Devaney escreveu: Márcio Gomes escreveu:Irmão Devaney,
Note que assim como o dízimo (ainda que voluntário e singular), Abraão circuncidou-se. Então se Abrahão praticou estes dois atos, não seria, baseado na sua interpretação, mais coerente manter também a circuncisão? Já que ele está consagrando algo de muito mais valor para Deus?
Márcio, não penso assim por dois motivos:
- Hebreus não diz que a circuncisão é vinculada ao novo Sacerdócio. Pelo contrário, a circuncisão é claramente abolida em textos específicos do NT.
- O dízimo foi mencionado contendo essa vinculação ao Sacerdócio de Melquisedeque, e relacionando o próprio Cristo.
Acho que o mal estar que está sendo causado é porque acham que eu tomo como LEI OBRIGATÓRIA dizimar. Não é bem isso. No Novo Testamento - e eu e você defendemos essa tese juntos - existe a Lei do Amor, a Lei de Cristo, que Paulo fala. E somente ela.
Mas eu sinto paz no meu íntimo em cooperar com a Obra com um valor que foi verificado antes da Lei, e sobre o qual não há peso de Lei.
E também acho que Deus está interessado sim em abençoar-nos materialmente, contanto que também façamos a nossa parte. Eu leio o profeta AGEU e sei que no coração de Deus existe a premissa de abençoar os que cooperam na Obra de uma maneira constante e abnegada.
Tenho testemunhos pessoais e oportunamente estarei postando no grupo devido... Amém ?
Por favor, não julgo a ninguém que queira somente ofertar, pois para mim não cola essa história de que
"quem não dá dízimos, rouba a Deus (segundo Malaquias) e os ladrões não entram no céu (segundo apóstolo João)". Isso é de uma infantilidade enorme, e parte geralmente de quem não conhece o poder da salvação que há em Cristo.
Irmão Devaney,
A graça e a paz de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Entendo e aprovo a sua prática e a entendo como um excelente propósito de seu coração quando faz a obra de Deus no que tange a contribuição, sustento da obra, caridade aos pobres e necessitados e expansão do Reino de Deus.
Mas embora, esse texto da carta aos Hebreus dá, de certa forma, um entendimento de vínculo ao sacerdócio de Melquisedeque, o contexto pelo menos não é claro sobre isso, pois como sabemos o contexto é a comparação entre o sacerdócio, registrando a superioridade do sacerdócio de Cristo.
Por favor, entenda a colocação que se segue como um parenteses neste post:
No evento propriamente dito, quando Abraão, tirou o dízimo dos despojos de guerra e entregou para o rei e sacerdote de salém, entendo que Abrahão assim o fez porque foi conduzido por Deus para assim o fazê-lo, pois, lendo fontes seculares, descobrimos que mesmo antes de Abrahão o dízimo já era praticado por outros povos pagãos, sendo que o dízimo em algumas culturas era um assunto puramente político, um imposto pago ao rei pelo povo, ou cobrado pelo conquistador de nações conquistadas, e em outros lugares era uma combinação do secular com o sagrado. Na Babilônia, durante o reinado de Nabucodonosor II, todos, inclusive o rei, pagavam um dízimo da terra ao templo, e, ao mesmo tempo, os reis babilônios cobravam o dízimo de todas as importações (C.H.W.Johns, Babylonian and Assyran Laws, Contracts and Letters, 1904, xi, 205-206). Os sátrapas persas também exigiam o dízimo das importações (Aristót., Oecon. 134b; 135b).
Há, outrossim, numerosos exemplos na literatura secular do dízimo como questão exclusivamente religiosa, um sacrifício devido à divindade somente: Agamenon conquistou Micena e dedicou um dízimo aos deuses (Diod. Sic., 11, 65). Ao conquistarem os etruscos, diz-se que os lipários dedicaram um dízimo em Delfos (ibid. 5,9; Hdt., 7, 132; ver W.B.D. Rouse, "Tithes (Greek)", ERE XII 350-51, para evidência adicional abundante do dizimar entre os gregos).
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento
Dentro desse contexto melquisedeque, rei de sálem e sacerdote do Deus altíssimo recebeu aquele dízimo de AbraãoVoltando ao assunto:
O autor da carta aos Hebreus não está ensinando sobre como praticar o dízimo sob o sacerdócio de Cristo. Ele apenas citou para registrar a superioridade desse sacerdócio que é perpétuo e não passageiro.
Ao lermos as cartas de Paulo, que é o apóstolo que mais fala sobre contribuições financeiras na Igreja, não encontramos nenhuma referência a este modelo de contribuição.
