Paz a todos!
Norberto perguntou:
Você, Valdomiro o que entende do seguinte texto bíblico?
Beto, o texto é bem interessante e parece ser contundente quando a existência pretérita de Cristo. Eu particularmente creio que esse seja um forte indício. Mas, como bem observou o advogado citado por você há outras interpretações possíveis. Abaixo informo como entendem certos versos aqueles que não creem na existência pretérita de Jesus.
Veja, por exemplo, II Tm 1:9 “o seu próprio propósito e graça que
nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;”. Não existíamos antes dos tempos dos séculos, mas se lermos esse verso da mesma forma que costumamos ler Jo. 17.5 qual será a conclusão inevitável? Não estávamos lá para receber a graça dada em Cristo, mas é dito que “nos foi dada” sem que nós, literalmente, houvéssemos recebido antes de existirmos.
Veja o verso 24 do cp. 17 de João: “porque tu me amaste
antes da fundação do mundo.” Aqui leríamos o texto como falando de um Jesus preexistente e sendo amado antes da fundação do mundo, mas se lermos Ef. 1.4 “Como também nos elegeu nele
antes da fundação do mundo”, certamente seremos tendentes a entender que embora a eleição tenha ocorrido em Cristo antes da fundação do mundo, nós não precisamos estar lá pessoalmente, ou sermos existências reais, antes da fundação do mundo, para sermos eleitos. Assim, Cristo também não precisaria estar lá para ser amado antes da fundação do mundo.
Outro exemplo temos em 1 Pe. 1.19 “Mas com
o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, 20 O qual, na verdade, em outro tempo
foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;”
Antes da fundação do mundo já existia sangue? Ou existia um Cristo com corpo físico? Acho que responderíamos, sem muito esforço, que não. Mas, a negativa da existência real de sangue antes de haver mundo permite seguirmos no raciocínio de que pela mesma via não há o condicionamento da existência real de Cristo, mesmo que somente em espírito, assim como não há a existência real de seu sangue.
Assim, alguns entenderem “glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”, como a glória prevista e cabível a Cristo. Por esse ângulo a glória com o Pai estaria no mesmo patamar interpretativo do Graça que nos foi dada antes dos tempos dos séculos ou da eleição realizada em Cristo antes da fundação do mundo (Ef. 1.4). Nem nós, nem a graça ou a eleição eram reais no sentido de serem concomitantes com nossas existências, mas apenas determinadas ou provisionadas. Cristo estaria pedindo para ter a Glória provisionada por Deus para ele.
Muitos dos versos que sugerem a existência pretérita de Jesus podem ser visto por esse ângulo. Por essa razão há aqueles que acreditam que Jesus foi um humano em todos os sentidos, exceto pelo seu nascimento virginal.
Paz!
Valdomiro.