Improvável, caro Davaney, pois os egípcios tinham conhecimentos astronômicos, relatavam posições dos astros e através disso é possível se fazer uma datação da época em que o registro foi feito.
Provável sim, pois
não foram tais conhecimentos e registros astronômicos que geraram qualquer tipo de relação ou datação das dinastias. Você sabe de onde provêm a corrente cronologia das dinastias egípcias? Basicamente dos fragmentos mencionados de um sacerdote egípcio do século III antes de Cristo, chamado
Manetho. Não existe uma lista unificada que relate as supostas 30 dinastias Egípcias. O que foi feito é uma compilação de diversos fragmentos de Manetho, feita por historiadores que existiram entre 300 e 800 anos depois dele, tais como Flavio Josefo, Sextus Julius Africanus, Eusebius e Syncellus.
Willian Gilan Wadden, que dedicou uma obra a respeito de Manetho, diz que os escritos dele estavam muito fragmentados e apresentavam incoerências, inclusive sugerindo que o material atribuído a ele pode ter sido obra de falsificação, o que conturba que conclusões sejam tiradas. Por exemplo, sabe-se que alguns reis mencionados tratados como heróis eram lendas, pois seus reinados não podiam ter as características que alguns fragmentos apontavam:
não há achados arqueológicos que comprovem alguns desses supostos reis e reinos, ou são até contraditos pelos achados. Isso pode ser lido nos capítulos VII, XVII, XX, XXI e XXV de sua obra disponível para download AQUI
Portanto, não foi com base em nenhum calendário oficial que se determinou o período de duração das dinastias, como vc dá a entender acima.
ALGUNS FRAGMENTOS DE TEXTO onde apareciam descrições de fases da Lua e posições da estrela Sirius (ou como era conhecida “Estrela do Cão”) foram usados para tentar determinar períodos de eventos,
mas não há uma SEQUENCIA de tais fragmentos vinculados a Dinastias. As Pirâmides foram construídas COM ROCHA CALCÁREA. Não há pirâmides construídas com tijolos de barro. Isso foi bem posterior a elas. As pirâmides de Gizé, por exemplo, teriam sido construídas por volta de 2.200 AC.
Aqui vc está desinformado. E muito. A maioria das pirâmides da XII Dinastia,
foram construções de grandes tijolos feitos de barro e ressecados ao sol. Basta ver nas lacunas das rochas que rolaram que esse é o verdadeiro material de construção e as pedras que vc citou são um mero REVESTIMENTO SUPERFICIAL, apenas para dar aparência boa, pois as rochas foram alisadas manualmente. Se duvida, veja essa imagem, que mostra que o sistema de construção migrou de rochas maiores e disposições diferentes para os modelos com o interior à base de tijolos feitos de barro ressecado:
Agora é uma coisa gozada. Lembra-me uma reportagem da extinta revista Manchete em que falava da múmia mais antiga e em perfeito estado de conservação então encontrada. Ela foi datada de 2342 AC. Como os caras conseguiram com essa precisão? E no túmulo onde ela estava, que foi saqueado durante a construção de uma estrada na época do faraó sucessor do dono do túmulo, que era um cantor da corte, contém hieróglifos, interpretados da mesma maneira de sempre. Entende o que eu quero dizer com ausência de solução de continuidade?
Vou lhe dar um exemplo de como datações podem ser muito certas e erradas ao mesmo tempo. Eu lhe digo verbalmente, sem apresentar documentos, que nasci em 1965 e que aceitei a Jesus com 16 anos de idade. Você vai dizer que isso aconteceu então em 1981. Mas se na minha certidão de nascimento o ano correto for 1966 ? Você calculou CORRETAMENTE, mas sua datação está ERRADA. Portanto, por mais matemática que tenha sido a busca pela data, se o ponto de partida referencial está errado, perdeu-se toda essa precisão no nada.
E não podemos usar carbono 14 para datar coisas inanimadas, somente se usa para restos de coisas vivas. Aliás, para quem não sabe, a datação de carbono 14, além de ser muito tênue em suas conclusões pois em seu cálculo precisa basear-se no fato que nenhuma alteração climática ou geofísica possa ter acontecido sobre suas amostras analisadas, hoje em dia é considerada uma das maiores fontes de argumentação a favor da vida jovem da Terra. Quem se interessar pela análise físico-química, vai achar um bom material neste site: http://www.answersingenesis.org/articles/nab/does-c14-disprove-the-bible
Como é? Então os tais arqueólogos bibliólatras afirmam provar que houve um povo asiático que trabalhou para os egípcios produzindo tijolos de barro e... De repente o Egito parou de fazer tijolos de barro? É isso o que esses arqueólogos estão afirmando? Como sabemos que esse povo sumiu de lá em algum momento? Há algum documento egípcio relatando essa história, descrevendo esse povo, nomeando claramente e dizendo o motivo de sua saída?