Paulo escreve acerca do repartir as - posses materiais para cuidar das necessidades dos pobres (1 Co 16:1-3; 2 Co 8:9-7;Ef 4:28 ) e para sustentar o ministério cristão (1 Co 9). Insiste na generosidade e a recomenda (2 Co 9:6; 8:1-5) mas nunca exige, nenhuma só vez, como mandamento da parte de Deus, que qualquer montante específico seja dado.
Paulo mandava, porém, que suas igrejas levantassem coletas para os santos, para os cristãos na igreja-mãe em Jerusalém (1 Co 16:1-3; 2 Co 8:4; 9:1, 12). Sendo que a palavra LOGEIA, que aqui se emprega, pode significar uma cobrança de - impostos bem como contribuições voluntárias coletadas no culto para fins caridosos (Liddell-Scott, 1055; A. Deissmann, Light from the Ancient East, 1927, 105)
O cristão contribui conforme resolveu no seu coração (2 Co 9:7) e conforme Deus o prosperou (1 Co 16:2). Contribui, porque tem consciência de ser o - escravo (doulos, Rm 6:16; 1 Co 7:22; Ef 6:6; 1 Pe 2:16) de Deus (Cristo); sabe que nem ele nem suas posses são realmente dele mesmo para empregar como deseja (1 Co 6:20); que, essencialmente, é um mordomo encarregado com o manejar responsável dos bens do seu mestre (1 Pe 4:10) e que, afinal das contas, deve prestar contas daquilo que faz com estes bens (Rm 14:12).
Dicionário Internacional de Teologia do Novo TestamentoSe ele tivesse a intenção de ensinar o dízimo como um mandamento da Lei de Cristo ( sem o uso malaquias) seria uma boa oportunidade para introduzi-lo nessas passagens citadas acima.
Contextualizando tudo, podemos entender que a forma de contribuição da Nova Aliança, transcende a forma de contribuição tanto da cultura Hebréia, quanto da cultura pagã.
Assim como a circuncisão do cristão transcende a circuncisão, praticada nos tempos antes da Lei de Moisés, por Abrahão e também pelos povos pagãos e depois praticado na Lei de Moisés, que consistia de um sinal no corpo. O modelo de contribuição também transcende aos 10%.
Acho que o mal estar que está sendo causado é porque acham que eu tomo como LEI OBRIGATÓRIA dizimar. Não é bem isso. No Novo Testamento - e eu e você defendemos essa tese juntos - existe a Lei do Amor, a Lei de Cristo, que Paulo fala. E somente ela.
O irmão concorda que tanto quem entrega 10% com alegria, como quem dá qualquer outro percentual com alegria está cumprindo a Lei de Cristo?
Mas eu sinto paz no meu íntimo em cooperar com a Obra com um valor que foi verificado antes da Lei, e sobre o qual não há peso de Lei.
Amém! Glória a Deus! O Senhor certamente se agrada de sua atitude e certamente fará com que o que você está semeando seja proporcionalmente colhido no resultado da onde for empregado esses valores, bem como lhe dará bençãos na área financeira para que o amado tendo sempre possa continuar honrando o seu Nome.
E também acho que Deus está interessado sim em abençoar-nos materialmente, contanto que também façamos a nossa parte. Eu leio o profeta AGEU e sei que no coração de Deus existe a premissa de abençoar os que cooperam na Obra de uma maneira constante e abnegada.
Amém!
Tenho testemunhos pessoais e oportunamente estarei postando no grupo devido... Amém ?
Amém!
Por favor, não julgo a ninguém que queira somente ofertar, pois para mim não cola essa história de que "quem não dá dízimos, rouba a Deus (segundo Malaquias) e os ladrões não entram no céu (segundo apóstolo João)". Isso é de uma infantilidade enorme, e parte geralmente de quem não conhece o poder da salvação que há em Cristo.
Amado, aí mora um grande problema. A minha denominação, a sua denominação, a maioria das denominações, por mais abençoadas que são, comete essa infantilidade enorme...e
nós fazemos vista grossa.
Quando em outras palavras falam que quem não dá o dízimo é ladrão e o fim dos ladrões é o inferno, ficamos calados. Se por acaso, o nosso pastor, começar a ensinar que devemos guardar o sétimo dia e se assim o não fizermos estaremos quebrando o quarto mandamento e quem não obedece a "lei moral" vai pro inferno ou não herdará o reino (de uma forma mais light), provavelmente não ficaríamos calados.
Porque ficamos calado com a pregação do Dízimo de malaquias e com o sábado do sétimo dia da LEI de Moisés não ficamos?
- Eu acho que a resposta é que chamamos um de infantilidade enorme e o outro chamamos de Heresia. O grande problema é que tanto um ensinamento quanto outro manda pro inferno vidas pela qual Cristo pagou um alto preço.