Paz a todos!
Caro Bruno, tudo bem com você? Paz!
Aproveitando o momento trago uma postagem que trata da questão da evidência interna, no que se refere a gramática, inclusive, abordando, também, a alegação de que Gregório de Nazianzo (ou Nazianzeno) reclamou da omissão como alegado pelo Marcos.
Bruno, achei oportuno seu interesse pela evidência interna na questão da Comma. Aproveitei o momento para pesquisar um pouco a respeito, já que a evidência externa é bem desfavorável a ela.
Restando-nos expor a questão da evidência interna.
I Jo 5.7,8 (TR) “ὅτι τρεῖς εἰσιν οἱ μαρτυροῦντες
εν τῷ οὐρανῷ, ὁ πατήρ, ὁ λόγος, καὶ τὸ Ἅγιον Πνεῦμα• καὶ οὗτοι οἱ τρεῖς ἕν εἰσιν καὶ τρεῖς εἰσιν οἱ μαρτυροῦντες ἕν τῇ γῇ, τὸ πνεῦμα καὶ τὸ ὕδωρ καὶ τὸ αἷμα καὶ οἱ τρεῖς εἰς τὸ ἐν εἰσὶν”
A alegação do erro gramatical expressa no item 1 de teu comentário apresenta alguns equívocos. O primeiro deles seria imputar a rigidez do grego clássico (mesmo ele tinha suas intercorrências) ao grego koiné que nunca foi tão rígido assim.
Ainda vou expor a legitimidade gramatical do texto sem a Comma, mas supondo que existisse algum erro (eu já acreditei que houvesse de tanto ouvir dizer), notemos o seguinte:
Em Mateus 17.4 fala-se de “três tendas”, “três” (masc. Gr.) está justaposto a “uma”, “uma” e “uma” tenda (fem. Gr.) para cada um dos três.
Em 1 Coríntios 6.10-11, “estas coisas” é um pronome neutro referindo-se à lista anterior dos pecados que estão todos na forma masculina.
Em 1 Coríntios 13.13, encontramos três substantivos femininos referenciados com um plural neutro “τὰ τρία”.
Assim, ainda que nada pudesse se advogar sobre a exatidão gramatical do que apenas aparentemente é um erro, ainda assim não se poderia requerer a inclusão da Comma por alguma necessidade de conformação de gênero. Ou seja, se houvesse um erro lá, esses versos também estariam errados e mostrariam que era possível um erro gramatical em I Jo. 5.8, mas como veremos não é o caso.
Vamos à questão da gramática!
Sobre o referente aos substantivos agrupados ter que concordar com o gênero ou ir para o masculino se houver um ou mais masculinos no grupo de controle devemos considerar que:
1-
a) Não existe a tal coisa de concordância de gênero gramatical do referente com vários substantivos, como postulado por Frederick Nolan (1784-1864) e Robert Dabney (1820-1898), a partir das observação de Bengel (séc. XVIII).
(Veja Obs. sobre Dabney mais abaixo). Foram eles os popularizadores dessa ideia. (Eles, na verdade, postularam isso partindo do pressuposto que João havia escrito a Comma, mais a ideia deles não se reflete como verdade em textos com construção semelhante e quando submetidos às próprias regras de gramática grega). Os seguiram nessa tese Edward Hills, Thomas Holanda dentre outros que se encarregaram de perpetuar essa ideia equivocada até aos dias de hoje.
Na verdade, se um substantivo não é um nome, então o gênero do substantivo é determinado pelo gênero natural da ideia a ser expressa. Neutro para coisas, masculino para pessoas, feminino para pessoas do sexo feminino ou masculino para pessoas e coisas.
Isso é discutido pelo gramático grego Herbert Smyth (1857-1937) em seu livro de 1920, A Gramática Grega para Faculdades, nas seções 1020, 1021, 1022, 1023 e 1058, nas páginas 272, 273 e 277.