Não tire conclusões precipitadas. Primeiro, nunca disse que os egípcios pararam de usar tijolos de barro com a saída dos Hebreus. O que foi afirmado é que eles encontraram indícios de uma
FUGA MONUMENTAL de escravos do Egito. E os arqueólogos que estou citando
NÃO SÃO EVANGÉLICOS. Veja por exemplo o currículo desta professora britânica chamada
Rosalie David e sua extensa lista de obras de arqueologia: http://www.manchester.ac.uk/research/Rosalie.david/publications
Nos escritos dela, vemos as seguintes frases:
“Evidencia-se que os Asiáticos estavam presentes na cidade em algum número, e isso pode ter refletido uma situação de outros lugares do Egito. Sua exata origem na Siria ou Palestina não pode ser determinada (...) a razão de sua presença no Egito permanece sem explicações.” The Pyramid Builders of Ancient Egypt: A modern investigation of Pharaoh’s workforce, Guild Publishing, London, p. 191, 1986E sabe porque tanto ela como o Sr. Flinder Petrie não conseguiram explicar, mesmo conhecendo a Bíblia? Porque de acordo com a datação corrente dos fragmentos de Manetho, não conseguiram sincronizar com a data que a Bíblia conta que o povo saiu do Egito, em I Re 6:1. Eles acabam datando esses achados arqueológicos dos asiáticos no período da XII Dinastia, que supostamente existiu entre os anos 1990 a 1785 a.C., ao passo que pela Bíblia, esse período deveria ser posterior, por volta do ano 1660 a 1445 a.C. A conclusão é meio óbvia:
ou um ou outro PONTO DE PARTIDA PARA CONTAGEM ESTÁ ERRADO.Poderíamos achar que o registro de I Re 6:1 é o errado. Mas não é bem assim, pois outros fatores consolidam a narrativa bíblica, como o Êxodo. A Dra. David assume que
“Há diferentes opiniões de como esse primeiro período de ocupação em Kahun acabou... A quantidade, distribuição e tipo dos artigos do dia a dia que foram abandonados nas casas dos asiáticos sugerem que a partida foi súbita e não premeditada.” The Pyramid Builders of Ancient Egypt: A modern investigation of Pharaoh’s workforce, Guild Publishing, London, p. 199, 1986Para quem conhece a Bíblia, não há mistério. Sabemos muito bem como foi essa saída e de fato ela foi emergencial.
A Bíblia nem nomeia o faraó da época...
Para quem tem conhecimentos, uma meia palavra pode significar muita coisa.
A
última das grandes Pirâmides do Egito foi feita por Amenemhet III no sítio de Hawarra, a 110 Km ao sul do Cairo. Os registros desse Rei mostram que ele tinha uma
filha única, chamada Sobekneferu, que foi
a última de sua dinastia, pois era estéril e não teve filhos. Era comum ao povo egípcio ter seus rituais de fertilidade no Rio Nilo, e as mulheres banhavam-se em suas águas em homenagem ao deus-rio ÁPIS, que era uma divindade de fertilidade. As casas reais tinham salas de banho, não havia necessidade de irem banhar-se no Rio Nilo, exceto em caso de um ritual religioso de fertilidade.
Na Bíblia, vemos que Moisés foi adotado por
uma filha de Faraó que não tinha filhos e que bem poderia ser Sobekneferu, que pode inclusive tê-lo considerado uma dádiva do Nilo, vindo a ela numa cestinha calafetada. A Bíblia registra que Moisés voltaria depois de muto tempo ao Egito – quase 40 anos depois de sua fuga para o deserto – e sua mãe adotiva já era falecida. Os registros mostram que o Faraó que sucedeu à dinastia morta de seu antecessor era chamado de
Neferhotep I, um Faraó que estranhamente nunca teve sua múmia ou sequer uma tumba encontradas. Isso para os cristãos está bem coerente, pois o Faraó contemporâneo a Moisés não teve funeral, pois foi engolido com seus exércitos pelo Mar Vermelho, por onde tinha passado o povo Hebreu na fuga do Egito.
Agora, diga-me, meu caro:
qual a probabilidade de ser mera coincidência que um livro aponte para tais características históricas de personagens diferenciados (linhagem de Faraós) e séculos depois os achados em um sítio arqueológico fundamentem a história tão convincentemente ?
Contra fatos, não há argumentos.