Graça e Paz.
Hoje, em conversa com um amigo, ele me convidou para assistir a um filme, um tal de "minha mãe é uma peça". Eu respondi que não poderia porque, em primeiro lugar, eu ainda não havia orado nem lido a Bíblia hoje, e o tempo que eu gastaria vendo esse filme, eu deveria dedicar à Escritura e à oração (ao que ele respondeu: Você leva isso a sério, hein!); em segundo lugar porque, até onde eu saiba (pelo trailer do filme em comerciais de TV) esse é um filme profano, como a absoluta maioria dos filmes seculares contemporâneos. É profano porque, ao que me consta, contem piadas imorais, deve conter palavrões, e o personagem principal é um cara vestido de mulher.
Ao dizer isso, ouvi a seguinte resposta: "ah, cara... pelo amor de Deus... isso é um filme!" O tom de voz era o de repreensão por minha postura crítica ao tal filme. Esse amigo é ministro de louvor da Assembleia de Deus onde congrego.
Fiquei triste com isso. Tentei argumentar que eu preciso recuperar minha vida espiritual, etc, mas fui repreendido. A repreensão não me entristeceu, mas sim o fato de constatar o quão fracos nós somos. Eu mesmo, se fosse um cristão melhor, não andaria muito com esse amigo, porque já cansou de dar-me conselhos ímpios e as conversas com ele ou são seculares ou ímpias. Raramente nós temos conversas espiritualmente edificantes. E eu tenho batalhado para fugir de conversas, entretenimentos, etc, profanos. Mas confesso que a batalha não me é nada fácil, até porque eu não sou dos melhores cristãos do mundo. Não mesmo!
Mas tudo isso que eu disse é apenas uma introdução. Eu queria discutir algumas questões sobre moralidade. Senhores, eu ouço homens como Paulo Junior, Paul Washer, Carter Conlon, John Piper, etc. Eu admiro esses homens. Gostaria de ser como eles, ou como o que eles pelo menos aparentam ser! Mas tenho reparado que o cristianismo desses caras é distinto (a julgar pelo menos pelo discurso e pelo mais que se pode saber deles assim por internet mesmo).
Esses homens veem com péssimos olhos a maioria daquilo que assistimos na TV, especialmente novelas e filmes. Músicas seculares nem se fala. Sexo entre não casados lhes é o fim do mundo (convenhamos que aqui eles têm amplo apoio da Escritura). Namoro sem o objetivo de casar é "concupiscência da carne". A fraqueza espiritual dos membros apenas reflete a fraqueza espiritual dos líderes. Um obreiro que não ora pelo menos duas horas ao dia "não vale um só vintém". Roupas que chamam a atenção para o corpo é "sensualidade, e Deus as odeia". Facebook? Não se você ainda não orou e leu a Bíblia hoje! E por que blogar e debater tanto teologia, quando nosso envolvimento com o evangelismo (seja por oração, seja por doação, ou seja por ação), tanto a nível local quanto mundial é mínimo ou nenhum? Etc, etc.
Agora, senhores, algumas questões se levantam naturalmente a esse tipo de pregação. Mas de modo geral eles parecem ter razão no que dizem. Mas o que realmente me incomoda é saber que se eles estão certos de modo geral, então nossa situação (da Igreja) está muito, muito pior do que eu pensava. E às vezes eu sinto-me tentado a pensar que eles (incluo-me, na teoria pelo menos) estamos errados em ser, ou querer ser, ou tentar ser, (ou sonhar em ser, no meu caso) tão estreitos, tão "santos", tão luz, tão frutíferos, tão consagrados, etc, porque quando eu olho ao redor eu reparo que a grande maioria não faz muita ideia do que é isso ou do quanto isso é ou deveria ser importante. A maioria parece que não tem muita noção do quanto nossos pecados chateiam Deus e nos destrói e envergonha a Cristo. A maioria parece nem mesmo ter uma boa noção de que há um monte de coisas que agente faz e gosta, ou às quais somos indiferentes, mas que "Deus odeia", como diz Washer. Às vezes eu penso: Uma meia dúzia de gato pingado não pode estar correta sobre isso. Hoje mesmo pensei isso após a conversa com aquele amigo mencionado. Às vezes parece-me loucura como as coisas são diferentes do que supostamente deveriam ser, e por isso talvez haja um exagero por parte desses homens. Duas horas diárias de oração ou você não vale um só vintém como obreiro??? Ravenhill parece não saber que hoje em dia "nós não temos tempo". Mas é interessante como temos tempo para outras coisinhas... mas enfim... senhores, a Igreja moderna, a quantas anda hoje em dia? Estamos "dormindo" (como A. W. Tozer dizia) ou isso é um exagero? O cristianismo que esses homens parecem querer para a Igreja é mesmo praticável hoje em dia? Não seria o caso de estarmos dando atenção demais para velhos ultrapassados absolutistas que deveriam relativizar algumas questões? Ou será que os escândalos, a crescente imoralidade, a proliferação de igrejinhas que não servem de nada, e outras mazelas contemporâneas não demonstram que estamos mesmo num caminho de apostasia, e que a maioria dos evangélicos ocidentais precisa de muito choro de arrependimento?
Deus pode contar conosco? Deus está se agradando do nosso trabalho? Estamos sendo pelo menos "servos inúteis" porque só fizemos o que nos foi mandado, ou estamos numa categoria inferior a esta? Estamos glorificando o nome de Cristo, ou o profanando? Estas são algumas questões que têm seriamente perturbado minha alma, especialmente em momentos de evidente fracasso na luta contra o pecado.
Com a palavra, os senhores.