(http://en.wikipedia.org/wiki/Herbert_Weir_Smyth)
Existem apenas oito casos no Texto Majoritário, em que o referente de um substantivo ou substantivo particípio (funcionando como um substantivo nominal) é representação num texto de vários substantivos (Mateus 15.19-20 e 23.23 João 6.9, 1 Coríntios 6.9-11, Gálatas 5.19-21 e 5.22-23; Colossenses 3.5-7 e 3.12-14), e a concordância de gênero gramatical não ocorre em nenhum deles, nem mesmo quando todos os substantivos referentes têm o mesmo gênero gramatical (1 Coríntios 6.9-11 e Gálatas 5.22-23). Todos os exemplos do Novo Testamento de uma construção de vários substantivos com um referente (ou seja, a palavra plural cujo referente [a ideia de que se refere] é representado no texto por vários substantivos) confirmam que o gênero do plural (referente) nunca é baseado no gênero gramatical de qualquer substantivo no texto, mas é sempre fixado pelo sentido, isto é, o gênero natural do referenciado. O fato de coincidirem (se a Comma fosse, por exemplo, tomada como verdadeira, no verso 7) não mudaria esse fato. Assim, não chega a ser uma dificuldade insuperável. Pelo contrário! A questão é que a concordância de gênero gramatical só se dá quando há apenas um único substantivo/nome referente, e mesmo isso não é rígido.
1-
b) Também o fenômeno da atração não ocorre nesses casos. Atração de gênero é um fenômeno que ocorre apenas com um pronome em um tipo específico de construção gramatical onde um pronome relativo fica em conformidade com o caso gramatical do substantivo antecedente com quem se relaciona, em vez de se conformar com o que é ditado pela função gramatical do pronome relativo na sua própria cláusula, sendo isto o que normalmente ocorre como regra.
De acordo com Smyth nas seções 926b, 1239, 2502e e 2502f nas páginas 307 e 563 em seu livro de 1920, há apenas três construções gramaticais na língua grega em que a atração de gênero ocorre.
1. O gênero de um pronome demonstrativo podem ser atraídos para o gênero de um substantivo subsequente (referindo-se à mesma pessoa ou coisa) na mesma cláusula (1239).
2. O gênero de um pronome relativo podem ser atraídos para o gênero de um substantivo subsequente (referindo-se à mesma pessoa ou coisa) na mesma cláusula (2502e).
3. O gênero de um pronome relativo podem ser atraídos para o gênero do substantivo (referindo-se à mesma pessoa ou coisas) que imediatamente (lado a lado) o precede (2502f).
Por causa disso a inclusão da Comma não resolveria o suposto erro de concordância com o gênero das três testemunha “terrestres”, pois o chamado fenômeno da atração não se aplica ao caso.
Obs.: Dabney, o criador da frase que se costuma repetir nessa questão tornou-se, aparentemente, ciente disso em um grau ou outro, entre 1871, quando usou a expressão: “
uma insuperável dificuldade gramatical” para se referir ao texto sem a Comma e 1878, data da publicação de Syllabus and Notes of the Course of Systematic and Polemic Theology, onde disse ao final da página 182 que “
1 João 5:7 é certamente de autenticidade muito duvidosa”, se referindo a Comma.
2) No que se refere as ocorrências da palavra "Espirito", não há qualquer repetição grosseira pela citação no verso 6 e o Espírito, como testemunha, no verso seguinte (sem a Comma), pois no verso 6 temos também a citação de “sangue” e “água”, que na sequência são identificados como testemunho juntamente com o Espírito. O verso é agregante. Ou seja, era de se esperar, de forma natural, que se João quisesse juntar os três como testemunhas o fizesse exatamente logo em seguida ao invés de interpolar as “testemunhas celestiais” que quebram o fluxo natural do que está sendo dito (cria uma pausa na sequência da explanação de João, por isso o nome “comma” é tão apropriado), para, só então, falar de quem ele já estava falando no verso 6. O pior é que se a Comma for tomada para afirmar que os três são uma mesma substância, ai é que fica sem qualquer contexto mesmo, pois João está falando de quem dá testemunho de Cristo e a sua aceitação e não de quem é a Deidade.
