por Célio Saldanha Qua 11 Fev 2015, 16:50
Na pregação do evangelho, normalmente solicitamos aos ouvintes para aceitarem Jesus. Nosso desejo é que nenhum se perca, mas que o mundo inteiro seja salvo, mas.. não depende de nós e nem deles, pois isso é só para quem Deus chama.
Isso é similar ao que foi proposto em Horebe, quando Moisés chamou o povo e ofereceu a escolha entre o bem e o mal. Josué também propôs isso, assim como qualquer pregador do Evangelho faz quando ensina a Palavra de Deus, mas a aceitação já é outra coisa. Deus já conhecia de antemão, tudo o que eles iriam escolher, e até os pensamentos que iriam ter, inclusive, que eles já tinham sido criados para fazer essas escolhas.
Para escolher o bem, o homem precisa primeiro ter um espírito bom, assim como para escolher o mal, precisa primeiramente ter um espírito mal.
A visão natural do livre -arbítrio dá a impressão que podemos escolher o que quisermos, por sermos donos da nossa vida, mas isso é somente uma impressão. Se realmente pudéssemos fazer escolhas, então Deus ficaria limitado a operar segundo a vontade humana e não segundo a Sua vontade.
Uma coisa é a visão humana para a realidade em que vivemos, onde precisamos ser ensinados e temos regras para serem seguidas e outra coisa é querermos tratar Deus de igual para igual, de forma que nossos caminhos somos nós mesmos que traçamos.
Como pessoas falhas e mortais, nada sabemos dos projetos divino e nem sabemos nosso fim. Nossas decisões são influenciadas por culturas e por emulações, concupiscências e outras coisas do gênero.
A ideia de livre arbítrio é de uma pessoa que escolhe seu destino da mesma forma que acende uma lâmpada na tomada. Não é assim que fazemos nossas escolhas. A salvação, por exemplo, é uma graça incomparável, que da nossa parte não teríamos nunca como obtê-la. Deus mesmo, segundo sua misericórdia, providenciou um meio na qual nos ofereceu essa salvação, pois por nossos méritos, por melhores que seja, não conseguiríamos de nenhuma forma.
Deus colocou no homem o desejo de busca-lo, de forma que é um fundo clamando a outro fundo. Se dependêssemos de nós mesmos, nem quereríamos busca-lo, pois nossa tendência pecaminosa nos levaria ao barbarismo.
Agora mesmo, nesse exato momento em que lê esse texto, poderia simplesmente parar de ler e desligar o computador, ou continuar lendo e fazer novos comentários. Isso é apenas um reflexo do espírito que está dentro de você, não da sua vontade própria, pois se pudesse, estaria voando no infinito, esbanjando riquezas e teria um harém de virgens e coisas mais que o mundo oferece com suas belezas naturais, mas que na velhice de nada serviria.
Quem não gostaria de poder escolher entre a vida e a morte? A pessoa até para se matar é preciso que um espírito de morte entre nele e para isso acontecer teria que ser o tempo dele, que Deus determinou. Quem não gostaria de passar a juventude toda pecando nesse mundão e depois de velhinho aceitar Jesus e ter vida eterna?? Mas essa decisão não cabe a pessoa.
Deus tem nos dado esse desejo de fazer escolhas, justamente para não sermos como os demais animais irracionais, mas isso não significa ter o poder sobre nossas decisões. A salvação mesmo não depende de nada do homem. Ler Bíblia, virar um devoto religioso e ainda como disse Paulo, saber os mistérios do mundo, ter fé para mover montanhas, curar os enfermos e ressuscitar os mortos, mas de nada adiantaria se não fosse Deus que fizesse isso.
Livre-arbítrio quer dizer: sem lei. Quem seria capaz de viver quebrando as leis? Pode se quebrar as leis dos homens, pois os homens são impulsionados pelos espíritos a agirem conforme a natureza de cada um espírito. Se é um espírito mal, vai tomar decisões pelo espírito maligno nele, se for um espírito que é santo, vai tomar decisões para o bem..