Obrigado.
Hoje, em conversa com um amigo, ele me convidou para assistir a um filme, um tal de "minha mãe é uma peça". Eu respondi que não poderia porque, em primeiro lugar, eu ainda não havia orado nem lido a Bíblia hoje, e o tempo que eu gastaria vendo esse filme, eu deveria dedicar à Escritura e à oração (ao que ele respondeu: Você leva isso a sério, hein!); em segundo lugar porque, até onde eu saiba (pelo trailer do filme em comerciais de TV) esse é um filme profano, como a absoluta maioria dos filmes seculares contemporâneos. É profano porque, ao que me consta, contem piadas imorais, deve conter palavrões, e o personagem principal é um cara vestido de mulher.
Ao dizer isso, ouvi a seguinte resposta: "ah, cara... pelo amor de Deus... isso é um filme!" O tom de voz era o de repreensão por minha postura crítica ao tal filme. Esse amigo é ministro de louvor da Assembleia de Deus onde congrego.
Fiquei triste com isso. Tentei argumentar que eu preciso recuperar minha vida espiritual, etc, mas fui repreendido. A repreensão não me entristeceu, mas sim o fato de constatar o quão fracos nós somos. Eu mesmo, se fosse um cristão melhor, não andaria muito com esse amigo, porque já cansou de dar-me conselhos ímpios e as conversas com ele ou são seculares ou ímpias. Raramente nós temos conversas espiritualmente edificantes. E eu tenho batalhado para fugir de conversas, entretenimentos, etc, profanos. Mas confesso que a batalha não me é nada fácil, até porque eu não sou dos melhores cristãos do mundo. Não mesmo!
Mas tudo isso que eu disse é apenas uma introdução. Eu queria discutir algumas questões sobre moralidade. Senhores, eu ouço homens como Paulo Junior, Paul Washer, Carter Conlon, John Piper, etc. Eu admiro esses homens. Gostaria de ser como eles, ou como o que eles pelo menos aparentam ser! Mas tenho reparado que o cristianismo desses caras é distinto (a julgar pelo menos pelo discurso e pelo mais que se pode saber deles assim por internet mesmo).
Esses homens veem com péssimos olhos a maioria daquilo que assistimos na TV, especialmente novelas e filmes. Músicas seculares nem se fala. Sexo entre não casados lhes é o fim do mundo (convenhamos que aqui eles têm amplo apoio da Escritura). Namoro sem o objetivo de casar é "concupiscência da carne". A fraqueza espiritual dos membros apenas reflete a fraqueza espiritual dos líderes. Um obreiro que não ora pelo menos duas horas ao dia "não vale um só vintém". Roupas que chamam a atenção para o corpo é "sensualidade, e Deus as odeia". Facebook? Não se você ainda não orou e leu a Bíblia hoje! E por que blogar e debater tanto teologia, quando nosso envolvimento com o evangelismo (seja por oração, seja por doação, ou seja por ação), tanto a nível local quanto mundial é mínimo ou nenhum? Etc, etc.
Agora, senhores, algumas questões se levantam naturalmente a esse tipo de pregação. Mas de modo geral eles parecem ter razão no que dizem. Mas o que realmente me incomoda é saber que se eles estão certos de modo geral, então nossa situação (da Igreja) está muito, muito pior do que eu pensava. E às vezes eu sinto-me tentado a pensar que eles (incluo-me, na teoria pelo menos) estamos errados em ser, ou querer ser, ou tentar ser, (ou sonhar em ser, no meu caso) tão estreitos, tão "santos", tão luz, tão frutíferos, tão consagrados, etc, porque quando eu olho ao redor eu reparo que a grande maioria não faz muita ideia do que é isso ou do quanto isso é ou deveria ser importante. A maioria parece que não tem muita noção do quanto nossos pecados chateiam Deus e nos destrói e envergonha a Cristo. A maioria parece nem mesmo ter uma boa noção de que há um monte de coisas que agente faz e gosta, ou às quais somos indiferentes, mas que "Deus odeia", como diz Washer. Às vezes eu penso: Uma meia dúzia de gato pingado não pode estar correta sobre isso. Hoje mesmo pensei isso após a conversa com aquele amigo mencionado. Às vezes parece-me loucura como as coisas são diferentes do que supostamente deveriam ser, e por isso talvez haja um exagero por parte desses homens. Duas horas diárias de oração ou você não vale um só vintém como obreiro??? Ravenhill parece não saber que hoje em dia "nós não temos tempo". Mas é interessante como temos tempo para outras coisinhas... mas enfim... senhores, a Igreja moderna, a quantas anda hoje em dia? Estamos "dormindo" (como A. W. Tozer dizia) ou isso é um exagero? O cristianismo que esses homens parecem querer para a Igreja é mesmo praticável hoje em dia? Não seria o caso de estarmos dando atenção demais para velhos ultrapassados absolutistas que deveriam relativizar algumas questões? Ou será que os escândalos, a crescente imoralidade, a proliferação de igrejinhas que não servem de nada, e outras mazelas contemporâneas não demonstram que estamos mesmo num caminho de apostasia, e que a maioria dos evangélicos ocidentais precisa de muito choro de arrependimento?
Deus pode contar conosco? Deus está se agradando do nosso trabalho? Estamos sendo pelo menos "servos inúteis" porque só fizemos o que nos foi mandado, ou estamos numa categoria inferior a esta? Estamos glorificando o nome de Cristo, ou o profanando? Estas são algumas questões que têm seriamente perturbado minha alma, especialmente em momentos de evidente fracasso na luta contra o pecado.
Com a palavra, os senhores.
Obrigado.