Em complemento devemos ressaltar que a inserção da Comma quebra uma prática comum nas Escrituras que é a exigência de duas ou três testemunhas para se firmar alguma coisa: Deuteronômio 17.6 e 19.15 e Mateus 18.16 e João 8.17-18 e 2 Coríntios 13.1 e 1 Timóteo 5.19 e Hebreus 10.28-29 e 1 João 5.8 - 9 (Tmaj). O número de testemunhas que é requerida é sempre dois ou três. Com a Comma ter-se-ia cinco testemunhas (O Pai, A Palavra, O Espírito [repetido na Comma], a Água e o Sangue). E o que é mais estranho: Com a Comma se apresenta a necessidade de se dar testemunho no céu (?). Como bem levantou a questão o irmão Norberto: Qual a necessidade se ter alguém testemunhando no céu. Nascem anjos lá que desconhecem o Messias? Existem cidades para se testemunhar lá? Quem ficou de fora, no céu, do conhecimento da obra de Deus e de Cristo realizada na terra? Existe dúvidas lá de quem seja o Messias? Deus fica dando testemunho de quê e para quem céu? A Comma pode até ser simpática para alguns, mas é completamente sem propósito se considerado o contexto onde ela está inserida, e interpõe uma ideia completamente estranha aos propósitos do contexto.
Como a concordância do gênero não está atrelada aos substantivos que compõem um conjunto de referência, passamos a entender, facilmente, a colocação da forma masculina regendo três neutros.
Na bíblia, como listado acima, as testemunhas válidas são as testemunhas masculinas. Espírito, água e sangue são conjuntamente personificados ao gênero da ideia que representam conjuntamente (aqui também Dr. Daniel B. Wallace e Dr. James White concordam). No verso 6 o testemunho do Espírito está condicionado pela gramática, ao neutro, porque é o único referente, mas na sequência, por haver um conjunto de três essa condição cai e permite a personificação, masculinizando as testemunhas e as pondo em contraste com o testemunho dos humanos no verso 9. O que acontece em 1 João 5.6 e 1 João 5.8 é o que sempre acontece no grego do Novo Testamento, quando um substantivo não é um nome.
3) Aqui, sinceramente, não sei como chegaram a significação que chamaram de “exatamente”, pois não vejo como a expressão “οἱ τρεῖς εἰς τὸ ἕν εἰσὶν” signifique “exatamente”: “estes três concordam com aquele”, mesmo que fosse “concordam com aquilo” (já que τὸ ἕν é neutro), ainda assim não tenho conhecimento que a tradução seja (por conta disso) “exatamente” essa. O que parece é que, talvez, tenham usado o postulado por Middleton (1808), na defesa da autenticidade da Comma, acerca do uso enfático do artigo. Ele advogou que o uso de “τὸ” na frase “τὸ ἕν”, seria incomum e sugere como solução que se trata de uma ênfase apontando para o “ἕν” do verso 7 (com a Comma), mas essa ideia é, visivelmente, interpretativa, não gramatical. Em Fp. 2.2 aparece “τὸ ἕν” sem referenciar a qualquer outro “ἕν”, mas as próprias afirmações contidas no verso 2, ou verso 1, ou, ainda, em ambos. Devemos lembrar que mesmo sem a Comma há o que concordar nos versos anteriores. Então, se a tradução ou entendimento sugerido fosse o único possível, ainda assim, a Comma não seria necessária.
Uma tradução bem literal poderia ser: “Os três são (ou estão) em um”. Levando em consideração o contexto, surgem as opções:
“Os três estão de acordo entre si”. (Edição Pastoral)
“Estes três dão o mesmo testemunho” (Bíblia Ave Maria)
“Os três são concordes” (Bíblia Mensagem de Deus – Loyola)
“E os três concordam” (Bíblia do Peregrino)
“E os três são unânimes” (CNBB)
“E os três convergem num único testemunho.” (TEB)
“E os três tendem ao mesmo fim” (Bíblia de Jerusalém)
Culy entende que εἰς τὸ ἕν poderia ser traduzida literalmente: “em um”. Ele alega que denota um objetivo comum ou conduzindo à mesma conclusão, razão pela qual a NIV e NASB traduzem esta frase como “estão de acordo”.
Como se vê todas usam fraseologias que levam a uma mesma ideia.
