Não questionamos aqui a veracidade e/ou a autenticidade desta "revelação"; apenas consideramos um fato. Ningué, afinal de contas, em sua sã consciência vai dividir a igreja por vontade própria, antes foram direcionados por Deus para isso...
Aqui no Brasil, que tem se transformado em um enorme emaranhado de denominações evangélicas, o cristão encontra inúmeras igrejas para servir a Deus, a Paulo, a Apolo, a Cefas, etc... São todos de Cristo, e Cristo de Deus. Um planta, o outro rega, e por aí vai. Uma denominação tem sua atuação mais ligada à pregação e ao ensina da Palavra; outra, à manifestação de dons espirituais; outra, a curas e maravilhas; outras ao ministério missionário, etc. Afinal, todas são membros do Corpo de Cristo, apesar de trerem funções diferentes entre si, tanto os crentes individualmente, como também as denominações.
Como bem disse Paulo:
Isto também poderia se aplicar a denominações?1 Coríntios 12:14-27 escreveu:Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra. Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.
Irônico é que algumas igrejas taxam de "rebelde" os que saem de suas congregações. Mas os que deixam outras igrejas e se agregam a eles, é porque "Deus enviou". Muito conveniente.
Em outra ocasião, quando algum pastor se sente não correspondido pelo apoio e confiança de um determinado número de membros, surgem sermões de duplo sentido, maliciosos, amedrontadores, do tipo: "A árvore vai balançar e os frutos podres vão cair...fiquem ligados, irmãos... Deus vai tirar de nosso meio as 'pedras de tropeço...'". Ou seja: fique, de olho; quem saiu, ou quem sair, é porque era fruto podre, e quem ficou era fruto bom.
Vale lembrar um detalhe: o diabo não saiu do céu. Ele foi EXPULSO de lá. E o motivo, todos que lêem a Bíblia sabem. A rebeldia está em sentimento de ciúmes, invejas, contendas criadas direta ou indiretamente, por quem parece até mesmo ser muito manso e humilde. Logo jamais poderíamos associar a saída de algum irmão para outra igreja como uma "síndrome de lúcifer", apesar de que esta tem sido, inegavelmente, a gênese de muitas igrejas novas, mormente as neopentecostais. O alvo de alguns é ser pastor-presidente, ou bispo, ou mesmo apóstolo. Para isto, nada mais fácil que fundar sua própria denominação.
Desentendimentos sempre existiram no seio do evangelicanismo, e sempre existirão. No livro de Atos, Paulo e Barnabé tiveram um dos bem feios, de sorte que foi um pra cada lado. Mas nem por isso um dos dois veio a se tornar "rebelde" por não se aliar as determinações e opiniões, seja de Paulo ou de Barnabé. Todos dois continuaram inegavelmente sendo homens de Deus.
Muito ao contrário dos valores de alguns líderes contemporâneos, a Bíblia Sagrada nos ensina uma independência e liberdade em Cristo, para fazermos a obra de Deus sem estarmos debaixo do jugo do homem. Isso nos é claramente mostrado quando Jesus não se agregou a nenhum grupo religioso da época, denunciando os vendilhões do templo, cujo os únicos motivos de estarem ali era pelo dinheiro. Quando desmascarou os escribas fariseus hipócritas, que pensavam servir a Deus com suas vestes talares, Jesus os chamou de sepulcros caiados.
Mas a questão é: quais são os limites éticos que um pastor deve se auto-submeter nesta questão de divisão denominacional?
Texto adaptado, baseado em artigo, recebido por e-mail, do Pr. Denis de Oliveira