Se considerarmos, ainda, que a ACF verteu: “E estes três concordam num”. E que a KJV verteu para: “and these three agree in one”, ambas estão exatamente iguais, não vejo o porquê dessas que são pró-Comma não usarem
“estes três concordam com aquele”, para se referir as supostas testemunhas celestiais (mas, lembremos que há variantes em que a ordem está invertida o que tornaria esse requerimento incompatível com elas) se, de fato essa fosse uma tradução que representasse fidelidade sintática e contextual.
O Dr. W.C Taylor alista as várias aplicações da preposição “εἰς”, e cita Dr. Robertson, indicando o uso estático como sendo um dos usos pouco frequentes, mas existente no NT Grego, para essa preposição, que é usualmente afim ao movimento. Um dos versos que esses especialistas em grego apontam como uso dessa preposição com mesmo significado da preposição “ἐν”, ou seja, estático é justamente I Jo. 5.8. Assim, “εἰς τὸ ἕν” significa literalmente “EM O UM”, ou, simplesmente “EM UM” como defende Culty. Essa construção, de per si, até onde pude apurar, não exige nada sobre reverência antecedente. Mas, mesmo que fizesse, nada há na perícope que obrigue que tal referência devesse ser a Comma. Do verso 1 ao ver 6 temos informação suficiente com a qual o verso 8 poderia concordar.
4) Quanto à questão do uso da palavra “logos” no Comma, ao está posta junto com a palavra “Pai” deve, na verdade, servir como prova contrária, não a favor! João nunca usa “Pai” e “logos”, mas “Pai” e “Filho. Nem ele, nem os demais escritores sagrados. Mas, alguém que quis fazer parecer-se com João introduziu “logos” para fazer lembrar as palavras de João sem se dar conta de como o Apóstolo utilizava essa conjugação de títulos até mesmo nas próprias epístolas. (1 João 1.3, 1 João 2.22-24, 1 João 4.14, II João 1.3, 2 João 1.9). Falar em “o Pai, a Palavra” (como na Comma) é uma construção estranha aos escritos de João.
Aproveitando o estudo das evidências internas eu gostaria de comentar a citação feita pelo Marcos sobre Gregório de Nazianzo, supostamente reclamando da ausência da Comma.
Marcos usou a seguinte introdução:
Gregório Nazianzo (330-390), UM BISPO GREGO, (....) em sua "Quinta Oração Teológica"[Oração nº 31, Verso 19], Nazianzo protesta contra a omisão de 1 João 5:7 por parte de alguém da época, afirmando estar o texto gramaticalmente sem sentido com a ausência de 1 Jo 5:7:
Ele diz que o padre capadócio
“protesta contra a omissão”(???), pois bem vamos reler, mas desta vez o trecho completo para entender o que “Gregório Nazianzo (330-390), UM BISPO GREGO”, estava, de fato, dizendo (verso 19 completo):
Mas, para minha mente, diz ele, essas coisas são ditas para ser co-numeradas, e, da mesma essência que também os nomes correspondem, como três homens, ou três deuses, mas não três isto e aquilo. Qual a importância desta concessão? É conveniente para um que estabelece a lei quanto aos nomes, não para quem afirma a verdade. Pois eu também afirmarei que Pedro, Tiago e João não são três, ou consubstanciais, tanto que eu não posso dizer três Pedro, ou três Tiagos, ou três Joãos, pois o que você tem reservado para nomes comuns nós exigimos também para nomes próprios, de acordo com o seu arranjo, ou então você será injusto em não conceder aos outros o que você assume para si mesmo. Quanto à João, então, quando em sua Epístola Católica diz que há três que dão testemunho, o espírito e a água e o sangue? Você acha que ele está falando bobagem? Primeiro, porque ele tomou a liberdade de contar com um numeral coisas que não são consubstanciais, mas você diz que isso só deve ser feito no caso de coisas que são consubstanciais. Pois quem afirmaria que estes são consubstanciais? Em segundo lugar, porque ele não tem sido consistente na forma como ele tem produzido em seus termos, pois depois de usar “três” no gênero masculino acrescenta três palavras que são neutras, ao contrário das definições e leis que você e seus gramáticos estabeleceram. Pois qual é a diferença entre colocar um “três” masculino em primeiro lugar, e então ir adicionando “um” e “um” e “um” no neutro, ou após o masculino “um” e “um” e “um” e usar o “três” não no masculino, mas no neutro, coisa que você mesmo nega no caso de deidade? O que você tem a dizer sobre o “caranguejo”, o que pode significar tanto um animal, ou um instrumento, ou uma constelação? Sobre o cão, ora terrestre, ora aquático, ora celestial? Você não vê que três caranguejos ou cães são falados? Por que é claro que é assim. Pois bem, eles são, portanto, de uma substância? De maneira alguma, mas um tolo diria isso. Então, você vê o quão completamente foi quebrado o seu argumento da co-numeração, e é refutada por todas essas instâncias. Pois se as coisas que são de uma substância nem sempre são contadas com um numeral, e as coisas de substância diferentes são assim contadas, e a pronunciação do nome do uma vez por todas é usado em ambos os casos, qual a vantagem que você ganha para sua doutrina? "
(http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf207.iii.xvii.html)
Parece-me claro que a ideia de Gregório nada tem a ver com a teoria apresentada pelo Marcos de um hipotético “protesto contra a omissão”. Isso nem se ventila. Ele, na verdade, apresenta a legitimação do verso 8 no uso de “três” no masculino seguido de “um” e “um” e “um” neutro, que é exatamente como consta em I Jo. 5.8 (ele defende até a possibilidade contrário, ou seja, haver três palavras masculinas referidas por uma neutra), sem absolutamente qualquer referência ou reclamação acerca de uma omissão da suposta Comma. Ele defende a construção da frase iniciada com uma palavra masculina (gr. τρεῖς) relacionada a palavras neutras. O que Gregório fez está em conformidade com a gramática apresentada por Smyth, quando derruba o mito formulado por Nolan e Dabney.
Note-se que Gregório repreende seu interlocutor, que achava impróprio “três” masculino seguido de “um” e “um” e “um” neutro, perguntando:
“Você acha que ele está falando bobagem?”.
As acusações eram duas:
1) João tomou a liberdade de usar um numeral para contar coisas não consubstanciais, contrariando aquilo que o interlocutor de Gregório achava ser o certo.
2) João foi acusado de ser inconsistente ao usar uma palavra masculina relacionada a palavras neutras.
Gregório defende João nos dois casos. Quanto à esse segundo item Gregório não nega que João escreveu exatamente assim, mas levanta-se em defesa da legitimidade dessa construção. Primeiro Gregório informa que o requerimento de seu oponente baseia em uma “gramática” do grupo ao qual aquele oponente pertencia e ele expõe seu interlocutor dizendo:
“Você diz: Coisas de uma essência são contadas juntas, mas aqueles que não são consubstanciais são contados um a um. Onde você conseguiu isso? A partir dos professores de dogma ou mitologia? Você não sabe que cada número expressa a quantidade do que está incluído no seu âmbito, e não a natureza das coisas? ” (início do verso18 da mesma oração), e em seguida ele apresenta a defesa dos escritos de João exatamente como está no verso 8. E quando fala do "caranguejo" que pode ter três sentidos diferentes, defende justamente o uso do gênero diferente entre as palavras em grupo e o referente desse grupo, onde se deve atentar para a ideia expressa.
Então, completamente longe da alegação que “Nazianzo protesta contra a omisão de 1 João 5:7”, o que se vê ali é justamente a defesa da redação do verso 8 tal como está, sem absolutamente qualquer necessidade de relação com a suposta existência da Comma. E, também, absolutamente, não há nenhuma menção ao verso 7 com a Comma, nem mesmo indiretamente, pelo contrário! Considerando o teor geral dessa oratória de Gregório que é a defesa do Espírito Santo como pessoa divina na contabilidade dos "TRÊS", qual verso seria o melhor para essa defesa? O verso 8 que fala de "espírito", "água" e "sangue" ou o verso 7 com a Comma alistando a "trindade"? Se ele tinha conhecimento da Comma por que não fez uso dela nessa hora? Não tem sentido!
Infelizmente mais uma vez, através de um trecho recortado, colocaram palavras, desta feita, na “boca” do BISPO GREGO.
Paz a todos!
Valdomiro.